Saúde

Mal súbito: conheça os sintomas do problema que matou jornalista de 42 anos

Especialista explica os sintomas, as causas desse mal e o que ele pode provocar. OMS estima que 4 milhões de óbitos no mundo sejam decorrentes de morte súbita

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

Desmaio, fraqueza excessiva, falta de ar, dor no peito e inchaço nas pernas. Estes são apenas alguns dos sintomas de um problema chamado mal súbito, um sinal de que algo não vai bem com o organismo podendo até mesmo evoluir para a morte súbita.

Na última terça-feira (29), o jornalista Jocelito Paganelli, de 42 anos, morreu após sofrer um mal súbito na casa onde morava, em São José do Rio Preto, São Paulo. Ele era apresentador e chefe de redação da TV Tem, emissora afiliada da Rede Globo. O SAMU foi acionado e chegou para socorrer Paganelli, mas ele não resistiu. A suspeita é que o profissional tenha sido vítima de um infarto fulminante.

Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apontam que cerca de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração. Por ano, cerca de 400 mil pessoas morrem em decorrência dessas enfermidades. O número corresponde a 30% de todas as mortes registradas no país.

Dos 17 milhões de óbitos provocados pelas doenças cardiovasculares todos os anos no mundo inteiro, estima-se que 4 milhões sejam decorrentes da morte súbita, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O fato é que algumas pessoas morrem instantaneamente. Já outras, apresentam sinais de sofrer do mal súbito e, com isso, têm a chance de serem socorridas e salvas.

Abuso de álcool e drogas pode levar à morte súbita

Foto: Reprodução/Pexels

Segundo o médico cardiologista, Fabiano Rua Ribeiro, as principais causas da morte súbita são as cardiovasculares e cérebro vasculares. 

"Infarto do miocárdio, AVC e Tromboembolismo pulmonar. Mas podem ter outras causas como abuso de drogas e álcool ou uso de medicação em doses excessivas", alertou.

Algumas doenças genéticas também podem aumentar as chances de uma morte súbita: alterações de canais iônicos nas membranas das células do coração, chamadas canalopatias, que podem levar a uma arritmia súbita e fatal.

"A morte súbita é definida como morte após uma hora do início dos sintomas do mal súbito, ou em menos de 24 horas desde que a pessoa foi vista pela última vez em bom estado geral", destaca o cardiologista.
Foto: Reprodução

Causas do problema são divididas de acordo com a idade dos pacientes

Fabiano Rua explica que, de maneira geral, as causas do mal súbito e morte súbita são segmentadas de acordo com a faixa etária da população. 

"Acima de 40 anos, o mais provável é se tratar de causas ateroscleróticas, ou seja, por entupimento de artérias. Isso pode levar ao infarto e AVC. Abaixo de 40 anos, a probabilidade de ser causa genética é maior, como as canalopatias citadas acima ou doenças do músculo cardíaco ( que levam ao enrijecimento do coração). Ainda nos pacientes jovens, devemos sempre pensar no Tromboembolismo como possibilidade".

O cardiologista disse ainda que, para tentar identificar as pessoas com maior risco do mal súbito e por consequência, de sofrer uma morte súbita, é necessário avaliar as condições cardiológicas constantemente. 

Algumas ferramentas são usadas para auxiliar o diagnóstico: ecocardiograma transtorácico, eletrocardiograma, tomografia do tórax e do coração, por exemplo. Já no caso dos pacientes mais jovens, o médico destacou a importância de focar na história familiar de morte súbita ou doenças entre parentes.

Acompanhamento médico e tratamentos podem ajudar a evitar casos mais graves

Manter um estilo de vida saudável, com rotina de atividades físicas e boa alimentação contribui bastante para a prevenção. Largar hábitos nocivos, como o tabagismo, e manter o corpo bem hidratado, é fundamental quando se fala em prevenção.

Identificar doenças que podem levar a tratamentos que diminuam as chances de eventos inesperados, também é muito importante. "Temos disponíveis medicações, possibilidade de cateterismo, cirurgias e até mesmo de ablação das arritmias potencialmente fatais. Este procedimento visa reduzir a chance de arritmias em grupos de pessoas com doença identificada", explicou o médico.

Como socorrer alguém com mal súbito?

Antes de qualquer coisa, deve-se acionar imediatamente o SAMU e checar se a vítima está respirando, consciente e respondendo às perguntas feitas. Caso seja esse o quadro, o mal súbito não foi provocado por uma parada cardíaca, segundo especialistas.

Essa avaliação é importante e feita com bastante sucesso principalmente se a pessoa tiver conhecimentos de primeiros socorros. Em casos mais graves, se houver necessidade, manobras de ressuscitação respiratória devem ser adotadas.

Diante de qualquer suspeita de doenças do coração, um médico cardiologista deve ser procurado. Consultas de rotina e check-ups regulares podem afastar as chances de que algo grave aconteça.



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