Saúde

Socorro em até 60 minutos pode salvar vítimas de infarto. Veja como identificar os sintomas

Cerca de metade das vítimas não sobrevive a tempo de ser atendida, mas 90% dos que chegam ao hospital em uma hora após a ocorrência cardiovascular têm chances de sobreviver.

Foto: Divulgação

O aumento das mortes por questões cardiovasculares durante a pandemia é uma informação que preocupa, bem como a maior ocorrência de complicações graves em pacientes da Covid-19 com doenças cardiológicas preexistentes.

Por isso, especialistas são unânimes em afirmar a importância de não abandonar tratamentos, manter o acompanhamento médico, tomar as medicações prescritas e realizar check-ups regulares.

Além disso, em caso de sintomas ou ocorrências que tenham características de infarto ou acidente vascular, procurar um hospital com serviço especializado o mais rápido possível faz toda a diferença para a sobrevivência do paciente. 

As estatísticas apontam que as chances aumentam em 90% se o atendimento for feito em até 60 minutos após o infarto, por exemplo, já que cada minuto de “demora” pode significar perda na porção do músculo do coração que assegura a circulação sanguínea. De acordo com o cardiologista, Jorge Gadioli, a tecnologia é uma grande aliada neste momento. 

“O serviço de hemodinâmica estruturado e com equipamentos de ponta é um diferencial na medida que permite o diagnóstico mais rápido do problema, bem como traz assertividade, agilidade e eficácia quando há necessidades de intervenções que, em geral, fazem parte do processo de diagnóstico e tratamento, como cateterismo e angioplastias para colocar stents que vão permitir o fluxo sanguíneo em vasos com obstrução”, exemplifica.

Avaliação clínica especializada, recursos tecnológicos e monitoramento aceleram a definição de tratamentos, podendo salvar vidas e apontar a necessidade de outros procedimentos como cirurgias, angiografias, prescrições medicamentosos, entre outras possibilidades.

Quando procurar um hospital

Dor no peito, cansaço, falta de ar são sintomas clássicos de um infarto. Mas outras características menos reconhecidas pelo senso comum que não devem ser desconsideradas.

Jorge Gadioli afirma que um infarto pode gerar sintomas atípicos como dor no estômago, nos ombros, nas costas, na mandíbula e dentes e desconfortos em caso de esforço físico

“Se esses sintomas se tornarem recorrentes na vida de uma pessoa, é importante procurar um serviço médico para um check-up capaz de avaliar possíveis causas e correlações”, considera.

Quando o paciente com suspeita de infarto chega a um pronto-socorro, ele mesmo, se estiver em condições clínicas, e o acompanhante também deve estar atento para fornecer informações importantes, como sintomas pregressos, medicamentos regularmente usados, histórico familiar, doenças anteriores e até uso de drogas.

O cardiologista explica que todos os que sofrem infarto são encaminhados para acompanhamento em Unidade de Terapia Intensiva, mas os cuidados iniciais, que começam no pronto-socorro, são muito importantes.

Depois da ocorrência e no momento da alta, seguir criteriosamente as orientações médicas, controlando taxas, fazendo uso de eventuais medicamentos prescritos, adotando hábitos saudáveis, é uma forma de evitar a ocorrência de um segundo episódio, que é 30% maior no período de 10 anos após o primeira.

Prevenção

Para quem nunca teve o problema, o caminho também passa pela prevenção. E a regra vale para todos os públicos independente da faixa etária. “É claro que pacientes acima de 40 anos demandam cuidados mais regulares com check-ups anuais ou de acordo com a orientação do médico especialista”, informa o cardiologista.

Segundo ele, cada paciente é um, mas nem todos os exames precisam ser feitos uma vez por ano se o paciente não tiver nenhuma outra questão associada. “Em geral, exames como o teste de esforço (a esteira) e o ecocardiograma são repetidos a cada dois anos em pacientes sem nenhuma questão extra, dependendo da faixa etária. Já exames de sangue e eletrocardiogramas simples, em geral, são pedidos anualmente”, explica.

Fundamental é adotar, desde a infância, estilos de vida que contribuam para a saúde cardiovascular, evitando o sedentarismo, adotando uma alimentação balanceada e com menos sal, combatendo a obesidade e o consumo excessivo de produtos ultraprocessados, gordurosos e doces.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares — incluindo o infarto fulminante — foram a causa da morte de mais de 370 mil pessoas só em 2019, representando mais de 30% do total de óbitos no Brasil, as complicações cardiovasculares são a principal e maior causa de morte no país.

Grupos de risco

Ninguém está imune a sofrer um infarto fulminante, porém, há pessoas que estão mais propensas a isso, especialmente quem:

- Tem histórico de doenças cardíacas na família

- Está acima dos 40 anos

- É sedentário

- Está acima do peso

- Fuma

- Sofre de hipertensão

- Tem diabetes e/ou colesterol elevado

- Faz uso de álcool ou drogas

- Está com o nível de estresse elevado

O que fazer em caso de suspeita de infarto:

1. Reconheça os sintomas de dor e queimação no peito, sensação de indigestão, falta de ar, cansaço e suor frio;

2. Chame por socorro imediatamente através do telefone 192 do SAMU, ou do seu serviço de atendimento móvel hospitalar particular;

3. Acalme a vítima e evite que faça qualquer tipo de esforço físico;

4. Afrouxe suas roupas e coloque-a deitada em um local tranquilo e ventilado;

5. Ofereça dois comprimidos de ácido acetilsalicílico (AAS), tendo cuidado para se certificar que a pessoa não tenha alergia ao medicamento;

6. Jamais ofereça qualquer líquido ou calmante;

7. Tente obter informações que podem ajudar no atendimento médico, como casos de doenças cardíacas prévias e uso de medicamentos;

8. Caso a pessoa desmaie, ou caso já esteja desmaiada quando encontrá-la, deite-a de barriga para cima e verifique constantemente a presença de batimentos cardíacos e respiração.

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