Saúde

Cerca de 75% dos adolescentes têm algum tipo de adoecimento emocional, segundo pesquisa realizada com jovens brasileiros

O estudo feito em escolas públicas e privadas de cinco capitais brasileiras, ouviu mais de 3 mil jovens com idade entre 11 e 17 anos.

Foto: Divulgação / Pexel
Característica da geração do século 21 é a dependência com a internet, que os faz ficarem trancados, isolados em seu quarto, sem troca de diálogos e experiências reais. 

Depressão em diferentes graus, bulimia, anorexia, síndrome do pânico, crise de ansiedade, uso abusivo de álcool e automutilação. Todos esses transtornos foram identificados na grande maioria de crianças e adolescentes entrevistados em uma pesquisa realizada em escolas públicas e privadas de cinco capitais brasileiras. Entre os mais de 3 mil ouvidos, de 11 a 17 anos, 75% demonstraram ter algum tipo de adoecimento emocional ou mental.

O estudo foi realizado pelo neuropsicólogo Hugo Monteiro Ferreira, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco. O resultado do levantamento foi compilado no livro “A Geração do Quarto: Quando Crianças e Adolescentes Nos Ensinam a Amar”.

Mas por que esses problemas estão acontecendo justamente na fase associada a descobertas, juventude e prazeres? A resposta pode estar ligada ao novo estilo de vida da adolescência e da juventude, a “geração do quarto”, que vivencia relações pessoais de forma diferenciada das gerações anteriores.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Maria Tereza Samora é psicopedagoga, coach life de crianças e adolescentes e analista comportamental. 

A psicopedagoga, coach life de crianças e adolescentes e analista comportamental, Maria Tereza Samora, explica que a característica desta geração é a dependência com a internet. “Quando estão em casa chegam a ficar mais de seis horas por dia em seus quartos, isolados, sem diálogos e sem troca de experiências com pessoas reais”, explica.

Ela comenta que os pais podem ajudar! O primeiro passo é entender que a adolescência é um processo que envolve fatores biológicos de mudanças físicas e hormonais, mas que não dura para a vida toda. É fundamental ter um olhar de empatia, demonstrar que se importa de verdade com eles, cessar os julgamentos, ter um tempo de qualidade, descobrir o que eles gostam e entrar no mundo deles. “Os adolescentes precisam de conexão, disciplina e comunicação não violenta”, destacou.

Também é importante acompanhar a vida virtual do filho. “Converse com as crianças sobre o que ela tem visto na internet, oriente e ouça. Ensine com responsabilidade, sendo gentil e firme ao mesmo tempo”, indicou.