São mais de 40 mil casos de esclerose múltipla no Brasil e de 2,8 milhões no mundo, de acordo com a Federação Internacional de Esclerose Múltipla. Embora suas causas sejam desconhecidas, a doença é mais comum em mulheres e em pessoas de pele branca que vivem em zonas temperadas.
Alguns sintomas da esclerose, contudo, podem ser identificados desde o início – esses sinais são importantes para acompanhamento e tratamento adequados da doença, que garantem melhor qualidade de vida para o paciente.
O que é a Esclerose Múltipla?
É uma doença neurológica inflamatória crônica e provavelmente autoimune. Na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina que reveste os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central.
A substância cinzenta é local de recepção e integração de informações e respostas do cérebro, e a branca forma a comunicação entre o sistema nervoso central e os locais externos ligados a ele.
E é com esse comprometimento da bainha de mielina que as funções coordenadas pelo cérebro, pelo cerebelo, pelo tronco encefálico e pela medula espinhal ficam comprometidas.
A esclerose múltipla, ao contrário do que muita gente pensa, é mais comum em jovens do que em idosos. Adultos entre 20 e 30 anos são os mais afetados, assim como mulheres em territórios temperados.
Fatores da esclerose múltipla
As causas são desconhecidas, mas alguns fatores são predominantes como predisposição genética e combinações ambientais, que podem funcionar como gatilhos.
– exposição ao sol e consequente níveis baixos de vitamina D prolongadamente, principalmente durante a adolescência;
– exposição ao tabagismo;
– obesidade;
– exposição a solventes orgânicos;
– infecções virais (vírus Epstein-Barr).
Sintomas da esclerose múltipla
Os sintomas mais comuns da esclerose múltipla são bastante sutis no início. Os sinais são transitórios, inesperados e duram, geralmente, uma semana.
– Fadiga;
– Fraqueza;
– Dormências;
– Nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face);
– Visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho;
– Visão dupla;
– Perda da força muscular;
– Espasmos;
– Rigidez muscular;
– Falta de coordenação dos movimentos;
– Tonturas;
– Desequilíbrios;
– Sensação estranha ou dificuldade para andar;
– Dificuldade de controle da bexiga;
– Dificuldade de controle do intestino;
– Problemas de memória;
– Falta de atenção;
– Lentidão para compreender e processar informações;
– Alterações de humor;
– Depressão;
– Ansiedade;
– Disfunção erétil em homens;
– Redução na lubrificação vaginal;
– Comprometimento da sensibilidade da região da genitália.
Como é feito o diagnóstico da doença?
Identificados os sintomas, é preciso procurar um neurologista para confirmar ou descartar o diagnóstico.
O diagnóstico é clínico e de imagem, com ressonância magnética. O exame do crânio e da medula espinhal são a principal ferramenta para identificar aspectos da doença desmielinizantes do sistema nervoso central – a esclerose múltipla.
Tratamento da esclerose múltipla
Apesar de não ter cura, a esclerose múltipla tem tratamento para adiar e aliviar a fase aguda. O acompanhamento também é importante para aumentar os intervalos entre uma crise e outra.
O médico neurologista pode recomendar corticóides para amenizar os surtos da doença. Já a prescrição de imunossupressores e imunomoduladores vai fazer com que as fases de crise tenham um espaçamento maior. Assim, é possível reduzir os impactos que a doença provoca na vida dos pacientes.
Ainda, a prática regular de exercícios físicos é fundamental para a manutenção da qualidade de vida da pessoa com esclerose. O fortalecimento dos músculos, o controle de peso e o bem-estar provocado a partir das atividades são muito importantes no tratamento.
Pacientes com esclerose em estado avançado também precisam se movimentar. A fisioterapia é uma grande aliada para contornar tanto a rigidez quanto a fraqueza muscular.
Já nos momentos de crise, costuma-se recomendar repouso total do paciente.
Dessa forma, com acompanhamento adequado, a pessoa com esclerose pode levar uma vida com qualidade, conforto, satisfação e independência – e, principalmente, com períodos longos sem crise. Por isso o diagnóstico precoce é tão importante.