Vacina contra varíola humana protege contra a varíola do macaco? Entenda!
Saiba as diferenças entre a varíola humana, erradicada há 40 anos, e a varíola símia. Brasileiro de 26 anos foi diagnosticado com a doença na Alemanha
Os casos de varíola símia em vários países têm levado à incertezas e muitos questionamentos. Entre eles, se a vacina contra a varíola humana é eficaz contra a varíola do macaco.
Primeiro, é importante voltar no tempo e resgatar um pouco da história da doença. A varíola comum dizimou milhões de pessoas no século 20 e por isso é considerada uma das doenças mais mortais que já existiram no mundo. Em 1971, foram registrados os últimos casos no Brasil e desde então, nenhum novo caso foi notificado no país.
Alguns anos mais tarde, já na década de 80, a doença foi erradicada. A Organização Mundial da Saúde (OMS), certificou a eliminação total da varíola após uma intensa campanha de vacinação global.
Vacinação de rotina contra a varíola foi interrompida com erradicação dos casos
Desde a declaração de erradicação da varíola que vacinas contra a doença deixaram de ser aplicadas rotineiramente. Segundo informações divulgadas pelo Instituto Butantan, "a vacina contra a varíola é recomendada somente para pessoas que tenham um alto risco de exposição, tais como funcionários de laboratórios e de assistência à saúde que trabalham com o vírus da varíola ou materiais relacionados".
Vacina contra a varíola comum protege contra a varíola dos macacos?
De acordo com estudos científicos, a vacinação contra a varíola humana se mostrou eficaz contra a varíola dos macacos. Porém, pessoas ao redor do mundo com idade inferior a 40 ou 50 anos já não tomam mais a vacina, uma vez que as campanhas foram descontinuadas.
Diante dos casos recentes, no Reino Unido, por exemplo, a vacina contra a varíola tem sido ofertada à população de maior risco.
Entenda a diferença entre a varíola humana e a do macaco
Enquanto cientistas travam uma verdadeira corrida contra o tempo para entender o que está levando ao surto de casos de varíola símia na Europa, autoridades não acreditam na possibilidade de que a transmissão do vírus perca o controle.
Além disso, médicos avaliam que o poder de letalidade da varíola dos macacos é bem menor que a varíola humana. Inclusive, pontuam que ela se manifesta de maneira mais branda. Apesar de serem transmitidas de modo semelhante, o contágio entre humanos também é mais difícil.
Os sintomas das duas doenças são bastante parecidos. Incluem cansaço extremo, febre, dores de garganta e musculares. Outra característica que trazem é o surgimento das bolhas sobre a pele. No caso da varíola do macaco, gânglios linfáticos costumam inchar. Eles funcionam como filtros para substâncias nocivas à saúde e contém células do sistema imunológico que ajudam no combate a infecções.
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Tratamento e prevenção
Autoridades e estudiosos da área de saúde afirmam que não existe um tratamento comprovado e seguro para a infecção provocada pelo vírus da varíola símia e os sintomas costumam desaparecer espontaneamente.
Alguns medicamentos costumam ser usados. É o caso dos antivirais tecovirimat, cidofovir e brincidofovir.
A vacina tradicional contra a varíola "pode ser usada tanto na pré como na pós-exposição e é até 85% eficaz na prevenção da varíola", de acordo com a Agência da Segurança da Saúde do Reino Unido, onde sete casos foram detectados desde o início de maio.
"As pessoas vacinadas contra a varíola na infância podem apresentar uma doença mais branda", complementou o órgão.
Para evitar a doença, o principal é se afastar do vírus. Pessoas que estiverem viajando pelos países endêmicos precisam evitar o contato com animais doentes. É recomendado lavar sempre muito bem as mãos com água e sabão ou álcool em gel. Também é fundamental manter-se afastado de pessoas infectadas.
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*Com informações do Portal R7 e do Instituto Butantan