Saúde

Incidência de câncer de pele entre os homens preocupa especialistas

Crescimento da doença entre o público é um sinal de resistência à prevenção, como o uso constante do protetor solar e outras barreiras físicas

Foto: Divulgação

Os novos tratamentos para combater o câncer da pele começam a chegar ao Brasil, aumentando as expectativas de melhoria da qualidade de vida de milhares de pacientes. Os dados apontam que a doença tem maior frequência entre os homens (mais de 85 mil casos no biênio 2016-2017) do que mulheres (mais de 80 mil pacientes no mesmo período). 

A estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) para o biênio 2018-2019 foi de 165.580 mil novos casos de câncer da pele não melanoma.

O crescimento da doença entre o público masculino ainda é um sinal de resistência à tomada de algumas precauções, como o uso constante do protetor solar e outras barreiras físicas. Influencia ainda o aumento do número de novos casos entre os homens uma preocupação menor com a própria saúde, resultando na demora para consultar um especialista para o tratamento do tumor.

Por isso, temos uma doença que facilmente poderia ser diagnosticada ainda no início, mas encontra hoje cerca de 15% dos pacientes com melanoma em fase de metástase, um etapa com maiores dificuldades de respostas aos tratamentos, desde os convencionais até as novas medicações que já encontramos no mercado. O diagnóstico precoce continua trazendo maiores chances de cura do tumor e, eventualmente, até mesmo reduzindo as possibilidades de uma intervenção cirúrgica.

Os novos tratamentos também conseguem melhores respostas em fases iniciais da doença. A imunoterapia e as terapias-alvo vêm alcançando resultados positivos na cura dos pacientes com o tumor. Com elas, o paciente passa a ser tratado com medicamentos que inibem a multiplicação das células cancerígenas atuando especificamente nos seus receptores. Os novos remédios contribuem também para ativar o sistema imunológico, ajudando o organismo a combater o tumor. As novas terapias têm, inclusive, possibilitado a substituição dos tratamentos tradicionais de quimioterapia, que não conseguem atuar de forma tão específica nas células, impactando tanto nas cancerígenas como nas saudáveis.

Portanto, a imunoterapia e as terapias-alvo trazem reações menores e são muito melhores toleradas pelos pacientes. Mesmo nas fases mais avançadas, o profissional pode indicar a cirurgia seguida de terapias-alvo ou imunoterapia, dependendo do diagnóstico da pessoa. Esses novos tratamentos já são aplicados ao redor do mundo com indicadores cada vez mais positivos de melhora da qualidade de vida dos pacientes. Inclusive, alguns testes genéticos no tumor do paciente ajudam ao médico decidir qual o tratamento mais específico em cada caso.

Apesar dos grandes avanços da ciência na busca de novas alternativas no tratamento do câncer de pele, a prevenção ainda é o melhor caminho para reduzir a incidência da doença. A população vem aos poucos adotando hábitos mais saudáveis. Os registros do câncer da pele não melanoma tiveram redução de 10 mil casos nos últimos biênios. Mas, precisamos continuar vigilantes principalmente em um país onde a população passa um longo período de exposição ao sol.