Saúde

Não é câncer, mas é grave! Você sabe o que é prostatite? Problema é causado por bactéria e atinge os homens

Inflamação surge na próstata, mas não é câncer! Homens com idade entre 30 e 50 anos são os que mais sofrem com o problema

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Atualmente não há evidências claras de que a prostatite aumente as chances de desenvolver o tumor na próstata. 

Você já ouviu falar em prostatite? É uma inflamação que surge na próstata e afeta, principalmente, homens entre 30 e 50 anos. A prostatite pode se manifestar de forma aguda ou crônica. 

De acordo com o urologista Marco Aurélio Lipay, o problema em sua forma aguda é causado pela bactéria Escherichia Coli, contudo, outras bactérias, como Proteus, Klebsiella, Enterobacter, Pseudomonas e Serratia, também podem desencadear a prostatite.

Também existem formas menos frequentes de prostatite que estão relacionadas à tuberculose (Mycobacterium tuberculosis); prostatite micótica causada por fungos, e também no ato sexual (Neisseria gonorrhoeae).

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Marco Aurélio Lipay é Titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia. 

O médico explicou que a prostatite não é câncer de próstata e atualmente não há evidências claras de que ela aumenta as chances de desenvolver a doença. "O importante é identificar o problema nas fases iniciais e iniciar o tratamento precocemente, a fim de evitarmos complicações severas e até a morte", alertou o urologista. 

O médico tirou algumas dúvidas. Veja:

Diagnóstico 

Faz-se identificando os sinais e sintomas, além de examinar o paciente e solicitar exames complementares de urina, sangue, esperma e imagem, como ultrassonografia ou tomografia.

Formas de manifestação da doença e fatores de risco 

A prostatite aguda é a forma mais preocupante e os sintomas se manifestam de modo rápido. O paciente pode sentir ardor na uretra, urgência miccional, sangue na urina, secreção uretral e febre, além de dor dentro ou em volta do pênis, testículos, ânus e abdome inferior. Essa infecção pode evoluir para retenção urinária aguda e necessitar de sondagem (drenagem da urina) e hospitalização.

Os fatores de risco para prostatite aguda incluem: diabetes, problemas intestinais, uso de imunossupressores como corticoides e quimioterápicos, passado recente de infecção urinária, uso de sonda urinária de demora, biópsia de próstata (para o diagnóstico de câncer de próstata), infecção sexualmente transmissível (DST), ser soropositivo para o HIV ou ter realizado sexo anal sem preservativo.

Na prostatite crônica, os sintomas surgem e desaparecem por um período de vários meses e geralmente não é causada por uma infecção bacteriana. Os pacientes relatam dor dentro e ao redor do seu pênis, testículos, ânus, parte inferior do abdome ou parte inferior das costas, sem febre.

Os fatores de risco para prostatite crônica incluem passado de prostatite aguda, condições abdominais dolorosas, como síndrome do cólon irritável, má formação anatômica no trato urinário ou porção terminal do intestino.

Tratamento 

Na forma aguda: inclui analgésicos e um ciclo de antibióticos de duas a quatro semanas; e em algumas situações, o tratamento hospitalar também pode ser necessário. "As principais complicações são raras quando o início do tratamento é precoce e o curso recomendado de antibiótico é utilizado adequadamente, mas podemos observar, em algumas situações: retenção urinária aguda; abscesso prostático e até sepse (infecção generalizada)", explicou o médico. 

Na forma crônica: geralmente visa controlar os sintomas com analgésicos e anti-inflamatórios, além de remédios que melhoram a dinâmica miccional a partir do relaxamento da musculatura do colo da bexiga e próstata.