Saúde

Bula da Coronavac também não recomenda vacina para gestantes

O documento da vacina do Butantan diz que não há estudos controlados em gestantes; no Espírito Santo grávidas com comorbidades receberam a vacina da Astrazeneca, que foi suspensa após orientação da Anvisa

Nadine Silva Alves

Redação Folha Vitória
Foto: Image Point Fr/ Shutterstock

Paralelo ao anúncio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em suspender a vacinação da Astrazeneca (Oxford) em gestantes, a CoronaVac, parceria da chinesa Sinovac com o Instituto brasileiro Butantan (SP), também não é recomendada para gestantes e mulheres em período de amamentação.

A informação está na bula da vacina disponibilizada no site da Anvisa, leia aqui. Ela esclarece que os estudos feitos em animais não apresentaram risco fetal, mas também não há estudos controlados em mulheres grávidas. 

Ainda segundo o documento, a vacina não deve ser utilizada por mulheres grávidas "sem a orientação médica ou do cirurgião-dentista".

No Espírito Santo, 47.965 gestantes e puérperas foram incluídas no grupo de prioridade para vacinação contra covid-19. Elas estavam recebendo a primeira dose da vacina Astrazeneca e não da Coronavac. A secretaria de Estado da Saúde (Sesa), após a orientação da Anvisa, realiza o levantamento do número de grávidas que tomaram o imunizante.

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, em entrevista à Pan News Vitória, destacou que todos os 78 municípios já foram avisados sobre a suspensão da vacinação da Astrazeneca. 

"Felizmente no Espírito Santo não há nenhum registro grave, obviamente vacinas causam reações das mais variadas, às vezes dor, febre, mal estar, mas nenhum evento importante registrado até o momento em mulheres grávidas",  garantiu o subsecretário.  

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A epidemiologista Ethel Maciel concorda com a suspensão temporária da vacina e diz que a Pfizer é o único laboratório que realizou estudos para a aplicação do imunizante em gestantes.

"A partir de agora, os municípios precisam fazer a escolha de administrar nas gestantes outro imunizante. A Pfizer nós falamos desde o início porque é a única que nós já temos esse estudo no grupo de gestantes e que não tinha registro de eventos adversos sérios", explicou ao Folha Vitória.

Segunda dose

Mas a especialista orienta as gestantes que já tomaram a primeira dose a voltarem para a segunda aplicação. O intervalo entre as doses é de três meses.

"É comum, quando há um evento adverso ter essa paralisação para investigar. Acho importante a gente acalmar as pessoas que tomaram a primeira dose. Se elas não tiveram nenhum sinal de sintomas, elas precisam retornar para a segunda dose", reforçou. 

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*Com informações do Portal R7



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