Saúde

Dor nas costas: entenda os sinais de que algo não vai bem com a saúde

Dor frequente pode ser uma sinal de alerta para doença reumatológica. A boa notícia é que existe tratamento e se feito da maneira correta, pode ser controlada

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Pexels

Ao contrário do que se pensa, a dor nas costas pode ser um sinal de alerta e que merece a sua pronta atenção. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) cerca de 80% das pessoas podem sentir dores nas costas ao menos uma vez na vida. Porém, caso esse desconforto permaneça, deve ser investigado, já que pode ser sinal de uma doença reumatológica crônica chamada espondilite anquilosaste.

De acordo com a médica reumatologista, Bruna Costa, o problema afeta as articulações e pode levar a limitações. A doença não tem cura, mas se for tratada de maneira correta, tem controle.

"Trata-se de uma doença autoimune que tem caráter inflamatório. O principal sintoma é a dor nas costas, podendo se estender para o quadril, joelhos e pés, que também estão entre os pontos de inflamação", disse. Neste caso, a dor possui características específicas. A rigidez matinal é a principal delas. "A pessoa acorda com a dor e percebe a coluna rígida. A dor pela manhã acompanhada de uma rigidez que melhora com o movimento, podendo piorar com o repouso, é um sinal da doença", complementou.

A espondilite é bem diferente da lombalgia, que atinge cerca de 90% da população. É caracterizada por uma dor mecânica, que costuma surgir no fim do dia, quando se fica muito tempo em pé, por exemplo. Além disso, melhora com o repouso.

Se não for diagnosticada e tratada adequadamente, a espondilite leva a limitação dos movimentos e provoca a curvatura da coluna. O quanto antes os cuidados começarem, menores as chances de deformidades.

Diagnósticos costumam demorar

Cerca de 0,2% da população é acometida pela doença. No entanto, figura entre as mais comuns dentro das doenças autoimunes. Vale lembrar que as doenças autoimunes, de maneira geral, são raras.

"É uma pré disposição genética. É importante conscientizar de pessoas de todas as idades podem ser afetadas. Principalmente os homens jovens. A incidência é três vezes mais que o sexo feminino, na idade entre 20 e 40 anos de idade. O grande desafio está relacionado ao diagnóstico que leva em média até 5 anos para acontecer", explicou a médica.

Como é feito o tratamento da espondilite anquilosaste?

O tratamento para a espondilite inclui fisioterapia, medicamentos como antiinflamatórios e agentes imunobiológicos. Considerados um avanço nos cuidados das doenças autoimunes, são capazes de atuar nos lugares específicos das vias imunológicas e inflamatórias da doença.

O principal objetivo é cessar a inflamação, diminuir a dor e promover qualidade de vida ao paciente.

É fato que o tratamento com os agentes imunobiológicos são caros, porém, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a saúde suplementar costumam cobrir com tranqüilidade. "Os pacientes têm acesso ao remédio", destacou a reumatologista. além disso, é fundamental realizar o acompanhamento com o especialista, após remissão, para que seja feito o controle periódico da doença.

Pontos moeda