Saúde

Seu filho possui transtorno na fala? Quando buscar ajuda e sinais de alerta

Saiba quais são os sintomas comuns que podem indicar a necessidade de avaliação profissional para transtornos na fala em crianças

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Freepik

Atraso na fala, na linguagem. Por vezes mais lento e em outras mais complicado. Dificuldade de combinar palavras, de articulação. 

O fato ´e que alguns sinais podem ajudar bastante a identificar quando é motivo ou não de preocupação, afinal, é sempre importante lembrar que cada criança se desenvolve no seu próprio tempo.

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Um transtorno ainda pouco conhecido e que atinge duas em cada mil crianças no Brasil é a Apraxia de Fala na Infância (AFI). O distúrbio é neurológico e afeta diretamente a produção dos sons da fala. 

“A apraxia atinge o planejamento e a programação das sequências de movimentos necessários para produzir a fala, pois o cérebro não envia os comandos adequados para os articuladores, dificultando a produção das palavras. É uma alteração funcional e que nem sempre é detectada em exames para o estudo do cérebro, como ressonância e tomografia", pontua Elisabete Giusti, fonoaudióloga e Conselheira Técnica da Associação Brasileira de Apraxia da Infância.

O diagnóstico

O profissional responsável pelo diagnóstico da apraxia é o fonoaudiólogo que tenha experiência em transtornos de fala e de linguagem, inclusive, contemplando os distúrbios motores de fala. 

A intervenção precoce pode fazer uma diferença significativa no progresso da criança, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades de comunicação mais eficazes, reduzindo os impactos negativos no desenvolvimento social e acadêmico.

Elisabete elaborou uma lista com dez tópicos que servem como alerta e informação para os pais e responsáveis. É importante lembrar que a presença de um ou mais sintomas em uma criança não significa necessariamente que ela tenha o problema específico. 

Sempre procure orientação profissional especializada para obter um diagnóstico preciso.

1. Bebês muito quietos, silenciosos ou com pouco balbucio de sons;

2. Atraso no aparecimento das primeiras palavras;

3. A criança com Apraxia geralmente compreende o que falamos com ela, mas não consegue se expressar bem. Os pais notam uma discrepância entre a compreensão e a expressão;

4. Produção inadequada da fala. Falam apenas as vogais ou as sílabas isoladas, como “pa” no lugar de papai, ou ainda conseguem falar os sons mais fáceis como o do “P” e do “M”;

5. Apresenta dificuldade para falar todas as vogais (às vezes, o som do “É” sai como “A” ou “E”. Exemplo: “pa” se referindo a “pé”);

6. Os movimentos orais, como colocar a língua para fora ou encher as bochechas podem estar alterados. Os pais percebem que não há uma boa movimentação dessas estruturas orais. O sopro é fraco (ela tem dificuldade para encher bexigas, para soprar língua de sogra, etc).

7. Pode ter uma coordenação motora global não muito organizada. São crianças desajeitadas no correr, no pular. A coordenação motora fina também pode estar prejudicada (não consegue segurar o lápis adequadamente, tem dificuldade com jogos de encaixe para atividades manuais que exigem coordenação motora fina).

8. Pode falar corretamente uma palavra em um contexto e depois “perder” esta palavra. Tenta falar de novo e sai de um jeito diferente;

9. Crianças com Apraxia podem ter dificuldades escolares.

10. A criança com Apraxia também pode ter dificuldades emocionais. Os pais percebem que o (a) filho (a) até tenta falar, mas não consegue, o que pode causar frustração, baixa autoestima. Algumas crianças ficam agressivas e irritadas.

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