Estudos mostram que os sinais do novo coronavírus podem ser diversos. Atualmente, acredita-se que ele pode se manifestar na pele, apesar de nenhuma pesquisa apontar resultados conclusivos. Contudo, há evidências de casos da Europa, dos EUA e da China em que, lesões na pele poderiam ser um sintoma da infecção de covid-19.
A dermatologista Ana Carina Junqueira, do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisa em Medicina Capilar, comenta que os relatos são poucos e não constituem uma informação sólida que permita afirmar essa associação. Para entender melhor o cenário, a médica analisou alguns dados, entre eles, a porcentagem de pessoas que apresentaram o sintoma, que é extremamente variável.
Segundo ela, um estudo chinês apontou que 1,8% das pessoas infectadas pelo vírus apresentaram algum tipo de mancha na pele, enquanto uma pesquisa da Itália teve índices de 20,4%.
Quais seriam esses sinais?
A médica comenta que as manchas podem ser dividias em cinco subtipos, como vermelhidão e inchaço nas pontas dos dedos (tipo eritema pernio); pequenas bolinhas de água (vesículas) no tronco e em membros; lesões rosadas e elevadas pelo corpo (urticariforme);lesões vermelho-rosadas, algumas com descamação, pelo corpo todo (erupção maculopapular); aparência rosada com áreas esbranquiçadas ou áreas enegrecidas, principalmente em extremidades (livedo ou necrose).
Qual a relação com o coronavírus?
Se a hipótese de que essas lesões são causadas pelo coronavírus for confirmada, há dois mecanismos de ação possivelmente responsáveis por provocá-las. “Podemos destacar a replicação viral, que causa resposta inflamatória na pele, e a inflamação e obstrução dos vasos (vasculite e vasculopatia trombótica), que pode gerar as manchas”, explica a dermatologista Ana Carina.
As pesquisas ainda mostraram que as manchas na pele costumam aparecer no decorrer da doença, ou seja, após os sintomas respiratórios se iniciarem. De acordo com os casos relatados, a presença de lesões cutâneas em pacientes com covid-19 não evidenciou relação com uma evolução grave da doença. “O mais importante nesse momento é ficar atento aos sintomas e procurar ajuda de um especialista, pois qualquer alteração na pele merece uma investigação mais aprofundada”, conclui a médica.