Saúde

ES ocupa o 6º lugar no ranking nacional de incidência de dengue

Até o momento, duas mortes pela doença foram confirmadas no Espírito Santo. Outras 11 seguem em investigação

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/TVE

O Espírito Santo ocupa o 6º lugar no ranking nacional de incidência de casos de dengue, ficando atrás apenas do Distrito Federal, Minas Gerais, Acre, Paraná e Goiás. 

A informação foi divulgada durante uma reunião realizada na manhã desta quarta-feira (21) no Palácio Anchieta, em Vitória. Na ocasião, o governador Renato Casagrande assinou o decreto declarando Situação de Emergência devido à doença no Estado.

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Segundo os indicadores da dengue, o Espírito Santo registra uma incidência de 510,3 casos por 100 mil habitantes. Até o momento, 10.955 casos foram confirmados.

Prefeitos de vários municípios capixabas, além do presidente da Assembleia Legislativa e autoridades da área de Saúde estiveram presentes no evento. 

Centro de Comando para combate à dengue

Além disso, foi instalado um centro de comando para o acompanhamento dos casos e desenvolvimento de ações estratégicas de combate à dengue. O Centro Integrado de Comando e Controle de Arboviroses será voltado para o combate à doença. 

Segundo o subsecretario de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, as medidas de enfrentamento da dengue são extremamente importantes e necessárias diante do aumento expressivo do número de casos da doença no Estado.

"Lembrando que podemos pegar dengue até quatro vezes ao longo da vida. Existem quatro sorotipos que levam a doença. Atualmente, temos no Espírito Santo o tipo 1 e o tipo 2 circulando. O sorotipos 3 e 4 já foram identificados nos estados vizinhos. A porta de entrada torna-se, então, cada vez mais próxima. Ainda não temos esses (1 e 2) detectados no ES", alertou.

Outro ponto importante destacado pelo subsecretário é com relação aos focos do mosquito Aedes aegypti. 

"Cerca de 75% a 80% dos focos estão nas residências. Temos o papel de promover educação em saúde para alertar a população sobre os riscos da doença. Estamos trabalhando nessa frente junto com os municípios. Lembrando, e que é importantíssimo, a dengue não tem um tratamento específico. O cuidado principal é com a hidratação". 

Orlei disse também que caso a população esteja bem orientada, conhecendo os sintomas, sabendo identificá-los rapidamente e iniciando a hidratação correta antes mesmo de chegar a unidade de saúde, casos graves poderão ser evitados.

Dois anos seguidos de epidemia 

Também presente na reunião, o secretário de Estado da Saúde, Migue Paulo Duarte Neto, é necessário um esforço coletivo para combater o avanço da doença, uma vez que não só o Espírito Santo, mas o Brasil, passam por uma situação atípica.

"A dengue é um esforço coletivo. Temos situações atípicas com relação à dengue em 2024. Primeiro, são dois anos seguidos de epidemia. Isso não é normal. De maneira geral, isso acontece uma vez a cada quatro anos. O segundo ponto, o fato de ter sido identificado a dengue tipo 3 nos nossos estados vizinhos. Isso também é um sinal de que não temos aqui, mas temos que ficar alertas".

Vacina apenas em setembro no ES

Ao contrário do anunciado pelo Ministério da Saúde, as vacinas contra a dengue não chegarão ao Espírito Santo neste mês de fevereiro. 

"A vacina vai estar disponível aqui para o Espírito Santo, conforme cronograma do Ministério da Saúde, a partir de setembro e, mesmo assim, para uma faixa restrita, para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Não podemos contar, nesse momento, com a vacina como item de combate à dengue", disse.

Diante do quadro, o secretário pontuou que o item mais importante é o controle das próprias residências, fiscalização dos vizinhos, dos amigos e divulgar que o melhor controle é evitar o foco do mosquito.

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