Saúde

O que é "língua de cobra"? Saiba riscos de procedimento feito por Andressa Urach

A bifurcação da língua consiste em dividir o músculo ao meio, tornando-a com o aspecto similar ao de uma cobra. Especialista faz alerta para os perigos da cirurgia

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Instagram @andressaurachoficial - Arte Folha Vitória

Dois dias após passar por um procedimento de bifurcação da língua, a influenciadora e modelo, Andressa Urach, compartilhou em uma de suas redes sociais como está o processo de cicactrização da cirurgia. Segundo ela, a recuperação tem sido dolorosa e, inclusive, vem enfrentando dificuldades para se alimentar.

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O procedimento consiste em dividir a língua ao meio, tornando-a como a de uma cobra. Com isso, os movimentos passam a ficar independentes, permanecendo isolados uma metade da outra.

"Estou salivando muito, tenho duas ínguas no pescoço, não consigo falar e está muito inchada a língua que quase não cabe na boca. Dói bastante. Para engolir é bem difícil, estou tomando sopa batida de liquidificador para me alimentar", descreveu.

Quais os riscos do procedimento de bifurcação da língua?

O fato é que o procedimento que divide o músculo ao meio, que também é popularmente conhecido como "língua de serpente" caiu no gosto de adeptos a alterações corporais há alguns anos. Porém, especialistas alertam para os inúmeros riscos de uma cirurgia como essa.

Para entender melhor os impactos disso a reportagem do Folha Vitória conversou com Diego Rocha Moreira, cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Albert Sabin de São Paulo.

"A bifurcação da língua, também conhecida como "língua bifurcada" ou "língua dividida," é um procedimento de modificação corporal em que a língua é cortada na linha média para criar uma aparência de "língua de cobra," com duas pontas separadas. Esse procedimento é realizado principalmente por profissionais de modificação corporal, como body piercers ou tatuadores especializados em modificações extremas", explica.

Segundo Diego, de modo geral, o procedimento envolve o uso de bisturi ou outro objeto cortante. "Após o corte é utilizado pontos para controlar o sangramento e ajudar na cicatrização. A cicatrização pode levar várias semanas causando dor e dificuldades temporárias na fala e na alimentação".

O cirurgião pontuou ainda os riscos que devem ser considerados com o procedimento. Veja:

1. Infecção;
2. Hemorragia;
3. Dificuldades na fala;
4. Dificuldade na alimentação.

Com relação a queixa do aumento de salivação, o médico alerta que não se trata de uma alteração de fato.

"O que ocorre é que como a língua fica bastante edemaciada (inchada) e dolorida, a pessoa passa a movimentá-la menos, fazendo menos esforço para deglutir (engolir) a própria saliva que foi produzida por ela mesma, e assim a pessoa aparenta estar babando e com muita salivação".

É possível reverter o procedimento?

O cirurgião falou também sobre a possibilidade de reverter a bifurcação. “Pode-se tentar reverter o processo, porém, como não ficaram como antes, podendo ainda gerar problemas para falar e engolir”.

A respeito do processo de cicatrização, Diego lembra que leva tempo. “A cicatrização é lenta e pode demorar até 01 mês para, sendo que a pessoa pode levar até alguns meses para recuperar totalmente as funções de delgutição e fonação e muitas vezes uma terapia com fonoaudiólogico pode ser necessário para esta reabilitação”, finaliza.

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