Saúde

Regra dos 5 segundos: é seguro comer alimentos que caíram no chão?

Pesquisa revela que a famosa regra dos 5 segundos pode não ser tão eficaz para evitar contaminações quanto se pensava. Descubra os detalhes e os riscos associados

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/ Freepik

Basta um piscar de olhos e logo você se depara com a cena do pão caindo no chão instantes após passar aquela generosa camada de manteiga. E é aí que entra em cena a famosa "regra dos 5 segundos".

Para quem nunca ouviu falar, ela consiste em retirar rapidamente do chão um alimento que porventura tenha caído nele. Ou seja, supostamente, desde que você pegue o alimento dentro desse tempo determinado, ainda é seguro comê-lo. Será mesmo?

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Um estudo conduzido por pesquisadores em Nova Jersey, nos Estados Unidos, destacou que essa prática não é nem um pouco segura para a saúde. 

Donald Schaffner, um dos autores do trabalho e professor da Rutgers, disse que as pessoas acaba acreditando que se a comida for pega do chão rapidamente as bactérias não teriam tempo para se transferirem para ela.

Como foi feita a pesquisa?

O alimentos testados foram: melancia, balas de goma, pão com manteiga e pão sobre quatro superfícies diferentes: carpete, madeira, cerâmica e aço inoxidável.

Esses alimentos ficaram expostos nessas superfícies por menos de 1 segundo, 5 segundos, 30 segundos e 300 segundos. Nelas, os pesquisadores colocaram uma bactéria chamada Enterobacter aerogenes. Trata-se de uma espécie de "prima" da Salmonella, porém que não desencadeia a doença.

No fim do estudo, os cientistas concluíram que a melancia foi o alimento com maior taxa de contaminação. Já a bala de goma, com a menor.

"As bactérias não têm pernas, elas se movem com a umidade e, quanto mais úmido o alimento, maior o risco de transferência. Além disso, tempos de contato mais longos com alimentos geralmente resultam na transferência de mais bactérias de cada superfície para os alimentos", explicou Schaffner.

Foi na superfície de aço inoxidável onde mais houve transferência de bactérias para os alimentos. A madeira, apresentou variações. É importante destacar que a regra de 5 segundos até pode fazer algum sentido se levarmos em consideração que um tempo maior de contato leva a uma maior transferência de bactérias.

Em alguns casos, eles já estavam contaminados em menos de um segundo depois de tocarem o solo.

Risco de gastroenterites

Segundo especialistas, entre os maiores riscos para a saúde estão as infecções e doenças que levam a quadros de mal-estar, vômitos, diarréia e inclusive febre em alguns casos. 

Atenção e cuidado redobrado para crianças e idosos fazem parte do grupo com riscos de complicações.

6 sintomas comuns da gastroenterite

1. Náusea e vômito: sensação de enjoo e vômitos frequentes são sintomas iniciais comuns, especialmente em gastroenterites virais e bacterianas. O vômito pode ser persistente e causar grande desconforto;

2. Diarreia: fezes líquidas e frequentes são características da gastroenterite. A diarreia pode variar de leve a severa e, em casos mais graves, pode levar à desidratação;

3. Dor abdominal e cólicas: dores e cólicas na região abdominal são comuns;

4. Febre: a febre é um sintoma que pode acompanhar a gastroenterite. Pode ser de baixa a moderada e normalmente desaparece conforme a infecção melhora;

5. Dor de cabeça: sintoma menos comum, mas pode ocorrer, especialmente se houver febre e desidratação;

6. Mal-estar geral e fadiga: a sensação geral de mal-estar e cansaço pode ser resultado da perda de líquidos e nutrientes.

Sinais de Alerta

Alguns sinais podem indicar algo mais grave decorrente da gastroenterite. No caso da desidratação, são: boca eca, redução da frequência urinária, urina escura, e sensação de muita sede. Em casos graves, pode ocorrer confusão, fraqueza e diminuição da pressão arterial.

Caso haja sangue ou muco nas fezes, é imprescindível buscar atendimento médico imediatamente.

*Com informações do R7

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