Saúde

Remédios podem afetar a audição de bebês e crianças

Surdez revelada por filha de Regina Casé alerta sobre riscos de perda de auditiva na infância

Foto: Divulgação
Caso o bebê apresente algum fator de risco para perda auditiva, ele precisará ser encaminhado para avaliações complementares para acompanhamento. 

O drama de muitas mães que dão à luz bebês prematuros é vê-los na UTI Neonatal das maternidades, em alguns casos por vários meses seguidos. São grandes os riscos para a saúde, pois prematuros têm órgãos e sistemas que não estão completamente desenvolvidos e alguns também nascem com anomalias. 

O que muitas mulheres não sabem é que, entre as possíveis sequelas após tanto tempo de tratamento, está a perda de audição. Muitos recém-nascidos precisam tomar remédios ototóxicos (tóxicos para os órgãos do sistema auditivo), como determinados antibióticos, para combater infecções e acabam sofrendo danos auditivos, em maior ou menor grau. 

As ameaças à audição são ainda maiores por causa do intenso barulho dentro da incubadora, que pode chegar a até 100 decibéis; além do ruído de outros aparelhos e até das conversas entre médicos e enfermeiras naquele ambiente.

Caso 

Recentemente, a filha da atriz Regina Casé, Benedita Casé Zerbini, falou pela primeira vez sobre o seu problema de surdez, em post publicado em seu perfil no instagram. Ela revelou que ficou praticamente surda aos quatro anos, por ter sido medicada com remédios ototóxicos.

“Nasci ouvinte, mas logo em seguida tive uma complicação grave e fui medicada com remédios ototóxicos que acabaram prejudicando minha audição. Com quatro anos de idade coloquei aparelho auditivo, logo depois que descobrimos a minha surdez, que é severa e nos dois ouvidos”, relatou Benedita, que completou, em tom de desabafo: “Agora, quando olho para trás e vejo tudo o que consegui realizar, me formei em design gráfico, trabalho com audiovisual, me casei, tenho um filho, percebo que chegou a hora de aproveitar a minha visibilidade para que outras pessoas que estejam recebendo um diagnóstico nesse momento ou passando por situações semelhantes, busquem reabilitação auditiva e vejam que é possível, sim, ir muito mais longe do que a gente imagina!”.

Dados 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a perda auditiva, em geral, demora para ser identificada e só é realmente descoberta quando as crianças têm atraso na fala, ou ainda mais tarde, têm dificuldades de aprendizagem na fase de alfabetização.

“Por esse motivo o teste da orelhinha é uma avaliação obrigatória. É feito logo após o nascimento para checar a audição do bebê. Ele é muito importante, mas os problemas auditivos podem aparecer depois, ainda na infância. Por isso, é preciso estar sempre alerta e realizar novos testes nas crianças, sempre que houver suspeitas. Caso o bebê apresente algum fator de risco para perda auditiva, ele precisará ser encaminhado para avaliações complementares para acompanhamento”, explica a Fonoaudióloga Marcella Vidal. 

“Aconselho aos pais que suspeitam que seus filhos têm dificuldades de audição que procurem um médico otorrino-pediatra o mais rápido possível. A partir do resultado das avaliações audiológicas, é indicado o tratamento mais adequado. Uma das opções é a adaptação aos aparelhos auditivos, que quando bem adaptados, seguindo as boas práticas da adaptação pediátrica, dão suporte à (re) habilitação auditiva e de linguagem da criança, garantindo um desenvolvimento saudável”, conclui a especialista.

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