Saúde

Hábito de coçar os olhos na infância pode causar doença na córnea

Estudos mostram que até 5% da população possui predisposição para o ceratocone. Doença é alvo de campanha no mês de junho

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O aparecimento desta condição se dá principalmente na infância e adolescência.

As cores podem ter diversos significados. Na medicina, elas ajudam a identificar, mês a mês, o combate de doenças que afetam milhões de pessoas pelo mundo, como o câncer de mama, glaucoma, entre outras. Em Junho, por exemplo, a cor violeta é utilizada para identificar as ações de combate ao ceratocone, doença caracterizada por uma alteração progressiva na córnea (a primeira camada do olho), fazendo com que ela se encurve e afine.

“Essa é uma doença grave, que tem como consequência um astigmatismo irregular, miopia alta e baixa acuidade visual, podendo levar à cegueira”, conta a oftalmologista Liliana Nóbrega. De acordo com a especialista, o aparecimento desta condição se dá principalmente na infância e adolescência e está relacionado ao hábito de coçar os olhos.

“A alergia ocular, comum na infância e adolescência, faz com que o hábito de coçar os olhos se torne presente. Porém, a continuidade do ato pode levar à uma alteração da biomecânica da córnea, tendo como consequência, em muitos casos, o aparecimento do ceratocone, que atinge cerca de 150 mil pessoas por ano”, acrescenta a médica.

Liliana Nóbrega alerta, entretanto, que não são todos os casos de coceira nos olhos que se desenvolvem para o ceratocone e que há evidências de hereditariedade, entre outros fatores para o seu aparecimento. “Estudos mostram que até 5% da população possui predisposição para a doença, mas que seu surgimento está ligado à estímulos externos, como a coceira frequente dos olhos ou o ato de apertá-los”, completa.

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Para prevenir o desenvolvimento do ceratocone, Liliana alerta para a importância do diagnóstico precoce. “Se já houver casos na família, é essencial que seja procurado um profissional oftalmologista para que o paciente seja monitorado precocemente, a fim de evitar a progressão, em caso de constatado o surgimento da doença”. Há ainda, outros sintomas que geram alerta para a necessidade de consulta médica: diminuição da visão na infância e na adolescência, mudança frequente de óculos, alergias, olhos sempre vermelhos e inflamados, síndrome de down, turner, marfan, amaurose de leber e retinose pigmentar. 

Por fim, a oftalmologista Liliana Nóbrega esclarece que, apesar de não haver uma cura para doença, seu tratamento tem sido cada vez mais desenvolvido, sendo mais comum uso de óculos e lentes de contato. “Em alguns casos, pode ser recomendado também a realização de uma cirurgia, onde há um implante de anel intracorneano que muda a curvatura da córnea”.

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