Saúde

ES registra queda nos casos de dengue, mas chuvas e calor intenso preocupam

Segundo informações do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental da Sesa, casos de zyka e chikungunya também reduziram pelo 3º ano consecutivo. Subnotificações acendem sinal de alerta

Foto: Divulgação

O calor intenso do verão de 2022 e as fortes chuvas que vêm atingindo o Espírito Santo desde o final do ano passado preocupam. O período torna-se muito propício para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, principal transmissor do vírus da dengue, zyka e chikungunya.

Somente no primeiro mês epidemiológico do ano foram registrados 621 casos de dengue no Estado. Os números reduziram, se comparados ao mesmo período de 2021 quando foram notificados 1.006 casos. Mas a queda de pouco mais de 38% não significa que o momento é para respirar aliviado. 

“Temos, nesse momento, uma redução das notificações, mas a gente tem muita subnotificação, principalmente dos casos mais leves. Esse é o terceiro ano consecutivo de redução, porém acompanhado do fato de estarmos no terceiro ano, em curso, da pandemia provocada pelo coronavírus”, alertou Roberto da Costa Laperriere, chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental da secretaria de Estado da Saúde.

Além disso, Laperriere pontua as questões climáticas como vetores para o risco de aumento nos casos de dengue no Estado. 

“O ano de 2022 tem se apresentado bastante chuvoso. As chuvas tem caído forte desde o início de dezembro do ano passado. Somadas às altas temperaturas típicas do verão, isso não impede que tenhamos uma curva de casos se estendendo.” 

Segundo o chefe do núcleo especial de vigilância ambiental, historicamente, o pico epidêmico acontece entre março e abril. Maio e junho, não. Porém, os dias de calor e as chuvas geram preocupação do que pode acontecer nesse período.  “Considerando que temos os serviços de saúde muito sobrecarregados por causa da covid-19, não há condições de termos as duas doenças cursando ao mesmo tempo”, destacou.

Casos de zyka e chikungunya também registraram queda em 2022

Roberto falou ainda sobre os casos de zyka e chikungunya no Espírito Santo. Eles também registraram uma queda em relação a janeiro de 2021. Zyka, foram 39 notificações esse ano contra 115 em 2021, o que equivale à uma redução de 66,08% no número de casos. No caso da dengue, os número foram ainda menores: 90 em 2022 e 396 em 2021: queda de 77,27%.

O papel da população no combate ao mosquito

Para conseguir conter a curva de casos de dengue, é fundamental que a população faça o dever de casa com cuidado e atenção. O ideal, de acordo com Roberto, é escolher um dia da semana para fazer um ckeck list completo no imóvel. Essa lista, com o que é preciso ser feito, pode ser acessada clicando no link: mosquito.saude.es.gov.br

Vale lembrar que pratinhos de vasos de planta, garrafas mal acondicionadas, ralos em desuso devem sempre ser vistoriados. “O ciclo de vida do mosquito dura em média entre 3 e 8 dias. Fazer esse check list impacta diretamente na interrupção da reprodução dele”, frisou Roberto.

O poder público também tem o seu papel nesse combate. As visitas dos agentes possibilitam o tratamento dos pontos de larvas, a eliminação de chiadouros, além de levantar dados para saber quais áreas encontram-se em maior risco de novos casos de dengue.

O chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental da secretaria de Estado da Saúde reforçou a importância do auto cuidado da população. 

“O auto cuidado da população, principalmente das gestantes, por conta do zyka vírus, em tempos endêmicos, é fundamental para afastar o risco da contaminação. Para isso, é preciso usar roupas que cubram mais o corpo, e repelentes indicados pelo Ministério da Saúde. Para as pessoas em geral, a orientação é procurar os serviços de saúde nos casos considerados mais graves: dores fortes no abdomem, febre alta, e vômito, por exemplo. diante desses sintomas, deve-se procurar imediatamente o serviço de saúde para evitar os óbitos”.