Catapora mata? Entenda riscos da doença após surto em cidade do ES

Foto: Reprodução/Freepik

Altamente contagiosa, a catapora é uma doença infecciosa causada pelo vírus varicela-zoster. Caracterizada por feridas avermelhadas que se espalham por todo o corpo, também provocam coceira. De maneira geral, se manifestam com maior frequência em crianças, mas também acometem adultos.

No início da semana, um surto da doença foi identificado em Mimoso do Sul, no Sul do Espírito Santo. Um protocolo de bloqueio precisou ser realizado em duas escolas da cidade, segundo anúncio feito pela prefeitura na tarde de terça-feira (15).

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Na ocasião, o secretário municipal de Saúde, Eliedson Morini, explicou que equipes realizaram a conferência do cartão vacinal dos alunos da rede pública do município. Pessoas que apresentam febre, manchas pelo corpo e tiveram contato com indivíduos com catapora foram orientadas a fazer o isolamento e buscar atendimento nas unidades básicas de saúde.

Mas o que é a catapora? É grave? A reportagem do Folha Vitória ouviu especialistas que explicam os riscos e os cuidados necessários para evitar a doença que pode causar sérios danos à saúde.

Segundo a médica pediatra, Josana Aredes,  a catapora é uma doença relativamente comum em crianças, porém, após a implementação da vacina a incidência reduziu bastante. "A vacina de varicela é ofertada pelo SUS na idade de 15 meses e 4 anos. Além disso, a doença confere imunidade permanente após a primeira infecção", explica.

De maneira geral, os sintomas começam com febre evoluindo para lesões na pele. 

"Elas surgem como manchinhas vermelhas por todo o corpo, coçam e evoluem para vesículas (bolhas) até nas mucosas (boca e região genital), mas não ao mesmo tempo. Isso faz com que a pessoa apresente erupções em diversas fases: manchas, bolhas e crostas. Os sintomas tendem a durar cerca de 7-14 dias".

Catapora pode matar?

É raro, mas a catapora pode levar à complicações graves em alguns pacientes. "Especialmente em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos. Em casos excepcionais, a infecção pode levar a complicações como pneumonia ou encefalite, que podem ser fatais", alerta o médico clínico geral, Vital Fernandes.

Inclusive, ao contrário do que muitas pessoas podem imaginar, Fernandes pontua  que a doença pode ser mais grave em adultos do que em crianças. 

"Adultos têm um risco maior de desenvolver pneumonia, encefalite (inflamação do cérebro) e outras infecções secundárias. Além disso, a catapora em adultos pode causar maior desconforto devido à intensidade das lesões de pele e à possibilidade de complicações sistêmicas". 

Transmissão

É fundamental destacar que a a catapora é altamente contagiosa. A transmissão acontece principalmente pelo contato direto com as bolhas ou secreções de uma pessoa infectada. 

Ela também pode ser transmitida pelo ar, por meio das gotículas liberadas quando o paciente tosse ou espirra. "O período de contágio ocorre de um a dois dias antes do aparecimento das bolhas até que todas as lesões estejam completamente secas e formem crostas. A transmissão pode também ser feita por objetos contaminados", lembra Fernandes .

Prevenção e tratamentos

Josana e Vital são categóricos ao afirmar que a melhor ferramenta para evitar a  infecção é a vacina. 

A imunização é recomendada não só para as crianças, mas também para adultos que não tiveram catapora ou não foram vacinados. Isso ajuda a reduzir o risco de futuras complicações.

Um outro ponto importante é que o vírus da catapora fica "adormecido" no organismo após o contágio e embora não desencadeie um novo quadro da doença poderá, futuramente, e principalmente a partir dos 50 anos de idade, levar à um quadro de herpes zóster.

Alguns medicamentos costumam ser prescritos pelos médicos para tratar a catapora dependendo dos sintomas que apareceram: remédio para controlar a febre, coceiras, dor, ou até mesmo antibióticos se as lesões na pele evoluírem para uma infecção secundária.

Catapora é mais comum no fim do inverno

Ainda de acordo com Vital Fernandes a catapora é mais comum no final do inverno e início da primavera. "Isso ocorre porque o vírus varicela-zoster é mais estável em ambientes frios e secos. Durante o inverno, as pessoas costumam passar mais tempo em ambientes fechados, o que facilita a propagação do vírus de pessoa para pessoa". 

Fique atento aos sintomas

1. Manchas vermelhas e bolhas no corpo;

2. Mal estar;

3. Cansaço;

4. Dor de cabeça;

5. Perda de apetite;

6. Febre baixa.

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