Saúde

Câncer de intestino cresce entre os jovens; veja sinais e causas

Os aumento de casos de pessoas com menos de 45 anos com câncer de intestino tem crescido e chamado atenção dos cientistas

Kayra Miranda

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
O cirurgião Felipe Mustafa

Um aumento inexplicável nas taxas de câncer colorretal entre os mais jovens está fazendo com que mais pessoas – incluindo médicos – realizem exames precoces para a doença, muitas vezes muito antes da idade recomendada de 45 anos para aqueles com risco médio.

Os cientistas estão correndo para encontrar pistas que expliquem por que os casos de câncer colorretal estão crescendo entre os jovens. Alguns fatores suspeitos para esse aumento são ambientais, enquanto outros levantam questões sobre aspectos nutricionais

Leia também:

Adeus papada: Endolaser é o novo procedimento para gordura facial

Qual a melhor vitamina para o cérebro e memória? Médico explica como tomar magnésio

Médico especialista surpreende: Glicose controlada com apenas 6 gotas naturais

O câncer colorretal, que afeta o intestino grosso (cólon) e o reto, tem um impacto significativo na saúde e na qualidade de vida. Nas últimas décadas, uma tendência peculiar tem atraído a atenção dos especialistas, com as taxas desse tumor subindo rapidamente entre indivíduos com menos de 50 anos. Podendo ser indicado até para crianças, segundo cirurgião digestivo Felipe Mustafa.

“Embora a colonoscopia não seja uma prática de rotina para crianças, ela pode ser indicada em casos específicos, como na investigação de doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn, ou em famílias com histórico de pólipos ou câncer colorretal hereditário. Nesses casos, a decisão de realizar uma colonoscopia deve ser cuidadosamente considerada e justificada pelo médico.”

Felipe Mustafa ressalta que, nos estágios iniciais, o câncer colorretal pode não apresentar sintomas. “A colonoscopia permite a detecção precoce de pólipos e outras anormalidades antes que os sintomas apareçam, aumentando significativamente as chances de tratamento bem-sucedido e cura,” destaca o cirurgião digestivo.

SINTOMAS 

Os sintomas do câncer de intestino podem incluir:

- Diarreia ou constipação persistente.

- Presença de sangue nas fezes ou ao limpar-se.

- Cólica ou desconforto persistente.

- Perda de peso inexplicada

- Sensação contínua de náusea ou vômitos frequentes.

POR QUE ESTÁ AUMENTANDO ENTRE OS JOVENS?

Existem várias hipóteses para explicar o aumento de casos de câncer colorretal entre os jovens, mas nenhuma delas foi confirmada por estudos ou evidências científicas.

No campo das possíveis causas e fatores de risco, o especialista aponta quatro comportamentos que podem estar correlacionados com o aumento da incidência de câncer entre jovens adultos:

- Aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, que têm se tornado a base da alimentação desde a infância;

- Redução na ingestão de alimentos naturais, especialmente legumes e verduras ricos em fibras;

- Sedentarismo e falta de atividade física regular;

- Crescimento das taxas de sobrepeso e obesidade na população.

Recentemente, pesquisadores da Universidade Yale associaram a exposição recorrente a produtos químicos eternos com a progressão acelerada deste tipo de câncer, com base em um estudo com bombeiros, que têm níveis elevados de exposição.

É importante lembrar que esses compostos estão presentes em panelas antiaderentes, roupas impermeáveis e diversas embalagens.

POSSÍVEIS CAUSAS

Esses fatores podem interagir e contribuir para o desenvolvimento do câncer de intestino, e a presença de vários desses fatores pode aumentar ainda mais o risco. Veja quais são:

Histórico familiar: ter parentes de primeiro grau com câncer colorretal aumenta o risco.

Síndromes hereditárias: condições como a síndrome de Lynch (câncer colorretal hereditário não polipose) e a polipose adenomatosa familiar (FAP) elevam significativamente o risco.

Pólipos adenomatosos: a presença de pólipos adenomatosos no cólon pode evoluir para câncer se não forem removidos.

Idade avançada: O risco aumenta com a idade, sendo mais comum após os 50 anos.

Consumo de alimentos processados: dietas ricas em carnes vermelhas e processadas e pobres em frutas, vegetais e fibras estão associadas a um maior risco.

Baixa ingestão de fibras: dietas pobres em fibras podem contribuir para o desenvolvimento de câncer colorretal.

Sedentarismo: a falta de atividade física regular está ligada a um maior risco de câncer de intestino.

Obesidade: o excesso de peso e a obesidade aumentam o risco de câncer colorretal.

Álcool: o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de câncer colorretal.

Tabagismo: fumar está associado a um maior risco de vários tipos de câncer, incluindo o câncer colorretal.

Produtos químicos tóxicos: a exposição prolongada a certas substâncias químicas pode estar associada a um risco aumentado de câncer colorretal.

Doença de Crohn e colite ulcerativa: essas condições inflamatórias crônicas do intestino aumentam o risco de câncer colorretal.

O TRATAMENTO 

Especialista afirmam que apesar do aumento na incidência de câncer colorretal, o prognóstico tem melhorado, graças aos avanços no tratamento nos últimos anos. Inclusive, as chances de cura variam de 90% a 95% quando o diagnóstico é precoce.

Atualmente, os médicos dispõem de uma gama crescente de tratamentos, incluindo imunoterapia, quimioterapia, terapias alvo e, para casos com metástase no fígado, a radioembolização.

No entanto, não há um tratamento padrão. É fundamental que uma equipe multidisciplinar avalie o paciente e determine a melhor opção terapêutica de forma individualizada, pois pacientes com a mesma condição podem ser tratados com técnicas diferentes.

Leia também:

Agosto: o mês de conscientização sobre o câncer de pulmão

Receita: faça este suco e acabe com as dores no joelho e pés inchados

Qual a causa do autismo? Cientistas podem ter feito nova descoberta; veja

COMO PREVENIR

Para prevenir o câncer de intestino, é importante adotar uma série de práticas saudáveis e realizar exames regulares. Aumente a ingestão de fibras consumindo alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais, legumes e grãos integrais. Reduza o consumo de carne processada evitando ou limitando carnes processadas e vermelhas, e prefira proteínas magras e fontes de proteína vegetal. Inclua alimentos ricos em antioxidantes em sua dieta, como vegetais crucíferos e frutas como berries. Hidrate-se adequadamente bebendo bastante água para ajudar na saúde intestinal.

Pratique exercícios regularmente mantendo-se ativo com pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana. Mantenha um peso saudável controlando o peso e evitando a obesidade, que está associada a um risco aumentado de câncer de intestino. Evite o tabaco não fumando, pois o tabagismo está relacionado a vários tipos de câncer, incluindo o câncer colorretal. Limite o consumo de álcool reduzindo a ingestão de bebidas alcoólicas, já que o consumo excessivo pode aumentar o risco.

Faça exames de triagem como a colonoscopia para detectar alterações precoces no intestino. Consulte um médico regularmente para discutir qualquer sintoma ou preocupação.

Controle doenças inflamatórias intestinais se você tem condições como Doença de Crohn ou colite ulcerativa, siga as recomendações médicas para o controle e tratamento dessas doenças. Tratamento de pólipos intestinais é importante; se forem encontrados durante exames de triagem, remova-os conforme a orientação médica, pois podem se transformar em câncer se não tratados.

Conheça seu histórico familiar e, se houver histórico de câncer colorretal na família, informe seu médico para que possa ser feito um planejamento mais cedo e adequado para triagem e prevenção. Adotar essas práticas pode reduzir o risco de desenvolver câncer de intestino e contribuir para uma saúde geral melhor.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe do nosso canal do Telegram! 

ALERTA

Se você estiver apresentando algum dos sintomas, especialmente de forma persistente, é importante procurar um médico para avaliação e diagnóstico. O câncer de intestino, quando detectado precocemente, tem maiores chances de tratamento bem-sucedido e cura.