Saúde

Aprenda a identificar uma mancha que pode ser câncer de pele

Bordas irregulares, assimetrias diferentes e cores alternadas são alguns sinais da doença

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Manchas escurecidas e de cores alternadas e de bordas irregulares precisam ser analisadas por um dermatologista. 

Durante a estação mais quente do ano, muita gente recorre a praia e piscina para se refrescar e aproveitar o verão. Mas, a longa exposição ao sol pode resultar em câncer de pele - considerado o tipo oncológico mais comum na população brasileira - e que acomete milhares de pessoas todos os anos.

Para se ter uma ideia, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é que surjam 5.290 novos casos da doença por ano, só no Espírito Santo. Destes, 170 são melanomas, o tipo mais grave de câncer de pele. "Apesar de não ser o mais frequente, ele exige uma atenção mais especial por conta da gravidade e agressividade, que é maior, podendo até mesmo matar a pessoa", disse o oncologista do Grupo Meridional, Gabriel Chaar.

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O oncologista, Gabriel Chaar, analisando as sardas da apresentadora, Andressa Missio. 

No Brasil, até o fim do primeiro semestre de 2019, estão estimados o surgimento de 180 mil novos casos da doença. Evitar o câncer de pele é o primeiro passo, mas saber reconhecer o sinais da doença, logo no inicio, aumentam as chances de cura em quase 100%. "Não é toda mancha ou pinta que vira câncer, por isso, não é preciso pânico, a ideia é se auto conhecer e notar alguns sinais, como manchas de pele com assimetria diferentes, pois metade da lesão tem formato diferenciado da outra metade, bordas irregulares, geralmente são turvas e ásperas, cores escurecidas ou alternadas, diâmetro maior que 6 mm e crescimento progressivo, esses podem ser sinal da doença", explicou o especialista do Grupo Meridional.

Grupos de risco

A doença acomete principalmente pessoas de pele e olhos claros, com sardas, pintas e manchas espalhadas pelo corpo, que passam muito tempo expostos ao sol e que possuem hereditariedade para a doença.

Gabriel Chaar atesta que pessoas suscetíveis a neoplasia devem ter o protetor solar como companheiro diário, porque os raios solares são o principal fator de risco para a incidência da doença. "Quem se expõe ao sol precisa se proteger com filtro solar, bonés, chapéus e roupas adequadas. E mesmo aqueles com baixa exposição precisam ficar atentos aos outros fatores de risco do câncer de pele".

Casos

O câncer de pele não é um problema de um verão, mas a soma de muitos verões de exposição ao sol. Por isso, normalmente quem sofre hoje com a doença, sabe de onde ela surgiu. Foi o caso da dona Maria Sebastiana, de 82 anos, que já passou por quatro cirurgias e não se lembra de ter usado filtro solar nos primeiros 60 anos de vida. "Eu nem sabia o que era protetor. Soube da doença quando apareceu uma feridinha no nariz e não tinha nada que sarava ela. Até que fui ao médico e ele mandou fazer os exames, e a biópisia constatou o câncer de pele", contou a aposentada.

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Dona Maria Sebastiana, de 82 anos, em entrevista para a TV Vitória. 

Maria Sebastiana tem todas as características dos pacientes mais suscetíveis a doença. A pele clara, que tem menos melanina - protetora contra a radiação- pintas distribuídas pelo corpo e olhos azuis completam o perfil dos fatores de risco. Hoje em dia, curada da doença, dona Maria não fica exposta ao sol de jeito nenhum, sofre no verão por conta do calor e fica de olho em cada manchinha que aparece na pele. "Hoje sei me cuidar, e falo pra todas as pessoas que tem a pele como eu, para que se proteja", disse.

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Mônica Braga, passando protetor facial. 

Outro caso é o da administradora Mônica Braga, de 52 anos, que não vive sem o protetor solar. Ela usa um no rosto, outro no corpo, um específico para sair de casa e outro para ficar. Uma disciplina que ela adquiriu na marra, depois do câncer de pele. "Eu pegava a prancha e ia surfar umas ondinhas, em um horário que era perigoso. O câncer foi um grande susto. Hoje, aconselho as pessoas a passarem protetor solar, usar guarda sol na praia, tomar cuidado, principalmente, com as crianças. Existem várias formas de se proteger do sol, tem até roupas com filtro e meu conselho é que usem", finalizou a administradora.

O Jornal da TV Vitória preparou uma série com três reportagens especiais sobre Doenças de Verão. Abaixo, você confere o último episódio que fala sobre o câncer de pele.