Saúde

Mulher se torna a primeira a viver mais de 2 meses com rim de porco

A mulher é apenas a quinta a receber um rim de porco e quebrou o recorde de receptora de órgão animal com maior tempo de vida, nos EUA

Towana Looney, de 53 anos, está saudável após transplante em que recebeu rim de porco. Foto: Divulgação/ NYU Langone Health
Towana Looney, de 53 anos, está saudável após transplante em que recebeu rim de porco. Foto: Divulgação/ NYU Langone Health

Uma mulher se tornou a primeira pessoa a conseguir viver por mais de dois meses com rim de porco, no último dia 25 de janeiro. Towana Looney, de 53 anos, passou a marca dos 65 dias de vida após receber o órgão suíno em um transplante nos Estados Unidos.

A estadunidense quebrou o recorde de receptora de órgão de porco com maior tempo de vida. A moradora do Alabama é apenas a quinta pessoa a receber um transplante de rim de porco.

Agora, ela é a única pessoa viva com órgão de animal e a que viveu por mais tempo após o procedimento.

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Estado de saúde

Looney afirma estar saudável e com muita energia após os dois primeiros meses do transplante. À Associated Press, a mulher afirmou ser uma “supermulher” e que ultrapassa os membros da família nas longas caminhadas pela cidade de Nova Iorque.

O médico Robert Montgomery, da NYU Langone Health, afirmou que a função renal da paciente está normal. Ela tinha insuficiência renal desde que engravidou, no começo dos anos 2000. Anos antes, em 1999, Towana doou um dos seus rins para a mãe, que tinha a mesma doença.

A paciente entrou na lista de espera para um transplante de órgão em 2017, mas nunca encontrou um doador compatível. Desde então, a mulher dependia de hemodiálise.

Towana Looney deve ficar em Nova Iorque para acompanhamento médico por mais um mês. A equipe médica responsável afirma que ela está saudável, sem qualquer sinal de rejeição ao órgão.

Transplantes com rim de porco

Os médicos entendem que o quadro clínico prévio ao transplante é um diferencial para sua saúde. Diferente dos demais pacientes, ela tinha menos complicações anteriores e uma saúde estável, apesar do problema renal.

O transplante com órgão animal ainda é autorizado apenas em casos específicos, em que o paciente não tem outras opções. No caso de Towana Looney, ela já estava esperando um órgão compatível sem sucesso há muitos anos e a espera poderia agravar seu quadro.

Os médicos afirmam que não há como prever por quanto tempo o novo rim de Looney pode funcionar, por ser um caso inédito. Porém, a equipe avalia que, caso o órgão falhe, a paciente poderá voltar a receber diálise.

Espera por transplante no Brasil

No Brasil, mais de 41 mil pessoas aguardam por um transplante de rim. A maior fila de espera por um órgão é justamente para o rim. Ao todo, 45 mil pessoas esperam por algum órgão.

O país é um dos que mais realiza o procedimento de transplante de rins no mundo. Mesmo assim, a fila de espera é grande por conta do alto índice de doenças renais no Brasil.

No Espírito Santo, o número de transplantes realizados teve um aumento de 22% em 2024. O rim foi o órgão mais transplantado, com 102 procedimentos.

Porém, a recusa por doação de órgãos cresceu quase 10% em um ano e 2.347 pessoas ainda aguardam por um transplante no Estado, sendo 966 delas aguardando um rim.