Com a pandemia da covid-19, diversas atividades físicas foram suspensas para contenção do avanço do vírus, em respeito ao distanciamento social. O real impacto na performance das atividades em pausa é alvo de estudiosos da área, que visam alternativas e estratégias nutricionais para amenizar as consequências do intervalo.
Um webinar realizado pela ILSI-Brasil (Suplementos Alimentares do International Life Sciences Institute) mostrou que a prática de atividades físicas diminui em todo o mundo. O Professor Associado do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, Dr. Bruno Gualano, apontou dados que evidenciam a queda da prática de exercícios físicos durante a pandemia, e que interferem diretamente na qualidade de vida da população e no agravamento de sintomas em doentes crônicos.
“Estudos mostram que houve uma queda dos níveis de atividades físicas no mundo. No Brasil, os indicativos são ainda mais alarmantes. O brasileiro, analisado em uma amostra realizada no estudo por meio de dispositivos de acelerometria em aparelhos smartphones, anda menos de 3 mil passos por dia, o que representa uma queda de 40% no nível de atividade física”, disse o estudioso.
Dr. Bruno aproveitou para fazer algumas recomendações práticas para que a população mantenha a qualidade de vida durante o período do distanciamento social, como: fazer 150 minutos por semana de atividade moderada à vigorosa; 60 minutos de atividades vigorosas para crianças e adolescentes; e interrupção de tempo sedentário prolongado. Ele lembrou ainda que qualquer atividade física é melhor do que o sedentarismo e que a alimentação equilibrada é essencial.
Mas, afinal, o que é uma alimentação equilibrada? A Nutricionista e Doutora em Ciência dos Alimentos, Luciana Rossi, apontou algumas práticas nutricionais benéficas à saúde. Entre elas, destacam-se as reduções da frequência de ingestão de alimentos entre as refeições principais regulares (café da manhã, almoço e jantar) e de calorias, o consumo de fontes de proteínas de boa qualidade (peixes, aves e carne magra), além da ingestão moderada de sementes, nozes e gordura monoinsaturada.
A suplementação alimentar, deve ser realizada com diagnóstico da necessidade e orientação médica ou de um nutricionista. Principalmente quando pensando em performance esportiva, o atleta deve atingir o nível de evidência para suplementação para que seja indicado pelo profissional. Por conta disso, durante a pandemia, os profissionais de nutrição e educação física reviram suas formas de diagnóstico, e migraram para o teleatendimento.
“Uma vez regularizado, se tornou algo comum no meu dia a dia fazer o acompanhamento de atletas à distância. Não era algo que fazia parte da minha rotina, mas tem sido uma experiência interessante poder auxiliar na performance destes atletas à distância”, completou Rossi.