Saúde

Demência: veja como evitar Alzheimer e doença de Bruce Willis e Kubrusly

Segundo pesquisas, educação e ensino estão diretamente ligados à saída para combate a doenças mentais; entenda

Redação Folha Vitória

Foto: Reprodução/Facebook Maurício Kublusly / Reprodução/Instagram
Kubrusly e Bruce Willis: eles foram diagnosticados com demência recentemente

Devido às recentes notícias de famosos com demência, a doença degenerativa, antes já temida por grande parte da população, se tornou alvo de pânico e pavor. Apesar de ainda não haver uma cura, pesquisadores realizaram uma nova descoberta animadora envolvendo a educação voltada para adultos. 

Segundo os resultados dos estudos, pessoas de meia-idade e idosos que participam da educação para adultos têm 19% menos probabilidade de desenvolver demência em cinco anos. As informações forram divulgadas pelo Mirror. 

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A pesquisa, conduzida por pesquisadores da Universidade de Tohoku, localizada em Sendai, no Japão, em conjunto com o Instituto de Desenvolvimento, Envelhecimento e Câncer da Universidade, analisou dados de 282.421 indivíduos no UK Biobank. 

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O banco de dados inglês reúne informações genéticas, de saúde e médicas de aproximadamente meio milhão de voluntários britânicos. 

Os participantes se matricularam nas classes de ensino adulta entre 2006 e 2010, quando estavam com aproximadamente 40 a 69 anos. O grupo foi monitorado por cerca de 7 anos durante a pesquisa.  

Os resultados também apontaram que os participantes que frequentaram as aulas mantiveram sua inteligência fluida, ou seja, a capacidade de raciocinar rapidamente, pensar de forma abstrata e desempenho do raciocínio mental, mais efetivamente do que aqueles que não frequentaram. 

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Acerca da descoberta, o líder da pesquisa da Universidade, o doutor Hikaru Takeuchi comentou dos benefícios com o tempo. 

"Aqui vemos que as pessoas que frequentam aulas de ensino para adultos possuem um menor risco de desenvolver demência cinco anos depois. A educação adulta pode ser associada com a melhor preservação da capacidade de raciocínio com o passar dos anos", disse. 

ESTUDO

Durante os anos de 2014 e 2018, outro estudo foi realizado onde participantes poderiam descobrir se possuíam a previsão de risco de demência com base no próprio DNA. 

Para isso, foi solicitado um relatório onde foram questionados acerca da participação em qualquer tipo de educação adulta, sem prover detalhes como a frequência, matéria ou nível acadêmico das aulas. 

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Os estudos analisaram dados tanto da visita de inscrição dos voluntários na pesquisa, quanto da terceira visita de avaliação dos pesquisadores. Os participantes foram submetidos a exames psicológicos e cognitivos, acessando áreas como inteligência fluida, memória visuossensorial e tempo de reação.

De acordo com os resultados publicados no artigo "Fronteiras da Neurociência do Envelhecimento", 1.1% dos participantes desenvolveram demência durante o período da pesquisa. 

Em comparação com aqueles que não estudaram, os voluntários envolvidos com o ensino adulto teriam 19% menos risco de desenvolver a doença. Os resultados se mantiveram consistentes mesmo quando pessoas com um histórico de diabete, colesterol alto, doenças cardiovasculares, câncer ou doenças mentais foram excluídas da análise devido aos sintomas dessas condições. 

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Para o doutor Kawashima, especialista a frente dos estudos, as atividades intelectuais geram um efeito no sistema nervoso. 

"Uma possibilidade é que se envolver em atividades intelectuais tenha resultados positivos no sistema nervoso, o que por sua vez pode prevenir a demência. Mas o nosso estudo longitudinal observacional não permite determinar uma relação causal direta entre a educação de adultos e um menor risco de demência, pois essa relação pode ser em qualquer direção" explicou.

DOENÇA NO BRASIL

Com o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida ao longo dos anos, estima-se que até 2050 o número de pessoas que sofrem de demência possa ultrapassar 150 milhões, de acordo com as estimativas do projeto Global Burden of Disease divulgado pelo Ministério da Saúde.

Um dos exemplos mais comuns é o Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que causa morte de células cerebrais e pode comprometer funções básicas como: memória, linguagem e algumas funções motoras. De acordo com Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência no Brasil.

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Além do sofrimento causado propriamente às vítimas, as demências como o Alzheimer também podem impactar a rede de apoio dessas pessoas entre familiares e amigos. Muitas delas ainda não sabem de que forma lidar com alguns obstáculos do dia a dia ou uma melhor forma de se relacionar com pessoas que possuem a doença.

A especialista em neurodesenvolvimento e diretora do Instituto Neuro, Dra. Jéssica Cavalcante, comenta algumas dicas e informações importantes para os cuidados com essas pessoas que, mesmo estando cientes de suas próprias limitações em alguns casos, ainda sim podem se sentir agitados ou ansiosos.

“Indivíduos que vivem com demência comumente resistem à ideia de que estão enfrentando problemas com a memória ou outros aspectos cognitivos, como manter conversas ou realizar tarefas diárias. Além de, muitas vezes, temerem o futuro e se sentirem estigmatizados pelo diagnóstico de demência”, comenta a especialista.

LISTA: VEJA QUAIS SÃO DICAS

Ela ainda relaciona uma série de dicas para o relacionamento diário ou situações desafiadoras com pessoas que convivem com alguma demência:

Informação: antes de iniciar uma conversa sobre o assunto, é importante buscar informações para entender melhor o que aquela pessoa está passando, e preparar-se para eventuais reações ou perguntas.

Ambiente tranquilo: os confrontos ou comunicações não assertivas podem gerar estresse e ansiedade, por isso, um ambiente calmo e sem distrações para a conversa é ponto muito importante. É preciso tentar programar um melhor momento em que a pessoa se sinta mais confortável e relaxada. É importante que esse cenário tranquilo também se aplique .

Empatia e paciência: demonstrar empatia e reconhecer que a situação pode ser assustadora, de fato pode ser desafiador. Por isso, é importante reafirmar ao indivíduo que a pessoa está disponível para ajudá-lo. Além disso, é importante ter paciência diante da situação de que essa pessoa talvez não aceite ou reconheça o problema de imediato, utilizando sempre uma linguagem acessível evitando termos médicos complexos para aqueles que não possuem conhecimento prévio do assunto.

Assistência médica e especializada: muitas pessoas que sofrem com algum tipo de demência apresentam problemas de memória, sendo crucial a busca por um médico.

Rede de apoio: algumas pessoas podem não ter uma rede de apoio, por isso, aqueles que possuem disponibilidade podem se voluntariar para apoiar essa pessoa, acompanhando-a em consultas médicas e demais rotinas, por exemplo.

Autonomia e respeito: alguns portadores de demência, mesmo possuindo algumas limitações, ainda assim, são capazes de realizar atividades. Por isso, é importante apoiar a autonomia e respeito do indivíduo, pois mesmo diante de dificuldades cognitivas, ela possui sentimento, desejos e a própria personalidade.

Memórias positivas: na maioria dos casos como o Alzheimer, a perda de memória ou confusão mental podem ser comuns: relembrar histórias e experiências positivas podem, dessa maneira, trazer certo conforto e ajudar a pessoa a se sentir mais segura.

Autocuidado e troca de experiências: lidar com a demência de um ente querido pode ser emocionalmente desgastante, por isso, é de extrema importância que a rede de apoio também preze pela própria saúde mental e física. Conversar com outras pessoas que também estão nesse processo pode proporcionar um melhor entendimento do cenário e apoio emocional.

Leia a matéria completa em: Demência: mais de 1 milhão vivem com a doença no Brasil