Hepatite que mais mata no Brasil é assintomática e não há vacina para combatê-la
Doença ocorre por meio da transmissão de um vírus que provoca uma inflamação no fígado, podendo acometer pessoas de todas as idades
De acordo com o último Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, foram registrados mais de 42 mil casos de hepatite no Brasil na última década. Os dados também revelam 70.671 óbitos relacionados à doença, sendo que 76% dessas mortes ocorreram em decorrência da hepatite C, para a qual ainda não há vacina.
A doença, como o nome já diz, ocorre a partir da transmissão de um vírus que provoca uma inflamação no fígado, podendo acometer pessoas de todas as idades.
Embora a pesquisa aponte para uma redução de 7% no número de casos registrados nos últimos dez anos, o Ministério da Saúde estima que mais de 500 mil pessoas convivem com o vírus C da hepatite sem saber, uma vez que a doença é assintomática. É justamente por essa razão que, de acordo com a Dra. Michelle Zicker, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o maior desafio no combate às hepatites virais é o diagnóstico precoce.
No entanto, ela explica que alguns sinais podem servir de alerta. “Caso a pessoa apresente febre, mal-estar, náuseas e vômitos, fezes claras, olhos e pele amarelados, deve procurar um médico para realizar os exames”, esclarece.
Segundo a especialista, além das vacinas para evitar a infecção pelos vírus da hepatite A e B, é recomendável realizar o teste para hepatite C pelo menos uma vez na vida adulta, aumentando as chances de um diagnóstico precoce e início do tratamento. Ela ainda ressalta que a hepatite D está associada com a presença do vírus B. Assim, a vacina para hepatite B nos protege indiretamente também em relação a doença causada pelo vírus D.
“Vale frisar que as hepatites B e C, caso não sejam tratadas, podem evoluir para um quadro de doença hepática crônica ou até mesmo câncer de fígado”, destaca a Dra. Michelle.
Campanha
Dessa forma, campanhas como o Julho Amarelo são cruciais para trazer esclarecimento à população e permitir que muitos que vivem com a doença tenham a chance de buscar o melhor tratamento, seja para obter a cura ou mais qualidade de vida.
Além de iluminar suas fachadas de amarelo, o Hospital São Camilo também divulgará informações sobre essa temática nas redes sociais e reforçará junto aos seus profissionais as orientações sobre métodos preventivos e tratamento da doença. O objetivo, com esta ação, é contribuir com a campanha do Ministério da Saúde disseminando informações sobre sintomas, prevenção e tratamento das hepatites virais A, B, C e D.