A música sempre esteve presente na vida das pessoas, independente de idade, classe social ou religião. As canções dão sentido às histórias, marcam fases e alegram o dia a dia, nos conectando às nossas experiências.
Além dos benefícios que todos conhecem, a música é uma ótima aliada no tratamento de demências, como Alzheimer. Uma pesquisa realizada na Universidade e São Paulo (USP) mostrou que a música pode amenizar sintomas relacionados à doença, como a agitação, principalmente se o cuidador for o próprio cônjuge.
Canções que remetem à história de vida do casal e relembram momentos vividos juntos, ajudam a abrandar as manifestações da demência, o que confere mais qualidade de vida ao paciente e também ao seu cuidador.
“Vários trabalhos mostram que a presença da música melhora sintomas comportamentais das demências, nos pacientes com depressão aliviam o sofrimento e melhoram momentaneamente o humor. Além de ser relaxante, nos remete a bons momentos e boas lembranças”, ressaltou o geriatra Gustavo Genelhu.
O médico explicou que a música pode ser associada ao tratamento de forma regular, como como se fosse um remédio mesmo, com um repertório relacionado ao gosto do paciente, da família ou do cuidador.
Além de médico, Genelhu é um apaixonado por música e conhece de perto os benefícios dessa aliada terapêutica. Ele toca piano, teclado e violão. “Fiquei um pouco afastado durante a faculdade e residência, mas ao retornar para Vitória, fui chamado a servir nas missas, e daí pra frente não parei mais”, contou.
A experiência do médico com a música acabou o aproximando ainda mais dos seus pacientes. “Sempre que possível, eu e meu grupo de amigos da igreja nos apresentamos em hospitais. É bastante salutar”, afirmou o geriatra.