Saúde

Clínica de estética no ES registra 12 casos de micobactéria

Sala de cirurgia e procedimentos foram suspensos após os casos, que tiveram pico entre março e abril. Apesar dos registros, a Secretaria de Saúde afirma que não há surto de casos no Espírito Santo

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Pexels

Uma clínica de estética privada no Espírito Santo registrou, neste ano, 12 casos positivos de micobactérias. As inspeções realizadas pela Vigilância Sanitária apontaram para o aumento de casos nos meses de março e abril.

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), a clínica, que não teve o nome e o município onde funciona divulgados, realizou as adequações necessárias e os casos foram controlados.

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Os tipos de micobactéria têm características distintas, mas são altamente resistentes e podem levar a doenças graves e até a morte quando não tratadas adequadamente.

Cirurgias foram suspensas e sala interditada

De acordo com a Sesa, por algumas inadequações verificadas durante uma inspeção sanitária, as cirurgias de mama precisaram ser suspensas até completa adequação das regras sanitárias. 

Em julho deste ano houve a interdição de uma sala cirúrgica e, em agosto, a interdição de um dos procedimentos cirúrgicos.

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A secretaria destacou, em nota, que o local recebeu autos de infração, ainda em tramitação, e também teve interdições parciais.

Segundo a pasta, diante do aumento dos casos no local, medidas para o controle do evento infeccioso foram adotadas. Entre elas, a revisão dos processos de trabalho, como materiais cirúrgicos, e os fluxos de pacientes.

Não há surto de micobactéria no ES, afirma Sesa 

A Sesa destacou, no entanto, que não há surto de micobactéria no Estado e que realiza vigilância ativa de casos de micobactéria de crescimento rápido durante todo o ano. 

"É um monitoramento contínuo que faz parte das ações de rotina da Vigilância Sanitária Estadual. As equipes realizam inspeção e análise de notificações nos estabelecimentos, com monitoramento das práticas de prevenção e controle de infecção, e acompanhamento dos indicadores de resultados. A atuação das instituições também é acompanhada para que as adequações estabelecidas sejam adotadas", frisou a secretaria.

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A pasta destacou ainda que, eventualmente, a micobactéria é identificada em infecções cirúrgicas em todo o país. Em 2019, foram confirmados 11 casos no Espírito Santo, assim como no ano seguinte. Em 2021, foram oito casos positivos. 

De acordo com a legislação vigente, a responsabilidade do tratamento e acompanhamento do paciente é da clínica.

"A Vigilância Sanitária faz a gestão do risco com objetivo de controlar o surto e garantir o restabelecimento da segurança do procedimento, além de cobrar do estabelecimento de saúde o suporte ao paciente", esclareceu a secretária.

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A Sesa destacou que qualquer procedimento invasivo oferece riscos, por isso é importante que o paciente converse com o médico para obter informações precisas sobre possíveis complicações.

O que é micobactéria? 

A micobactéria é um grupo de bactérias que podem ser encontradas na água, na terra, nos alimentos e em animais. Elas são divididas em micobactéria tuberculosa, que causam doenças como tuberculose e hanseníase, e micobactéria não-tuberculosa, que provocam infecções pós-cirúrgicas.

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As micobactérias não tuberculosas são classificadas em dois grupos, de acordo com a velocidade de crescimento. Segundo o guia de recomendações para o diagnóstico e tratamento das doenças causadas por micobactérias não tuberculosas no Brasil, no Ministério da Saúde, e as infecções pulmonares e de linfonodos são causadas principalmente por crescimento lento, enquanto as infecções de pele, tecidos moles, ossos e articulações são causadas mais frequentemente por crescimento rápido.

Alguns tipos da micobactéria podem ter alta patogenicidade e, quando não tratadas adequadamente, podem levar a doenças graves e até a morte.