Saúde

Marburg: conheça vírus letal que teve avaliação de risco atualizada pela OMS após surtos

Doença causa febre hemorrágica e tem taxa de letalidade de até 88% dos casos, segundo a OMS, o que faz do vírus um dos mais mortais do mundo

Foto: Reprodução/ Pixabay/ Fernando Zhiminaicela

Desde fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) monitora os registros de surto de Marburg na Guiné Equatorial e na República Unida da Tanzânia, países do continente africano. O vírus pertence a mesma família do Ebola e é considerado um dos mais letais.

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O vírus Marburg é transmitido aos humanos por morcegos frugívoros e se espalha entre por meio do contato direto com os fluidos corporais de pessoas, superfícies e materiais infectados.

De acordo com a OMS, profissionais de saúde foram infectados durante o tratamento de pacientes com suspeita ou confirmação da doença.

A doença começa de forma abrupta. Entre os principais sintomas está a febre alta, dor de cabeça intensa e mal-estar intenso. Manifestações hemorrágicas graves podem aparecer entre cinco e sete dias após o início dos sintomas, mas nem todos os casos apresentam sinais hemorrágicos.

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Ainda segundo a OMS, a morte ocorre mais frequentemente entre oito e nove dias após o início das manifestações clínicas.

"Uma variedade de tratamentos potenciais está sendo avaliada, incluindo hemoderivados, terapias imunológicas e terapias medicamentosas, ainda de acordo com a entidade", afirmou a OMS.

A OMS orienta que aumentar a conscientização sobre os fatores de risco para infecção pelo vírus Marburg e as medidas de proteção que os indivíduos podem tomar são maneiras eficazes para ajudar a reduzir a transmissão humana. 

Os profissionais de saúde que cuidam de pacientes com a confirmação ou a suspeita do vírus são orientados a redobrar os cuidados durante o atendimento.

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Além disso, a entidade aconselha ainda a fortalecer a vigilância nos pontos de entrada nas áreas afetadas na Guiné Equatorial e na República Unida da Tanzânia para a identificação de casos, inclusive por meio de triagem de saída, por exemplo.

No início de maio, a OMS informou que as autoridades de saúde de ambos os países demonstraram um forte compromisso político no combate a contaminação.

"Nas últimas semanas, eles fortaleceram ainda mais as funções críticas de resposta, como vigilância de doenças, inclusive nos pontos de entrada; atividades laboratoriais; gestão de casos clínicos; prevenção e controle de infecções; comunicação de riscos e envolvimento da comunidade; e apoio operacional e logístico com apoio da OMS e parceiros", afirmou a entidade.

Países já registraram mortes pelo vírus

Na Guiné Equatorial, a declaração de surto ocorreu em 13 de fevereiro. Desde então, ao menos 17 casos já foram confirmados no país, conforme foram relatados até 1º de maio. Entre os casos confirmados por laboratório, foram registradas 12 mortes.  

Entre 16 de março e 30 de abril deste ano, foram relatados nove casos, sendo oito confirmados, na República Unida da Tanzânia. O país registrou cinco mortes pela contaminação do vírus. O surto foi declarado em 21 de março.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, este é o primeiro surto relatado de Marburg na Guiné Equatorial e na República Unida da Tanzânia.

Outros surtos do vírus foram notificados em Gana (2022), Guiné (2021), Uganda (2017, 2014, 2012 e 2007), Angola (2004-2005), República Democrática do Congo (2000 e 1998), Quênia (1990, 1987 e 1980) e África do Sul (1975).

*Com informações do Estadão Conteúdo.