Lipedema: veja como identificar a doença e os tipos de tratamento
A doença crônica atinge mais de 10% das mulheres e tem como principais características o acúmulo de gordura nos braços, coxas e pernas
Você já ouviu falar em lipedema? A doença crônica, reconhecida este ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com um CID, a classificação internacional de doenças, atinge mais de 10% das mulheres e tem como principais características o acúmulo de gordura nos braços, coxas e pernas.
Além da gordura, é comum surgir equimose (roxos) nas áreas afetadas, sensibilidade e dor ao toque, sensação de peso e cansaço nas pernas, fadiga, além comprometer a mobilidade.
O lipedema não tem cura, mas é possível tratar e ter qualidade de vida. A doença é frequentemente confundida com obesidade, que pode ocorrer simultaneamente, e até agravar o quadro. No entanto, é importante lembrar que, nem sempre, elas estão associadas.
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Quando não diagnosticado e tratado, o lipedema pode afetar a saúde mental e até levar à depressão. “Como muitas vezes essas mulheres recebem inicialmente apenas o diagnóstico de obesidade, embora cheguem a perder peso, continuam com a desproporção no corpo e sofrem física e emocionalmente. Por isso, essas pacientes precisam de acolhimento”, comenta Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e que atua com uma equipe multidisciplinar no tratamento do lipedema.
O diagnóstico é clínico, e depende de uma boa anamnese (conversa com o paciente) e exame físico. Exames complementares como ultrassom e ressonância magnética podem complementar o exame físico, auxiliando o diagnóstico e tratamento.
Cirurgia é o melhor tratamento para Lipedema?
Segundo o especialista, o tratamento cirúrgico deve ser a última opção, mas, muitas vezes, acaba sendo o primeiro recurso procurado.
“Somente depois de tentar o tratamento clínico e, de preferência apresentando alguma melhora, mesmo que parcial, deve ser indicada a lipoaspiração para o tratamento do lipedema”, comenta Dr. Fernando Amato que alerta ainda para a questão da segurança: “É preciso respeitar os limites de gordura a serem retirados durante a cirurgia, que devem ser entre 5% a 7% do peso corporal do paciente”, detalha.
Para os casos de lipedema, o cirurgião trabalha com uma equipe formada por médico vascular e endocrinologista. O tratamento endócrino envolve investigação com exames hormonais, mudança e melhora do estilo de vida, principalmente com o equilíbrio da alimentação e prática de atividade física, sendo nesses casos mais indicados exercícios aquáticos, como natação e hidroginástica.
A cirurgiã plástica e professora da Ufes, Patricia Lyra, alerta que o lipedema não é uma gordura localizada. Segundo ela, muitas mulheres tentam emagrecer de todas as formas, fazem dietas, praticam exercícios físicos, mas não conseguem diminuir a gordura das pernas, gerando grande frustração.
“A doença acomete quase exclusivamente mulheres, desencadeada por momentos de desequilíbrio hormonal. Menopausa, gravidez e uso de anticoncepcional acabam sendo gatilhos para a doença. O surgimento tem a ver com o fator genético também. A mulher com lipedema tem o corpo desproporcional, com maior acúmulo de gordura nas extremidades do corpo, e não no tronco. Há mulheres magras que sofrem com a doença também”, explica.
Veja os sinais do Lipedema
- Corpo desproporcional, com a parte inferior maior que a superior
- Dores locais
- Peso nas pernas
- Inchaço
- Hematomas
- Dificuldade para subir escadas e/ou andar
- Dificuldades e desconforto para usar calças
- Não obter resultados com a inserção de dietas e exercícios físicos
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