Saúde

Quando esquecimentos podem indicar Alzheimer? Saiba detalhes

Entenda os sinais e sintomas que podem diferenciar lapsos de memória comuns de condições mais graves, como o Alzheimer

Redação Folha Vitória

Foto: Atlascompany/Freepik

A memória é uma função essencial para a sobrevivência e a qualidade de vida. No entanto, ela pode falhar, especialmente com o envelhecimento. Mas quando esses esquecimentos indicam algo mais sério, como o Alzheimer? Especialistas explicam os sinais de alerta e como distinguir entre lapsos normais e preocupantes.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

Em 2006, um estudo da Universidade da Califórnia Irvine (UC Irvine) destacou a hipertimesia, uma condição rara onde a pessoa tem uma memória autobiográfica extremamente superior.

Embora possa parecer vantajoso, esse excesso de lembranças pode causar prejuízos funcionais e transtornos psíquicos.

"Não é bom lembrar de absolutamente tudo. O processo de esquecimento leve é essencial para o desenvolvimento e o funcionamento normal do cérebro", afirma o neurologista Paulo Caramelli, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em entrevista ao jornal Estadão.

LEIA TAMBÉM: Acordar às 5h da manhã pelo bem da saúde mental? Veja se é possível se tornar uma pessoa matutina

A geriatra Claudia Kimie Suemoto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que faz parte do Advisory Council da Alzheimer’s Association International Society to Advance Alzheimer’s Research and Treatment (ISTAART), complementa que um excesso de memórias pode prejudicar a resposta a novas situações.

Esquecer compromissos importantes ou perder a autonomia são sinais de alerta. Segundo os especialistas, esses esquecimentos afetam a funcionalidade e a vida diária, podendo indicar problemas mais graves.

Com o envelhecimento, é natural haver um declínio sutil na memória, que não deve comprometer a autonomia da pessoa.

“Quando você olha para testes de memória, que utilizamos para diagnóstico clínico, a pontuação média de uma pessoa de 30 anos é diferente daquela de quem tem 70, 80 anos. Ela é um pouco inferior nos indivíduos mais idosos”, explica Caramelli.

Superidosos, entretanto, mantêm uma capacidade de memória comparável à de pessoas muito mais jovens.

Duas funções que sofrem grande impacto com o envelhecimento são a atenção dividida e a velocidade de processamento.

“É comum demorar mais para lembrar o nome de alguém que você conhece”, observa Claudia, em entrevista ao jornal Estadão.

Diversas condições podem causar perda de memória, incluindo uso de medicações com efeito anticolinérgico, abuso de álcool, problemas de sono, menopausa, Covid longa, carência de vitamina B12, depressão, hipotireoidismo, insuficiência renal, insuficiência hepática, doença vascular cerebral, e neurossífilis.

LEIA TAMBÉM | “Healthspan”: saiba a diferença entre viver mais e viver melhor

O registro de informações pelo cérebro é um processo complexo e influenciado pela atenção e pela carga emocional atrelada a uma determinada situação.

"Recebemos informações do mundo através da visão, da audição e do contato. No cérebro, elas são processadas e integradas ao que já conhecemos. Sem memória, sempre teríamos que começar do zero, o que é pouco produtivo em termos de sobrevivência", explica Claudia.

Alzheimer e outras demências

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), demência é um termo amplo que inclui várias doenças que destroem as células nervosas e danificam o cérebro, levando ao declínio da função cognitiva.

O Alzheimer é o tipo de demência mais comum, representando de 50% a 70% dos casos.

Segundo o estudo Global Burden Diseases, publicado no The Lancet Public Health, a estimativa é de que a incidência de quadros demenciais triplique no mundo até 2050.

O diagnóstico é complexo e envolve testes neuropsicológicos, exames de sangue e imagem.

Entre o esquecimento normal do envelhecimento e a demência, existem quadros intermediários como o declínio subjetivo e o déficit cognitivo leve.

Para minimizar a perda de memória, é importante manter hábitos saudáveis ao longo da vida. Atividade física regular, alimentação saudável e estimulação cognitiva são essenciais. Claudia resume: “Ter uma boa função cognitiva é um projeto de vida”.

Quando procurar ajuda?

Esquecer informações emocionais importantes, compromissos ou tarefas diárias pode ser um sinal de alerta e indicar que é hora de buscar ajuda.

"Geralmente, você não se esquece de informações que são relevantes para o seu dia a dia. Esquecer-se sistematicamente de compromissos importantes, de tomar medicação, que está cozinhando com uma panela no fogo, de um trajeto conhecido quando está de carro ou na rua… Isso já é uma situação diferente", exemplifica Caramelli.

*Com informações do Estadão

Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramenta de Inteligência Artificial e revisado por editor do jornal
Pontos moeda