Saúde

Morte de MC Katia: entenda doença que causou amputação de perna e sintomas

"Fiel", a funkeira estava internada desde julho após complicações em uma cirurgia de risco e acabou tendo a saúde complicada; especialista explica o que aconteceu

Redação Folha Vitória

Foto: Montagem / Folha Vitória

Internada desde julho deste ano, a funkeira MC Katia morreu no último domingo (13) devido a complicações após a retirada de miomas do útero. A artista estava internada no Hospital Municipal Souza Aguiar, localizado no Centro do Rio de Janeiro.

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Além dos miomas, MC Katia desenvolveu outros problemas como trombose e pneumonia nos últimos momentos. 

A cantora, que é considerada como uma das precursoras do funk no Brasil, era casada e possuía uma filha, além de 2 netos. 

ENTENDA O QUE É A DOENÇA

Classificados como tumores benignos, ou seja, que não apresentam risco, os miomas são formados no útero por tecido muscular. Segundo informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, estas anomalias atingem principalmente mulheres durante a fase reprodutiva. 

O QUE PODE CAUSAR

Apesar de possuir causas ainda não classificadas, o crescimento dos miomas depende de hormônios. Os tumores podem diminuir de tamanho com a chegada da menopausa. 

QUAL É O TRATAMENTO

Para o tratamento, alguns pontos precisam ser levados em consideração pelos médicos, como a presença ou não de sintomas e a idade da paciente.

Por meio de exames, os profissionais podem monitorar e controlar o crescimento dos miomas, porém nem todos os tumores devem ser removidos ou apresentam sintomas. 

O tratamento também pode ser realizado com medicamentos ou, em alguns casos, com cirurgias, onde a paciente pode escolher remover apenas o mioma (miomectomia) ou todo o útero (histerectomia).

VEJA SINTOMAS

Entre alguns sintomas manifestados dentro ou na parede do útero de mulheres, estão: a maior intensidade do fluxo menstrual, sangramento fora de época e fortes cólicas. 

Mulheres com úteros de grande proporção podem também pressionar o intestino e a bexiga, causando dor intensa. 

CASO KATIA

Após realizar a cirurgia de retirada dos miomas, a artista sofreu uma série de complicações, como uma trombose na perna direita, ocasionando na amputação de parte da perna. 

Segundo informações do jornal G1, uma movimentação foi feita nas plataformas digitais entre os fãs com o intuito de levantar dinheiro para uma prótese para a funkeira. 

Entre as pessoas que aderiram à campanha, estavam a cantora Tati Quebra-Barraco, na organização, e a vereadora Verônica Costa. 

Durante a última sexta-feira (11), porém, MC Katia contraiu uma bactéria e apresentou sinais de pneumonia. Devido à gravidade do quadro, a funkeira foi induzida ao coma, intubada e transferida para o Centro de Terapia Intensiva (CTI), mas não resistiu. 

RISCO ÀS MULHERES

De acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), estima-se que 80% das mulheres em idade fértil tenham miomas. É estimado também que, até 2050, o número de atendimentos cirúrgicos e não cirúrgicos relacionados ao mioma aumente em 23%.

“O mioma realmente pode pegar as mulheres de surpresa, mas é importante entender o que ele realmente é e como pode ter impacto na fertilidade”, diz a especialista em Reprodução Assistida, Cláudia Navarro, membro das sociedades Americana de Medicina Reprodutiva - ASRM e Europeia de Reprodução Humana e Embriologia - ESHRE.

Entre as mulheres inférteis, pesquisas mostram que ele atinge de 5% a 10% das pacientes, mas só será responsável pela infertilidade em cerca de 2% dos casos. Ou seja, mesmo que presente, ele raramente é a causa da infertilidade.

O tumor cresce a partir da parede do útero, e varia de localização e tamanho. É justamente essas variações que determinam o impacto que ele terá na saúde do aparelho reprodutor feminino, determinando as chances de uma futura gravidez.

“Normalmente, os casos que não requerem tratamento são aqueles em que o mioma é pequeno e não está distorcendo a cavidade endometrial, local onde o embrião irá se implantar”, explica a médica.

Entretanto, o oposto disso (mioma muito grande ou na região do endométrio) merece atenção especial com relação às chances de gravidez. A mulher pode até conseguir engravidar, mas também poderá apresentar menos chances de que a gravidez evolua.

“Existem três tipos de mioma: subseroso, intramural e submucoso. Este último é o menos comum, mas, como fica na cavidade uterina, pode ser uma causa de abortamento”, alerta Cláudia Navarro.

Leia a matéria completa em: Quatro em cada cinco mulheres em idade fértil têm mioma uterino

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