Saúde

Voz de Lula chama a atenção durante discurso de posse; veja sequelas do câncer de laringe

Segundo médica otorrinolaringologista, etilismo e tabagismo estão entre os fatores de risco para a doença

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em meio à cerimônia de posse no último domingo (1), uma condição chamou a atenção de quem acompanhou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 77 anos. A voz bastante rouca somada ao esforço para falar tem explicação. 

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Segundo a médica otorrinolaringologista Andressa Camporez, sequela deixada por um câncer de laringe. Lula foi diagnosticado com a doença há 11 anos, após se queixar de dores na garganta e rouquidão. Os exames e o tratamento, por meio de sessões de quimioterapia e radioterapia, foram realizados no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Foi considerado curado no ano seguinte, em 2012.

“As sequelas do câncer, nesse caso, vão desde um pequeno desconforto, até disfagia persistente, rouquidão permanente e traqueostomia. No caso de Lula, a rouquidão é permanente pois no tratamento cirúrgico dele foi removido parte do tecido da prega vocal”, explica Andressa.

É importante lembrar que o presidente, em novembro do ano passado, após consultas de rotina, também foi diagnosticado com leucoplasia na laringe. Uma lesão nas cordas vocais

Foi, então, novamente internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e passou por um procedimento na laringe, com biópsia, após a descoberta do problema. Na época, o boletim médico divulgado pelo Sírio-Libanês, informou que Lula foi submetido a uma “laringoscopia para retirada de leucoplasia da prega vocal esquerda”, que apontou “ausência de neoplastia”, ou seja, quando não há tecido possivelmente cancerígeno.

Principais sintomas

Dor local, sensação de “bolus” na garganta, pigarro, disfonia (dificuldade na produção da voz) e perda de peso estão entre os principais sintomas que acendem o sinal de alerta para um possível quadro de câncer de laringe.

A otorrinolaringologista ressalta que alguns sinais devem ser observados e se continuados, é fundamental buscar cuidados médicos. “Quando a dor persistir por mais de uma semana, mesmo com medicação, quando a rouquidão é progressiva e não melhora após repouso vocal ou quando a perda de peso não tem causa aparente, é importante procurar ajuda com um especialista”, pontua.

Câncer de laringe: sequelas, fatores de risco e tratamento

Os maiores fatores de risco para o desenvolvimento de um câncer de laringe são o tabagismo e o etilismo (consumo excessivo e dependência de álcool). Além disso, existe a predisposição genética, que pode se associar a alguns tipos de tumores, e o HPV que também pode causar lesões predisponentes.

A médica lembra que, de maneira geral, a cirurgia é indicada para tratar a doença. “O tratamento é cirúrgico, na maioria das vezes, podendo ser complementado com rádio e quimioterapia. Mas em alguns tipos de tumores apenas a rádio ou químio são indicados”.

Ainda sobre as sequelas deixadas pelo câncer nessa região do corpo, elas podem ser mais leves, provocando apenas desconfortos sem tanta intensidade, passando pela dificuldade de produzir a voz naturalmente e até mesmo um quadro de rouquidão permanente.

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