O total de trabalhadores que passou a procurar por serviços psicológicos para cuidar da saúde mental saltou de 2,2 milhões, antes do novo coronavírus, para 8,1 milhões, após a pandemia. No intervalo entre os meses de março e abril, o total de consultas também cresceu de 6 mil para 14 mil e as mulheres responderam por 75% da procura por ajuda psicológica durante a crise do coronavírus, já os homens responderam por 25%, segundo levantamento.
Entre as principais causas de transtornos comportamentais e de saúde mental reportadas aos médicos estão a ansiedade com 35,09% dos casos, depressão (9,92%), psicologia clínica (8,22%) e questões relacionadas à família (2,92%).
Home office, incertezas sobre o futuro, morte e luto
Pela primeira vez, de acordo com análise da consultoria, a dificuldade de adaptação ao home office apareceu na lista das queixas com 2,92% dos pedidos de consultas.
Incertezas sobre o futuro agora estão também entre as causas das consultas com 1,20%, e queixas psicológicas, por causa de morte e luto, 1,10%.
Segundo a diretora de gestão de saúde e qualidade de vida da Mercer Marsh Benefícios, Antonietta Medeiros, é necessário que as empresas apoiem agora os seus colaboradores e os ajudem a tratar de questões relacionadas à saúde mental. “O distanciamento social, quarentena ou isolamento, alterou significativamente a rotina das pessoas e gerou uma incerteza e o medo de perda de renda pela impossibilidade de trabalhar”, afirma.
Os dados do levantamento, de acordo com a especialista, mostram que já há um movimento das empresas em busca de estratégias para apoio nas questões relacionadas a saúde mental e bem-estar dos trabalhadores que têm sido fortemente impactados pela crise da covid-19. “Os transtornos comportamentais e de saúde mental já são a terceira causa de afastamento de trabalhadores no Brasil. Uma crise como esta provocada pela pandemia, pode ter consequências de médio e longo prazo, e comprometer o seu capital intelectual e a sua produtividade no momento da retomada ao trabalho”, diz.
Principais indicadores do levantamento:
• Total de trabalhadores que passou a tratar de questões relacionadas à saúde mental saltou de 2,2 milhões, antes do novo Coronavírus, para 8,1 milhões após a pandemia.
• Número de consultas também cresceu de 6 mil para 14 mil no mesmo período.
• Mulheres respondem por 75% das solicitações de consultas e homens por 35%.
Ranking das principais queixas:
• Ansiedade: 35,09% dos casos
• Depressão: 9,92%
• Psicologia clínica: 8,22%
• Questões relacionadas à família: 2,92%
Queixas que passaram a ser recorrentes:
• Adaptação ao Home Office: 2,72% dos casos entre março e abril
• Dependência química: 0,79%
• Morte e luto: 1,10%
• Incerteza sobre futuro: 1,20%
• Violência doméstica: 0,18%
*Pesquisa: período de coleta e análise de dados: Março a Abril de 2020