Saúde

Na fila do transplante, filho recebe rim da mãe no Hospital Evangélico de Vila Velha

O procedimento foi realizado no HEVV, classificado pelo Ministério da Saúde como a unidade que mais realizou transplantes via SUS no Espírito Santo.

Foto: Divulgação

Com apenas 10% de cada rim em funcionamento, Gildeone Costa Varão, 33 anos, vivia uma rotina com dietas restritas e hemodiálise semanal. Paciente renal crônico do Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV), ele retomou a qualidade de vida após um transplante de órgãos, realizado no final do ano passado.

“Estava no primeiro dia do meu emprego quando passei mal e fiquei internado durante 15 dias. Minha vida mudou da noite para o dia com o diagnóstico. Apenas com o transplante, após mais de um ano de hemodiálise, é que consegui viver novamente”, relata o paciente.

O procedimento foi realizado no Hospital Evangélico de Vila Velha, classificado pelo Ministério da Saúde como a unidade que mais realizou transplantes via Sistema Único de Saúde (SUS) no Espírito Santo, em 2019. O sucesso da cirurgia só foi possível graças ao gesto da mãe do paciente, Genilva Rodrigues Costa, 53 anos, responsável pela doação do rim.

“Nosso mundo desabou quando recebi a notícia de que meu filho tinha praticamente perdido os dois rins. Por mais de quatro fiquei vendo meu filho na máquina de hemodiálise e pedia para aquilo acabar. Quando soube que podia ajudá-lo, não pensei duas vezes porque a vida dele não tem preço”, conta.

No mês em que é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos (27/9), Genilva faz um apelo pela conscientização da sociedade. “Hoje vejo as coisas de um jeito diferente. É muito gratificante doar um órgão e salvar uma vida, ainda mais quando essa vida é a do seu filho. Quase um ano depois da cirurgia, a nossa alegria é imensurável”, celebra a mãe doadora.

Após o transplante, pacientes como Gildeone conseguem retornar a atividades que antes pareciam impossíveis, como beber água à vontade. A nefrologista do HEVV, Dra. Luciana Assis, reforça a importância da doação.

“Nos casos dos pacientes renais crônicos, a situação envolve uma dieta restrita e muitos ainda fazem parte do Programa de Hemodiálise do HEVV. A máquina faz o trabalho dos rins que não funcionam mais. Entretanto, por melhor e mais moderna que seja, ela não substitui plenamente o rim. Apenas o rim transplantado é capaz de fazer isso”, explica a nefrologista do hospital, Dra. Luciana Assis.

Quem pode doar

De acordo com o Ministério da Saúde, o transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto.

No Brasil, a doação de órgãos só é permitida após autorização familiar. Por isso é fundamental que o doador expresse o desejo em vida. “Para quem tem interesse em realizar a doação em vida, reforço que é possível viver com apenas um rim. Isso é perfeitamente compatível com uma vida normal. Já nas situações em que o indivíduo faleceu – pacientes que vão a óbito em quadro de morte encefálica –, a doação só é possível mediante autorização familiar”, pontua Dra. Luciana.