Demência avança no país; veja os sinais de cada fase da condição
Quase 2 milhões de idosos convivem com o problema no país, segundo estimativa de estudo brasileiro. O subdiagnóstico preocupa especialistas: 8 a cada 10 pessoas desse grupo não sabem que têm a condição
Ao contrário do que muitos acreditam, a demência não é uma doença específica, mas sim um conjunto de sintomas diretamente relacionados à perda de habilidades cognitivas como: memória, capacidade de realizar atividades diárias, raciocínio e linguagem.
Segundo especialistas, de modo geral, é causada por uma disfunção ou morte de células cerebrais.
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Os sintomas podem variar de um paciente para outro e costumam incluir perda de memória, dificuldade de concentração, confusão, mudanças de humor e dificuldade para executar tarefas rotineiras. O fato é que tanto o diagnóstico rápido quanto o tratamento da demência são importantes para melhorar a qualidade de vida e a capacidade funcional das pessoas afetadas.
Diante de um problema crescente no país, o subdiagnóstico é algo que vem preocupando especialistas, já que 8 a cada 10 pessoas de um grupo de 1,76 milhão de idosos brasileiros não sabem que têm a condição
Conheça os sinais e tipos mais comuns de demência
As condições que podem levar ao problema são várias, sendo o Alzheimer a mais comum. Em seguida, surgem a demência vascular, demência com corpos de Lewy e demência frontotemporal.
É importante destacar que perda de um parcela dos neurônios faz parte do processo de envelhecimento, porém, nos casos de demência, esse déficit é bem maior.
A condição apresenta fases e sintomas. Embora variem entre os diferentes tipos de demência e entre os indivíduos, de modo geral, pode-se identificar estágios comuns. Veja:
* DOENÇA DE ALZHEIMER
Leve: os sintomas podem ser sutis e atribuídos facilmente ao envelhecimento normal ou a outros fatores. Perda de memória recente, dificuldade em lembrar de nomes de pessoas ou objetos e repetição de perguntas e frases é comum.
Moderada: mudanças de humor e comportamento, como irritabilidade, ansiedade ou agitação. Dificuldades crescentes em realizar atividades cotidianas, como vestir-se, tomar banho e cozinhar já são percebidas por familiares e amigos.
Severa: ausência de comunicação com capacidade de fala praticamente perdida. Nesta fase, os sintomas são muito graves e a pessoa geralmente requer assistência completa para todas as atividades diárias.
A idade do diagnóstico costuma ser após os 60 anos de idade e em alguns casos, a partir dos 30.
* DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL
Comportamentais e emocionais: impulsividade, extremos como emotividade excessiva ou apatia e dificuldade de planejamento.
Motores: dificuldades de equilíbrio, marcha e tremores nas mãos.
Linguagem: dificuldades de compreender o que se está sendo conversado e de falar.
A idade do diagnóstico entre os 45 e os 64 anos de idade.
* DEMÊNCIA POR CORPOS DE LEWY
Cognição falta de habilidade para prestar atenção, ideias ilógicas e fora de ordem.
Movimento: a expressão facial torna-se reduzida, perde-se a coordenação e os músculos ficam mais rígidos.
Sono e visão: acontecem alucinações visuais, falta de sono durante a noite e sonolência em excesso ao longo do dia.
A idade do diagnóstico a partir dos 50 anos de idade.
* DEMÊNCIA VASCULAR
Alguns sintomas: guardar objetos em lugares errados, alucinações, delírios, esquecimentos de acontecimentos atuais ou passados.
A idade do diagnóstico costuma ser acima dos 65 anos de idade.
Como reduzir o risco de quadros de demência?
Mesmo que nem todos os fatores de risco possam ser evitados, algumas estratégias podem ajudar a diminuir o risco de desenvolver demência.
Manter a mente sempre ativa ao longo da vida por meio de aprendizados constantes, como um novo idioma ou uma tarefa nova, podem reduzir o risco de quadro demenciais.
Manter um peso saudável, alimentar-se bem, adotar uma rotina de exercícios físicos, controlar o estresse e ter uma boa noite de sono também contribuem para diminuir as chances da condição.
Outro ponto importante é manter as relações sociais e afetiva, uma vez que idosos isolados, sem estímulos e convivência apresentam risco maior de, além de desenvolver o problema, ter um diagnóstico mais tardio.
*Com informações do Estadão