Saúde

Dengue: 8 coisas que você precisa saber durante epidemia no ES

Médica infectologista dá orientações sobre a doença. Na manhã de quarta-feira (21), o governador Renato Casagrande decretou situação de emergência devido à doença

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Freepik @jcomp

O Espírito Santo passa, pelo segundo ano consecutivo, por uma epidemia provocada pelos casos de dengue. Duas mortes foram confirmadas até a manhã de quarta-feira (21) e outras 11 seguem em investigação. 

Segundo os indicadores da dengue, o estado registra uma incidência de 510,3 casos por 100 mil habitantes. Até o momento, 10.955 casos foram confirmados e as notificações já somam 24.985. Além disso, o estado ocupa o 6º lugar no ranking nacional de incidência, com 510,3 mil casos por 100 mil habitantes.

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O número é classificado como alto, uma vez que a Organização Mundial da Saúde considera como situação epidêmica, taxas acima de 300 casos/100 mil habitantes.

Diante disso, é fundamental entender a doença e conhecer os sintomas. Quanto antes diagnóstico e tratamento começarem, menores as chances do quadro evoluir para a dengue grave (hemorrágica), que pode ser fatal.

A médica infectologista Martina Zanotti preparou uma lista com informações importantes sobre a doença, os sintomas e tratamentos. Veja:

1. CLIMA: a chuva e o clima quente, típico do verão, apresentam forte influência no aumento de casos da dengue, já que, juntos, são propícios à proliferação do mosquito, que acontece mais rápida. 

“As chuvas permitem a proliferação do mosquito e o aumento de casos. A disseminação da doença acontece por termos mais mosquitos infectados”, explica.

2. DENV1, DENV2, DENV3 e DENV 4: o vírus da dengue é dividido nesses 4 sorotipos. Diante disso, é possível pegar a doença 4 vezes. O maior perigo está justamente na segunda ou terceira infecção. 

“As próximas infecções tendem a ser mais graves do que aquele indivíduo que adquire a doença pela primeira vez”, alerta a médica.

3. SOROTIPOS 3 e 4: é fato que o Brasil registrou o ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus (antes, apenas 1 e 2 estavam em circulação). Com isso, as pessoas ficam mais suscetíveis a pegar a doença, uma vez que quem já pegou dengue pelo sorotipo 1 ou 2, não está livre de pegar a doença pelos outros sorotipos.

4. FÊMEA DO MOSQUITO: a doença é transmitida por meio da picada da fêmea do Aedes aegypti contaminada pelo vírus. A dengue pode levar de 3 a 15 dias para se manifestar.

5. SINTOMAS: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações, fraqueza, e em alguns casos manchas vermelhas pelo corpo são os principais sintomas da dengue.

6. DENGUE GRAVE: uma vez diagnosticada a doença, é preciso estar atento aos sinais que podem surgir até dois dias depois que a febre vai embora, quando a pessoa acredita que já está melhor. 

“É preciso procurar o médico se a pessoa apresentar: vômitos persistentes, dor abdominal, sangramentos, palpitações, sonolência, confusão mental, ou se o paciente estiver fazendo pouco xixi”, orienta Martina.
Foto: Divulgação / Pexel

7. HIDRATAÇÃO: pacientes com dengue devem beber muita água, porque a doença provoca uma distribuição inadequada dos líquidos no corpo. É como se você tivesse um encanamento com múltiplos furos, e o líquido não vai para o lugar correto. Isso favorece alterações cardíacas, hipotensões, o coração fica sobrecarregado.

“A desidratação é o que complica o quadro e pode levar as formas mais graves da doença”, alerta a médica.

8. VACINA: a vacina é destinada tanto para quem já teve dengue, quanto para as pessoas que ainda não pegaram a doença. Neste ano, a vacinação pelo SUS será destinada crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, após pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa.

A vacina também está disponível em clínicas particulares.

Dengue ou covid? 

Vale destacar que é possível contrair as duas doenças ao mesmo tempo. Alguns sintomas respiratórios diferenciam um quadro do outro, segundo a infectologista do Vitória Apart.

“Coriza, dor de garganta, tosse, isso está presente na covid, mas não costuma estar presente na dengue”, finaliza.

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