Saúde

Três hospitais do ES já estão com 100% dos leitos ocupados para pacientes com covid-19

Em todo o Estado, os atuais 384 leitos UTI exclusivos para o tratamento da covid-19, 77,86% estão ocupados, ou seja, 299

Foto: Diego Simão/TV Vitória

Com a alta dos casos de covid-19, causada pela variante Ômicron, três hospitais da rede pública do Espírito Santo já estão com lotação máxima nos leitos de enfermaria e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para a doença. 

Segundo o Painel de Ocupação de Leitos Hospitalares do Espírito Santo, a Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí, o Hospital Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus, e o Hospital e Maternidade São José, em Colatina, já estão com 100% dos leitos ocupados.

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Na manhã desta quinta-feira (20), o Painel de Ocupação apontava que dos atuais 384 leitos UTI exclusivos para o tratamento da covid-19, 77,86% estão ocupados, ou seja, 299. No momento mais crítico da pandemia, a quantidade de leitos disponibilizados chegou a 1.098, número máximo para ampliação.

Já os leitos de enfermaria para o tratamento da doença no Estado têm, atualmente, 75,31% de ocupação de um total de 239 disponíveis. Isso significa que 180 estão ocupados. Segundo o painel, se necessário, o número de enfermarias pode ser estendido até 1.099 leitos.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) disse que, agora, há um plano de contingência em andamento que prevê o aumento de até 300 leitos de enfermaria adulto e infantil, já mapeados para garantir o acesso da população à internação hospitalar. Segundo a secretaria, este quantitativo pode ser alcançado até o início de fevereiro.

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Durante coletiva de imprensa na última segunda-feira (18), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, explicou que o Governo está buscando preservar as condições assistenciais alcançadas no último ano e que avalia, caso seja necessária uma mobilização rápida, somente uma suspensão parcial das cirurgias eletivas.

"Nós avaliamos a suspensão parcial de algumas cirurgias eletivas, em algumas unidades de saúde, caso necessário uma mobilização rápida e abrupta de leitos para garantir acesso dos pacientes atingidos pela covid-19 ou ‘influenza’, no entanto, não haverá no Espírito Santo a suspensão geral das cirurgias eletivas. Estamos tratando de preservar as condições assistenciais que o Estado conseguiu alcançar no final do último ano", disse.

Segundo a Sesa, há um plano de contingência em andamento que prevê aumento de até 300 leitos de enfermaria adulto e infantil, já mapeados, para garantir o acesso da população à internação hospitalar — este quantitativo pode ser alcançado até o início de fevereiro.

Outros Estados com níveis críticos

Além do Espírito Santo, Ceará, Goiás e Pernambuco apresentam um patamar bem próximo de 80%. O Distrito Federal também apresentou índices críticos. A taxa de ocupação dos leitos públicos de UTI para tratar os pacientes mais graves acometidos pela covid-19 chegou a 91,11% na manhã desta quarta-feira (19).

O índice não atingia esse nível desde junho do ano passado, segundo o monitoramento da Fundação Oswaldo Cruz. Diante do aumento da demanda por vagas, o governo anunciou um plano de mobilização de leitos estruturados em sete fases. Na semana passada, dez leitos extras foram abertos, e a previsão era de outros dez começarem a funcionar nesta quarta.

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O estado de Goiás registou na terça-feira (18) uma taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 de 82,58% e na capital, 83,51%. Já a taxa de enfermaria para covid está em 50,36% no estado e em 86% em Goiânia. Outro estado com a ocupação de leitos em níveis preocupantes é o Ceará. Conforme a Secretaria da Saúde, a taxa de ocupação na manhã desta quarta-feira (19) era de 83,33%.

Segundo o painel de informativo da Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco, a taxa de ocupação de leitos de UTI por síndrome respiratória aguda grave, infecção causada pelo coronavírus, ficou em 86% na segunda-feira (17). O estado pernambucano tem 952 leitos de UTI Covid, mas na segunda-feira (17), cinco pessoas (três adultas e duas crianças) esperavam na fila de espera por uma vaga.

Estado com menos pressão, mas com aumento de casos

Outros estados e capitais também viram suas taxas de ocupação para leitos de UTI Covid aumentarem decorrência da disseminação da variante Ômicron e, embora não estejam com os patamares tão elevados, preocupam as autoridades sanitárias.

O Estado do Rio de Janeiro teve o território classificado na chamada "bandeira amarela", de baixo risco para covid-19, segundo a 64ª edição do Mapa de Risco da Covid-19, divulgada na sexta-feira (14) pela Secretaria de Estado de Saúde.

Segundo a secretaria, as taxas de positividade para covid em testes RT-PCR no período de 4 a 11 de janeiro sofreram aumento de 38%, mas os óbitos tiveram redução de 28%. O órgão informou ainda que todas as regiões de saúde apresentaram uma taxa de ocupação de UTI e Enfermaria inferior a 40%.

O aumento repentino nos resultados positivos para a covid-19 foi identificado a partir do dia 26 de dezembro, quando o índice passou de 1,4% para mais de 20% nos primeiros dias de janeiro.

Em São Paulo, dados da Secretaria Estadual de Saúde, mostram que a taxa de ocupação de leitos Covid-19 em UTIs é de 51,7% no estado e em enfermarias, de 56,3%. Na região metropolitana, a ocupação de leitos de UTI Covid é de 58,4% e nas enfermarias, de 65,3%. Ainda no Sudeste, Minas Gerais tem 24,26% dos 2.102 leitos de UTI Covid ocupados.

No Amazonas, que há um ano foi palco da maior crise de desabastecimento de oxigênio no país, dados da Fundação de Vigilância em Saúde mostram que a taxa de ocupação de UTI Covid é de 36,4% e de UTI Geral, 83,1%. Já a taxa de leito clínico de Covid no estado é de 69,6% e de leitos clínicos gerais, de 78,5%.

Na capital baiana, o percentual de leitos ocupados em UTI adulto é de 64%, de UTI pediátrica, de 60%. Já em relação aos leitos clínicos adultos, a ocupação é de 77% e de leitos pediátricos de 90%.

Medidas restritivas

Para conter o avanço dos casos, o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes, anunciou novas regras de convivência válidas até 31 de janeiro. Festas e encontros terão uma redução no limite de pessoas autorizadas a entrar: mil pessoas em espaços fechados e até 3 mil pessoas em locais abertos, incluindo estádios de futebol.

Para ser atendido em bares, restaurantes e lanchonetes será exigido o comprovante de vacinação com duas doses ou dose única no caso de adultos com até 54 anos e o comprovante da dose de reforço para pessoas com mais de 55 anos.

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) vem dizendo que o cenário está sob controle e medidas restritivas para o comércio não são necessárias agora. Em coletiva de imprensa, ele e médicos do Comitê Científico anunciaram a restrição da capacidade de público em eventos para o limite de 70%.

O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), decidiu suspender o carnaval de rua na cidade como uma forma de evitar o alastramento das infecções. Nesta semana, o secretário municipal de saúde, Edson Aparecido, autorizou a contratação de 700 médicos e profissionais de saúde para dar conta do aumento da demanda nas unidades de saúde.

*Com informações do Portal R7

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