Saúde

Vinho tinto: por que ele já não é mais considerado bom para o coração?

Após décadas de elogios, o vinho tinto perdeu sua reputação como bebida saudável. Entenda como a ciência mudou e o que os especialistas dizem sobre os riscos do álcool

Redação Folha Vitória

Foto: Foto: Pixabay

Durante os anos 90, o vinho tinto ganhou notoriedade como uma bebida saudável, elogiada por seus benefícios para o coração. 

No entanto, novas pesquisas e revisões científicas têm desafiado essa visão. Entenda como o vinho tinto deixou de ser considerado um aliado da saúde cardiovascular e os riscos associados ao seu consumo.

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Em 1991, o programa americano 60 Minutes apresentou um "paradoxo francês": como os franceses, com uma dieta rica em gorduras saturadas, poderiam ter taxas mais baixas de doenças cardíacas? 

A resposta sugerida na reportagem foi o vinho tinto, que, segundo os médicos da época, ajudaria a prevenir o acúmulo de coágulos nas artérias.

Esse conceito ganhou popularidade rapidamente, com o consumo de vinho tinto nos Estados Unidos aumentando 40% em menos de um ano após a reportagem. Entretanto, o que parecia uma solução promissora para a saúde do coração começou a ser questionado.

A evolução da pesquisa sobre álcool e saúde

Nos anos 90, uma série de estudos reforçou a ideia de que o consumo moderado de álcool, incluindo vinho tinto, estava associado a um menor risco de doenças cardiovasculares. 

Um estudo de 1997 mostrou que pessoas que bebiam pelo menos uma bebida alcoólica por dia tinham até 40% menos probabilidade de morrer de doenças cardíacas.

No entanto, críticas começaram a surgir. Alguns pesquisadores sugeriram que os benefícios observados poderiam ser resultado de outros fatores, como a maior escolaridade e o estilo de vida saudável dos bebedores moderados.

Revisões e novas descobertas

A análise crítica dos estudos existentes começou a ganhar força no início dos anos 2000. A pesquisadora Kaye Middleton Fillmore e sua equipe descobriram, em 2006, que os benefícios atribuídos ao consumo moderado de álcool poderiam não ser reais. 

O impacto foi significativo, com manchetes em todo o mundo desafiando a crença popular de que o vinho tinto era benéfico para o coração.

Estudos mais recentes confirmaram essas descobertas, com uma pesquisa de 2022 apontando que o consumo de álcool, mesmo que moderado, pode aumentar o risco de problemas cardíacos, como pressão alta e arritmias.

Riscos atuais e perspectivas

Os especialistas agora alertam que o consumo de álcool não oferece os benefícios cardiovasculares anteriormente acreditados e pode, na verdade, aumentar o risco de problemas de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o álcool como cancerígeno, uma realidade que surpreende muitos pacientes.

Jennifer L. Hay, psicóloga da saúde do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, observou que muitos pacientes ficam chocados ao descobrir que o vinho, assim como outras bebidas alcoólicas, pode aumentar o risco de câncer. 

Embora alguns polifenóis no vinho possam ter propriedades antioxidantes, não há evidências conclusivas de que o vinho tinto seja menos prejudicial do que outras formas de álcool.

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Embora o vinho tinto contenha compostos que podem oferecer alguns benefícios, os riscos associados ao seu consumo superam os potenciais efeitos positivos. Para a maioria das pessoas, uma taça ocasional pode ser segura, mas não deve ser considerada uma forma de promover a saúde cardiovascular. 

É importante estar informado sobre os riscos e ajustar os hábitos de consumo de acordo com as recomendações atuais de saúde.

*Com informações do The New York Times

Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramenta de Inteligência Artificial e revisado por editor do jornal



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