Saúde

Crianças que saíram pouco de casa durante a pandemia estão adoecendo mais? Entenda

Com a retomada da rotina e a chegada das estações mais secas e frescas do ano, casos de viroses e infecções respiratórias tem aumentado nos consultórios pediátricos

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: soumen82hazra | Pixabay

Após longos períodos dentro de casa, o retorno à rotina em escolas, creches, brincadeiras nos parquinhos e festas de aniversário trouxe algo que nos últimos dois anos praticamente desapareceu: os casos de viroses e infecções respiratórias em crianças. 

O fato é que elas estão mais expostas aos vírus e bactérias comuns da infância e corriqueiros nesta época do ano: entre o outono e o inverno.

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Recentemente, pediatras percebem o aumento na circulação da virose conhecida como "mão, pé, boca", muitos casos de gastroenterite aguda e do adenovírus, que pode causar tosse, diarreia, coriza e conjuntivite. 

A pediatra e infectologista Euzanete Cozer faz um alerta importante para que os pais não levem os filhos para a escola caso estiverem com algum tipo de doença. 

"Seja vômito, diarréia, tosse, coriza, febre. Muitas vezes os pais medicam e mandam as crianças para a creche. Nós temos que conhecer todo o período de incubação e transmissibilidade dessas doenças. É imprescindível ter o tempo de afastamento adequado para passar o período de transmissão", destacou a médica.

Fique atento caso alguns sintomas das viroses persistam

É importante ressaltar que as viroses podem evoluir e gerar complicações. Por esse motivo, os pais devem ficar atentos a qualquer mudança repentina no quadro da criança: palidez, boca seca, olhos fundos e febre que cede com dificuldade, por exemplo, estão entre os sinais.

A pediatra faz um alerta, já que alguns pacientes podem complicar essas viroses com infecções bacterianas, como sinusite, otite e pneumonia. "Em um primeiro momento, em uma ida ao hospital não é necessário fazer exame de sangue, e nem raio-x. O ideal não é procurar um pronto-socorro e sim um médico assistente. Somente ir ao PS na caso de piora clínica importante", disse.

Casos de covid-19 ainda não acabaram: na dúvida, teste

Apesar de bem menores, os casos de covid ainda não acabaram. Para Euzanete, é fundamental que caso o paciente apresente mal-estar geral, dores no corpo e se outras pessoas da família também estiverem doentes, todos façam o teste de covid-19. 

"Até porque, como sabemos, a covid tem um período longo de transmissibilidade por isso, o paciente tem que ser afastado da escola pelo período necessário", lembrou.

Como é feito o tratamento das viroses e infecções respiratórias

De maneira geral, o tratamento das viroses em crianças é feito através dos chamados sintomáticos. São medicamentos antialérgicos, broncodilatadores,  nebulizações que atuam na melhora dos sintomas gerais. Analgésicos e antitérmicos também podem ser administrados dependendo da necessidade de cada paciente. 

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"Existe algo que os pais já podem fazer: oferecer muito líquido para essas crianças e colocar muito soro nas narinas", orientou Euzanete.

Um outro ponto é a prevenção. Afinal, prevenir é sempre melhor que tratar. Por isso, especialistas defendem que a vacinação reduz os riscos de uma evolução mais grave dos quadros de virose e infecções respiratórias. 

Segundo a pediatra, muitas crianças complicam depois com meningite ou pneumonia por não estarem, por exemplo, com as vacinas de pneumococo e meningocócica em dia.

"Todas as vacinas são importantes. Sabemos que doenças graves como sarampo e poliomielite estão voltando pelas baixas coberturas vacinais," finalizou.