Saúde

Queda de cabelo: principais causas, cuidados essenciais e tratamento

Descubra as principais causas da queda de cabelo e os cuidados necessários para um tratamento eficaz. Saiba mais sobre alopecia androgenética, areata e outros tipos

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Freepik

A queda de cabelo pode ser um desafio para muitos, sendo uma das queixas mais comuns nos consultórios dermatológicos. No entanto, é importante distinguir entre os diversos tipos de alopecia para um tratamento eficaz. Saiba mais sobre as causas e como cuidar dos seus cabelos.

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A calvície, ou alopecia androgenética, é a forma mais comum de queda de cabelo, afetando milhões de pessoas globalmente. Essa condição genética é influenciada pelos hormônios masculinos, que enfraquecem os folículos capilares ao longo do tempo.

"É muito comum as pessoas chamarem toda perda de cabelo de calvície. Mas a calvície é apenas mais um tipo de queda de cabelo, e seu nome correto é alopecia androgenética. Existem mais de 50 tipos de alopecias e, por isso, é tão importante que o diagnóstico seja feito por um especialista", explica Fabiane Mulinari Brenner, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em entrevista ao Estadão. 

Ela também é coordenadora do Ambulatório de Distúrbios do Cabelo do Hospital das Clínicas de Curitiba, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Calvície em homens e mulheres

A alopecia androgenética, conhecida como calvície, é a causa mais comum de queda de cabelo globalmente. Este problema é geneticamente determinado e influenciado pelos hormônios masculinos que afetam os folículos capilares. 

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Cada ciclo capilar, com duração de cerca de seis anos, faz com que os fios fiquem mais finos, resultando em um couro cabeludo mais exposto.

A calvície tende a aumentar com o envelhecimento e é mais prevalente entre os caucasianos, seguidos pelos asiáticos e, finalmente, pelos negros.

Apesar de ser frequentemente associada aos homens, estudos mostram que, aos 50 anos, cerca de metade das pessoas, sejam homens ou mulheres, terá algum grau de calvície. A diferença reside na manifestação da condição entre os sexos.

"A do homem começa, na maioria das vezes, com o aumento das entradas, ou seja, com um espaço maior na região das têmporas e na região da coroa", diz a dermatologista Juliana Campos, da SBD, ao Estadão. "Nelas, a área frontal do couro cabeludo normalmente é mantida e a perda de volume de cabelos ocorre na região central do couro cabeludo, num padrão que chamamos de ‘árvore de natal’", explica a médica.

Embora normalmente identificada após os 40 anos, a calvície pode começar na pré-puberdade ou adolescência, com a ação dos hormônios masculinos. A alopecia androgenética é uma condição crônica e progressiva que se agrava com o tempo.

"A alopecia androgenética acontece de forma lenta, mas persistente. O folículo tende a perder o fio e ficar em repouso. Dessa forma, temos mais fios caindo do que fios em crescimento. O fio vai ficando cada vez mais fino e com menor comprimento. Ao longo do tempo, acontece uma perda de volume", esclarece Juliana.

Outros tipos de queda de cabelo

Existem mais de 50 tipos de alopecia, cada um com causas e tratamentos específicos:

Alopecia areata: caracterizada por queda súbita de cabelo em áreas específicas, é uma condição autoimune que pode estar associada a outras doenças autoimunes.
Eflúvio telógeno: uma queda volumosa de cabelo desencadeada por eventos estressantes, cirurgias ou doenças como a covid-19.

Queda de cabelo é sintoma, não diagnóstico

Perder entre 50 e 150 fios de cabelo por dia é normal. A preocupação deve surgir quando há uma mudança perceptível no padrão de queda.

"Queda de cabelo é um sintoma, como febre. Diversas doenças fazem febre, assim como diversas doenças causam queda de cabelo. Cabe ao médico dermatologista investigar e encontrar a causa do problema e nem sempre isso é tão simples como parece", destaca Fabiane.

O diagnóstico da alopecia é clínico, auxiliado por exames como dermatoscopia e, raramente, biópsia. Exames de sangue são usados para verificar deficiências nutricionais e alterações hormonais.

Tratamento correto depende da origem do problema

Embora não haja cura para a calvície ou outras formas de alopecia, o controle é possível. O sucesso do tratamento depende de um diagnóstico correto e da escolha de terapias apropriadas, evitando gastos desnecessários e resultados insatisfatórios.

"Errar no tratamento é perder tempo e cabelo. Tempo é cabelo. Tratar queda de cabelo é um processo de difícil manejo, muitas vezes é um desafio. Usar medicamentos sem base científica só nos faz perder tempo", adverte Juliana.

Para a calvície androgenética, são prescritos medicamentos que diminuem a ação dos hormônios masculinos nos folículos, como finasterida e dutasterida, conhecidos como antiandrógenos.

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É crucial lembrar que a calvície é um processo contínuo e incurável. Interromper o tratamento faz com que o problema progrida novamente.

Em alguns casos, o laser de baixa potência é recomendado como complemento, junto com medicações tópicas. Pesquisas sobre microinfusão de medicamentos e uso de plasma rico em plaquetas ainda não têm comprovação científica definitiva.

Foto: Divulgação / Pexel

Para a alopecia areata, uma doença autoimune, anti-inflamatórios potentes como corticoides são utilizados, apesar dos muitos efeitos colaterais. Novos imunossupressores específicos e um medicamento biológico aprovado pela Anvisa oferecem menos efeitos adversos.

"É como se fosse a chave-fechadura. Enquanto os corticoides desligam a chave-mestra e causam um grande apagão, esses novos imunossupressores desligam uma chave específica. O problema é que, a princípio, o paciente terá que usar essa medicação pelo resto da vida e o custo mensal é muito alto, em torno de R$ 5 mil", diz Fabiane.

É fundamental evitar suplementos vitamínicos ou xampus antiqueda sem orientação médica, pois não resolvem a causa do problema e podem aumentar a frustração.

O transplante capilar é a última opção, indicado após tentativas de outros tratamentos sem sucesso. É necessário continuar o tratamento mesmo após o transplante e ter uma área doadora adequada de folículos.

A abordagem adequada para a queda de cabelo envolve um diagnóstico preciso e um tratamento baseado em evidências científicas. Na dúvida, consulte seu dermatologista.

*Com informações do Estadão

Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramenta de Inteligência Artificial e revisado por editor do jornal
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