Saúde

Fila para transplante de córnea triplica no ES

A pandemia da covid-19 influenciou no aumento da fila de espera já que as doações foram suspensas

Foto: Imagem: Freepik

Desde 2019 a fila para o transplante de córneas no Espírito Santo aumentou consideravelmente. Segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, atualmente 889 pessoas aguardam pela cirurgia. Somente nos últimos cinco anos, a fila triplicou no Estado.

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A pedagoga Luciana Marangoni foi diagnosticada há cerca de oito anos com uma doença degenerativa nos olhos. 

Ela buscou tratamento, porém não surtiu o resultado desejado. Para reverter o quadro, ela precisou passar por um transplante realizado em maio do ano passado no olho esquerdo. Uma espera que, de acordo com ela, foi muito difícil já que não conseguia realizar nada sem a ajuda de alguma outra pessoa.

Passada a cirurgia, se diz satisfeita e enxergando muito bem com o olho operado, mas por orientação do médico que a acompanha, não pôde fazer o transplante nos dois olhos de uma vez. O objetivo, evitar a rejeição do órgão ocular, além de outras complicações.

Agora, Luciana espera há seis meses pela cirurgia no olho direito. Uma esperar que ainda deve se prolongar porque ela está posicionada no número 685 da fila de transplante de córnea no Estado. Atualmente, 889 pessoas aguardam pelo mesmo procedimento. 

Em 2023, 47 transplantes foram realizados. A vice-presidente da Sociedade Capixaba de Oftalmologia, Karina Moysés, afirma que a pandemia provocada pela covid-19 tem forte influência no tamanho da fila de espera uma vez que as doações foram suspensas e as pessoas acabaram deixando exames de rotina e prevenção de lado.

E são exatamente os exames regulares no oftalmologista os grandes responsáveis por ajudar no diagnóstico precoce de doenças. A secretária de Estado da Saúde informou que tem investido na capacitação de profissionais e na informatização do trabalho para avaliação dos potenciais doadores.

Bancos de olhos

No Espírito Santo existem dois bancos de olhos: um no Hospital Evangélico de Vila Velha e outro no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes, o Hucam.

Após a doação dos órgãos, autorizada por familiares do paciente, as córneas são captadas, processadas, avaliadas e armazenadas até a retirada pela equipe transplantadora que fará a cirurgia no receptor.

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*Com informações do repórter Paulo Rogério, TV Vitória/Record TV