Saúde

Jovens do ES são os que menos usam camisinha no Brasil

Entre os que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores ao levantamento, apenas 18,1% informaram ter usado preservativo em todas as relações

Bianca Santana Vailant

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Quando o assunto é o uso de preservativos, os números do Espírito Santo preocupam. De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no país, os jovens capixabas são os que menos levam a sério o uso da camisinha. O estado tem o menor índice de utilização de preservativos na faixa etária a partir de 18 anos.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), foi divulgada na última sexta-feira (07), e trouxe dados coletados em 2019. Entre os que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores ao levantamento, apenas 18,1% informaram ter usado preservativo em todas as relações. Esse foi o menor percentual registrado no Brasil.

No Espírito Santo, o IBGE contabilizou que 94,2% das pessoas com mais de 18 anos tiveram relação sexual pelo menos uma vez na vida. A idade média da primeira relação foi estimada em 17,6 anos

De acordo com a ginecologista e sexóloga Lorena Baldotto, as justificativas para não usar camisinha são culturais e costumam ser sempre as mesmas. “As justificativas de não uso, normalmente, são por ter um único parceiro, ou até o uso de outro método contraceptivo; como se a camisinha servisse apenas para evitar gravidez. Ela serve para isso, mas, mais importante que isso, protege contra doenças sexualmente transmissíveis”, lembrou.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

"As doenças sexualmente transmissíveis mais comuns são Hepatite B, HIV, sífilis, gonorréia e algumas infecções bacterianas. Candidíase não é considerada DST, mas pode ser piorada pelo sexo. É muito importante ter esse cuidado”, pontuou.

A questão cultural também é forte. De acordo com a especialista, ainda há quem diga que usar preservativo interfere na relação. “Muitas pessoas acreditam que usar camisinha tem alguma interferência na sensibilidade, por exemplo. 

Mulheres são as mais afetadas

Lorena explicou que mais que uma questão cultural, o não uso da camisinha é uma questão de gênero. “No nosso Estado, os números de feminicídio são altíssimos. Vemos muito no consultório relatos de mulheres que não usam, porque o companheiro questiona a questão da confiança”, disse.

De acordo com a ginecologista, mais do que consciência sobre a importância do preservativo, é preciso empoderar as mulheres. “A mulher normalmente é a mais prejudicada. As infecções mais prolongadas normalmente acontecem mais na mulher, então a mulher precisa cada vez mais se impor, impor a sua vontade pensando na saúde”, finalizou.

Recomendações do Ministério da Saúde

Por que usar o preservativo?

O preservativo, ou camisinha, é o método mais conhecido, acessível e eficaz para se prevenir da infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), como a sífilis, a gonorreia e também alguns tipos de hepatites. Além disso, ele evita uma gravidez não planejada.

Existem dois tipos de camisinha: a masculina, que é feita de látex e deve ser colocada no pênis ereto antes da penetração; e a feminina, que é feita de latex ou borracha nitrílica e é usada internamente na vagina, podendo ser colocada algumas horas antes da relação sexual, não sendo necessário aguardar a ereção.

Onde pegar os preservativos?

Os preservativos masculino e feminino são distribuídos gratuitamente em qualquer serviço público de saúde. Caso você não saiba onde retirá-los, ligue para o Disque Saúde (136).

Saiba que a retirada gratuita de preservativo nas unidades de saúde é um direito seu; por isso, não devem ser impostas quaisquer barreiras ou condições para que você os obtenha. Retire quantos preservativos masculinos ou femininos você julgar que necessite.

Pontos moeda