Saúde

Vitamina D: suplementação passa a ser indicada só para grupos específicos

Sociedade Americana de Endocrinologia atualiza recomendações sobre o uso de vitamina D; saiba quem deve suplementar e os riscos do uso indiscriminado

Foto: Reprodução/Freepik

A suplementação de vitamina D tornou-se comum, mas a nova diretriz da Sociedade Americana de Endocrinologia, divulgada em junho, recomenda uma abordagem mais cautelosa. 

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As novas diretrizes desaconselham o uso indiscriminado e destacam quais grupos realmente necessitam de doses suplementares.

Por que as novas diretrizes foram necessárias

A endocrinologista Marise Lazaretti, membro da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que a necessidade de novas diretrizes surgiu devido ao uso excessivo e sem controle da vitamina D.

“Muitas pessoas tomam vitamina D em quantidades desreguladas, sem evidências claras de benefícios”, afirma Lazaretti.

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Desde as diretrizes anteriores de 2011, novos estudos foram publicados, o que levou à criação de um painel multidisciplinar para revisar e atualizar as recomendações. O objetivo é proporcionar uma abordagem baseada em evidências e evitar o desperdício de recursos de saúde.

Função da vitamina D no organismo

A vitamina D é crucial para a regulação dos níveis de cálcio e fósforo no sangue, o que é essencial para a saúde óssea. Além disso, ela desempenha um papel importante nas funções musculares e imunológicas.

De acordo com as novas diretrizes, alguns grupos precisam de suplementação de vitamina D sem a necessidade de exames prévios:

- Crianças e adolescentes (1 a 18 anos): a suplementação reduz o risco de raquitismo e infecções respiratórias agudas;

- Idosos (acima de 75 anos): ajuda a minimizar o risco de mortalidade;

- Gestantes: Protege contra pré-eclâmpsia, parto prematuro e baixo peso ao nascer.

- Pessoas com pré-diabetes: reduz a probabilidade de desenvolver diabetes.

Para a maioria dos adultos com menos de 75 anos e sem condições pré-existentes, a suplementação rotineira é desaconselhada.

Peculiaridades no Brasil

No Brasil, um país tropical com abundante luz solar, a principal fonte de vitamina D é a exposição ao sol. 

Portanto, além dos grupos específicos mencionados, outras pessoas em risco de deficiência incluem mulheres, obesos, indivíduos com pele escura e aqueles que residem em regiões com menos sol, como o Sul do país.

Riscos do excesso de suplementação

Embora a suplementação seja benéfica para certos grupos, o uso excessivo pode levar a intoxicação. 

“Altas doses prolongadas podem causar elevação do cálcio no sangue, náusea, vômito, fraqueza, e até insuficiência renal”, alerta o endocrinologista Carlos Andre Minanni, do Hospital Israelita Albert Einstein. Em casos extremos, podem ocorrer alterações neuropsiquiátricas e pancreatite.

Para evitar os riscos da suplementação inadequada, é crucial consultar um especialista antes de iniciar qualquer regime de suplementos. Somente um profissional pode orientar sobre a dosagem adequada e a necessidade real de suplementação de vitamina D.

*Com informações da Agência Einstein

Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramenta de Inteligência Artificial e revisado por editor do jornal