Saúde

Caso Yasmin Brunet: conheça 5 sinais de compulsão alimentar

Se recuperar da compulsão alimentar depende de apoio da família e dos amigos para o retorno de uma relação saudável com si próprio; veja principais sintomas

Ana Paula Brito Vieira

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Instagram @yasminbrunet/Montagem FV

Yasmin Brunet é um fenômeno que não passa despercebido. Um dos assuntos mais comentados nesta semana é a confissão de que a modelo tem compulsão alimentar. E não só isso.

A empresária foi alvo de comentários maldosos sobre sua alimentação, como: “não é Yasmin Brunet, é Yasmin Comer” e “passa o dia todinho mastigando”, feitos pelo cantor Rodriguinho e Giovanna Pitel no reality show Big Brother Brasil 24.

Os usuários das redes sociais não ficaram quietos e muitos tomaram o lado da modelo, afinal, a compulsão alimentar é um problema complexo que afeta muitas pessoas em todo o mundo.

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Enquanto não souberem o que é e como ela pode impactar a vida de quem a enfrenta, sempre irão surgir brincadeiras de mau gosto, com um fundo de verdade para atingir quem sofre com o transtorno.

Por isso, muitas vezes estigmatizada, a compulsão alimentar pode caracterizar um sofrimento tanto para a pessoa quanto para sua família.

A realidade mostra que compulsão alimentar é um problema de saúde que merece atenção. Segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria, estima-se que, no Brasil, cerca de 2% da população sofra com a compulsão alimentar em algum momento da vida.

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Além disso, a pesquisa da associação revela que a maioria das pessoas que enfrenta esse transtorno não procura ajuda profissional, o que ressalta a importância de conscientizar sobre essa condição e os recursos disponíveis para tratamento.

De acordo com a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica, a compulsão alimentar é caracterizada pela necessidade de consumir grandes quantidades de alimentos, mesmo quando não se está fisicamente com fome.

“Esses episódios podem ser intensos, muitas vezes acompanhados por uma sensação avassaladora de descontrole. Para ser considerada compulsão alimentar, esses episódios devem ocorrer pelo menos duas ou mais vezes por semana”, explica.

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Abaixo, a psicóloga lista os principais pontos para quem deseja entender o transtorno. Confira:

1. As origens da compulsão alimentar

A compulsão alimentar tem raízes profundas em fatores emocionais e comportamentais. Frequentemente, as pessoas recorrem à comida como uma maneira de lidar com emoções difíceis, como estresse, ansiedade, solidão e tristeza. 

“Durante os episódios de compulsão, as emoções costumam ser obscurecidas, e a comida se torna um mecanismo de alívio para esses sentimentos negativos. O isolamento social, a tristeza e a culpa muitas vezes acompanham a compulsão alimentar, tornando-a uma condição complexa”, comenta.

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2. Sintomas da compulsão alimentar

Os sintomas da compulsão alimentar são variados, mas todos eles envolvem uma sensação avassaladora de descontrole e falta de capacidade de interromper o consumo de alimentos.

“A compulsão alimentar pode afetar a aparência física, ter consequências emocionais e impactar severamente na interação social da pessoa. Isso porque é comum que indivíduos que estão passando por esse problema não mantenham vida social ativa por vergonha ou medo do descontrole alimentar na frente de outras pessoas, como familiares e amigos”, afirma a psicóloga.

“Entre os principais sintomas dessa doença estão: comer mais rápido que o normal; alimentar-se quando não está com fome ou continuar comendo mesmo saciado; comer escondido; sentir-se triste ou culpada (o) por estar comendo”, indica Vanessa.

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3. Gatilhos para as compulsões

A compulsão, muitas vezes, é despertada por eventos traumáticos ou mudanças emocionais drásticas que afetam a saúde mental. 

Segundo a psicóloga, mudanças emocionais, como términos de relacionamento, situações de aflição e angústia, estão ligados à compulsão alimentar. 

“Quando a comida é utilizada como suporte emocional, tende-se a descontar frustrações, tristeza e estresse na alimentação. Depressão, ansiedade, baixa autoestima e traumas também podem desencadear quadros de transtorno alimentar”, explica Vanessa.

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“Não estar satisfeito com a aparência do próprio corpo é um dos fatores de risco da compulsão alimentar. Esse problema é mais comum entre adolescentes e jovens, pois a estrutura emocional ainda está em formação”, revela.

4. Encaixe nos padrões de beleza

A saúde mental estar tão atrelada aos hábitos alimentares está diretamente ligada há séculos de criação de um ideal de beleza inexistente e tóxico.

De acordo com a psicóloga, tentar constantemente se encaixar nos padrões de beleza também pode levar ao desenvolvimento de outros problemas alimentares como bulimia e anorexia.

“O tempo todo, nas redes sociais e mídia, surgem novas dietas seguidas por modelos e atrizes, na maioria das vezes muito magras, associando magreza à saúde. No entanto, essa é uma ideia distorcida de corpo saudável e a privação de comida com o objetivo de emagrecer pode gerar episódios de compulsão”, aponta Vanessa.

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5. Aprendendo a amar seu corpo

A recuperação está ligada à reconstrução de sua autoestima. “O melhor método é fazer psicoterapia e também frequentar grupos de apoio. Ao descobrir que não está sozinho - contando com uma rede de pessoas que lhe entendem e acolhem - você renovará suas forças para enfrentar a compulsão alimentar”, aconselha a psicóloga.

Vanessa Gebrim comenta que, ainda assim, o apoio da família e amigos é essencial para voltar a amar seu corpo. 

“Colocar-se à disposição para ajudar: em muitos casos pode haver a necessidade de redução temporária de alimentos na casa que causem possíveis gatilhos em quem tem compulsão alimentar, e isso altera – e muito – a rotina da casa. Por isso ter paciência, e respeitar esse período, será fundamental”, explica.

“Sabe aquele pudim que a família ama? Aquele passeio naquela padaria? Talvez seja um fator muito delicado para a pessoa em tratamento. Que tal dialogar sobre o cardápio familiar e chegar a acordos? Isso inclusive pode ser construído em sessão com a nutricionista”, finaliza Vanessa Gebrim.

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