Saúde

Esclerose múltipla: como reconhecer os sintomas logo que aparecem

A doença neurológica crônica é mais comum entre mulheres brancas entre 20 e 30 anos, e provoca dificuldades motoras e sensitivas

Foto: Divulgação / Pexel

São mais de 40 mil casos de esclerose múltipla no Brasil e de 2,8 milhões no mundo, de acordo com a Federação Internacional de Esclerose Múltipla. Embora suas causas sejam desconhecidas, a doença é mais comum em mulheres e em pessoas de pele branca que vivem em zonas temperadas.

Alguns sintomas da esclerose, contudo, podem ser identificados desde o início – esses sinais são importantes para acompanhamento e tratamento adequados da doença, que garantem melhor qualidade de vida para o paciente.

O que é a Esclerose Múltipla?

É uma doença neurológica inflamatória crônica e provavelmente autoimune. Na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina que reveste os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central.

A substância cinzenta é local de recepção e integração de informações e respostas do cérebro, e a branca forma a comunicação entre o sistema nervoso central e os locais externos ligados a ele.

E é com esse comprometimento da bainha de mielina que as funções coordenadas pelo cérebro, pelo cerebelo, pelo tronco encefálico e pela medula espinhal ficam comprometidas.

A esclerose múltipla, ao contrário do que muita gente pensa, é mais comum em jovens do que em idosos. Adultos entre 20 e 30 anos são os mais afetados, assim como mulheres em territórios temperados.

Fatores da esclerose múltipla

As causas são desconhecidas, mas alguns fatores são predominantes como predisposição genética e combinações ambientais, que podem funcionar como gatilhos.

– exposição ao sol e consequente níveis baixos de vitamina D prolongadamente, principalmente durante a adolescência;

– exposição ao tabagismo;

– obesidade;

– exposição a solventes orgânicos;

– infecções virais (vírus Epstein-Barr).

Sintomas da esclerose múltipla

Os sintomas mais comuns da esclerose múltipla são bastante sutis no início. Os sinais são transitórios, inesperados e duram, geralmente, uma semana.

– Fadiga;

– Fraqueza;

– Dormências;

– Nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face);

– Visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho;

– Visão dupla;

– Perda da força muscular;

– Espasmos;

– Rigidez muscular;

– Falta de coordenação dos movimentos;

– Tonturas;

– Desequilíbrios;

– Sensação estranha ou dificuldade para andar;

– Dificuldade de controle da bexiga;

– Dificuldade de controle do intestino;

– Problemas de memória;

– Falta de atenção;

– Lentidão para compreender e processar informações;

– Alterações de humor;

– Depressão;

– Ansiedade;

– Disfunção erétil em homens;

– Redução na lubrificação vaginal;

– Comprometimento da sensibilidade da região da genitália.

Como é feito o diagnóstico da doença?

Identificados os sintomas, é preciso procurar um neurologista para confirmar ou descartar o diagnóstico.

O diagnóstico é clínico e de imagem, com ressonância magnética. O exame do crânio e da medula espinhal são a principal ferramenta para identificar aspectos da doença desmielinizantes do sistema nervoso central – a esclerose múltipla.

Tratamento da esclerose múltipla

Apesar de não ter cura, a esclerose múltipla tem tratamento para adiar e aliviar a fase aguda. O acompanhamento também é importante para aumentar os intervalos entre uma crise e outra.

O médico neurologista pode recomendar corticóides para amenizar os surtos da doença. Já a prescrição de imunossupressores e imunomoduladores vai fazer com que as fases de crise tenham um espaçamento maior. Assim, é possível reduzir os impactos que a doença provoca na vida dos pacientes.

Ainda, a prática regular de exercícios físicos é fundamental para a manutenção da qualidade de vida da pessoa com esclerose. O fortalecimento dos músculos, o controle de peso e o bem-estar provocado a partir das atividades são muito importantes no tratamento.

Pacientes com esclerose em estado avançado também precisam se movimentar. A fisioterapia é uma grande aliada para contornar tanto a rigidez quanto a fraqueza muscular.

Já nos momentos de crise, costuma-se recomendar repouso total do paciente.

Dessa forma, com acompanhamento adequado, a pessoa com esclerose pode levar uma vida com qualidade, conforto, satisfação e independência – e, principalmente, com períodos longos sem crise. Por isso o diagnóstico precoce é tão importante.