Saúde

Estalar as costas faz mal? Prática ganha fama no TikTok e ortopedista tira dúvidas

Especialista fala sobre os cuidados que devem ser tomados e quando a manobra pode se tornar um risco para a saúde

Foto: pexels

Para muitas pessoas, o hábito de estalar mãos, dedos, as costas e o pescoço é algo bastante comum e mais: inofensivo. Mas não é bem assim. Especialistas alertam que a manobra pode sim oferecer riscos à saúde do indivíduo. 

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Basta uns minutos no TikTok que logo surge algum vídeo de alguém ensinando ou apenas mostrando como estalar as costas, por exemplo. Veja:

Segundo o médico ortopedista Luiz Felipe Carvalho, de maneira geral, não há problema e as lesões não são comuns, porém o ideal é não fazer disso uma rotina.

“Não é tão comum, mas dá para se machucar quando utilizada muita força ou pressão ou então quando há alta frequência”, explica.

A grande questão está diretamente ligada ao tempo e a constância em que se faz isso. Luiz Felipe lembra que, a longo prazo, pode levar a um desgaste nas articulações, desencadeando uma série de problemas como: tensão, edema e em alguns casos uma pequena lesão nas cartilagens articulares da coluna.

“Fazer do estalo uma mania, instalando várias vezes não é a opção mais saudável em longo prazo”, disse. 

Para quem busca uma vida mais saudável, o ortopedista recomenda o seguinte combo diário: alimentação equilibrada, prática constante de exercícios e alongamento. “Com esses hábitos se faz uma boa manutenção da saúde como um todo”, finaliza.

Paramédica sofreu derrame após estalar o pescoço

Em março de 2019, a britânica Natalie Kunicki, na época com 23 anos, sofreu um acidente vascular cerebral após romper uma artéria estalando o pescoço. Ela só percebeu que algo não estava bem 15 minutos após estalar a manobra.

Natalie tentou levantar para ir ao banheiro e não conseguiu movimentar a perna esquerda. Médicos que prestaram atendimento à jovem, teriam mencionado que a chance de algo assim acontecer é de um em um milhão. 

Orientação é sempre procurar ajuda especializada

Você já deve ter ouvido falar sobre a Quiropraxia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma profissão de saúde onde o especialista trata e previne problemas articulares, na região da coluna, ombros... Por meio da manipulação, o profissional pode corrigir e ajustar problemas neuro-musco-esqueléticos, por exemplo.

Além de proporcionar redução da dor e até mesmo melhorar o desemprenho nos esportes, a quiropraxia tem uma série de outros benefícios. Porém, para usufruir deles é necessário buscar a ajuda de um profissional especializado na técnica. 

Assim como outras práticas existentes, se mal executada oferece riscos para a saúde, uma vez que um movimento quiroprático mal-executado pode levar a um quadro como o da paramédica britânica.

Quem pode e quem não pode fazer quiropraxia 

É importante lembrar que, para algumas pessoas, o tratamento por meio da quiropraxia, ou o hábito de estalar as costas em casa, não é recomendado. 

No grupo de risco, estão pacientes que já passaram por procedimento cirúrgico na coluna e aqueles com doenças autoimunes como a espondilite anquilosante, por exemplo. 

- Pessoas com fraturas;
- Pacientes com câncer;
- Pessoas com risco de AVC.

Esses, também fazem parte do grupo que não deve se submeter à técnica.

Mas e quem pode? 

De maneira geral, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos podem passar pela quiropraxia. Exceto aqueles que apresentem algum tipo de comorbidade não indicada para o tratamento. 

Por isso, mais uma vez, é fundamental que antes de resolver sair estalando a coluna em casa, você busque ajuda de um profissional, minimizando o risco de acidentes.

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