Disfunção erétil: veja o que é, riscos e causas. Tem remédio e funciona?
Neste Dia do Sexo, celebrado 6 de setembro, especialistas explicam riscos e benefícios da medicação que potencializa e melhora a atividade sexual; entenda tudo
A disfunção erétil se define pela incapacidade que afeta homens de todas as idades, impossibilitando-os de alcançar e manter uma ereção adequada para a realização satisfatória de atividades sexuais.
Não se trata de uma doença, mas sim de uma manifestação de sintomas relacionados a diversos fatores, incluindo aspectos fisiológicos e psicológicos, seja de forma isolada ou interligada.
De acordo com o Vida Saudável, revisado por Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP), a multiplicidade de causas é uma característica notável da disfunção erétil.
Elas vão desde hábitos inadequados (como tabagismo e excesso de consumo de álcool) a distúrbios hormonais, descontrole do colesterol ou da pressão arterial, problemas neurológicos e psicológicos e o uso crônico de determinados medicamentos.
Nesse contexto, parece evidente uma crescente prevalência da disfunção erétil, com um número cada vez maior de homens relatando dificuldades relacionadas à ereção.
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O especialista do Hospital Albert Einstein, cita um estudo, conduzido nos Estados Unidos no final da década de 1980, que acompanhou 1.290 indivíduos em 11 cidades estadunidenses ao longo de dois anos.
Durante esse período, 52% dos participantes relataram episódios de disfunção erétil, sendo que 10% deles enfrentavam um grau severo do problema. Além disso, os dados indicaram um aumento na prevalência da condição com o avanço da idade.
No Brasil, estudos semelhantes produziram resultados parecidos. No Estudo do Comportamento Sexual do Brasileiro, que abrangeu 2.835 homens, 46% deles manifestaram queixas relacionadas a dificuldades de ereção.
De acordo com Marra, outra pesquisa realizada no Brasil, entre 2002 e 2003, envolvendo 2.862 homens com mais de 40 anos, revelou que 45% deles experimentaram algum grau de disfunção erétil durante esse período.
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Consequentemente, considerando as taxas de incidência que variam entre 40% e 50%, e que tendem a aumentar com o envelhecimento, é possível afirmar que milhões de homens no Brasil enfrentam essa condição.
ORIENTAÇÕES
De acordo com Gabriel Elias Peñaranda, cardiologista do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), manter uma vida sexual ativa e segura, inclusive na terceira idade, é capaz de trazer benefícios, tanto físicos quanto emocionais.
E não existe uma idade limite para a atividade sexual, isso vai depender de muitos fatores, tanto das condições físicas e de saúde da pessoa quanto da libido ou desejo sexual.
Por isso, muitas vezes o uso de comprimidos estimulantes pode ajudar. Mas cuidado, essas pílulas precisam ser prescritas individualmente, mesmo que não demandem receita em farmácias.
O médico listou algumas orientações para quem pretende fazer uso deste tipo de medicamento:
VEJA TIRA-DÚVIDAS
1. Como agem os medicamentos contra disfunção erétil?
Estes medicamentos não funcionam como afrodisíacos, ou seja, não alteram o desejo sexual. Eles fazem parte de uma classe de medicamentos chamados inibidores da fosfodiesterase que ajudam a relaxar os vasos sanguíneos do pênis, facilitando o fluxo de sangue no órgão.
2. Quem pode tomar?
É indicado para pessoas do sexo masculino, que sofrem com impotência sexual e que já tenham passado no seu médico urologista para uma avaliação das possíveis causas do problema. Vale ressaltar que pessoas com alguma doença cardiovascular é importante uma avaliação com o cardiologista.
3. Quanto tempo dura o efeito?
O seu efeito depende do estímulo e pode durar entre 8 e 48h após ingerido.
4. Estes medicamentos podem ser utilizados para melhorar a performance sexual, especialmente por jovens?
Eles não foram formulados para melhorar o desempenho sexual de pacientes que não sofrem de disfunção erétil, o uso sem necessidade pode, inclusive, levar a uma super excitação, correndo o risco de doenças penianas irreversíveis.
5. Quais os possíveis efeitos colaterais?
Estes medicamentos podem ter efeitos indesejados em algumas pessoas, sendo os mais comuns: dor de cabeça, tontura, vermelhidão pelo corpo, congestão nasal, náuseas, distúrbios visuais e ondas de calor. Em casos raros,podem ocorrer pressão baixa, palpitações, dor no peito, vômito, zumbido e sangramento nasal.
TRATAMENTOS
Quais os métodos disponíveis para tratar a disfunção erétil? Conheça um pouco sobre as opções de tratamento disponíveis. Em um primeiro momento, as intervenções não farmacológicas são a principal indicação.
Além disso, segundo o especialista do Hospital Albert Einstein, quando houver comorbidades associadas ao problema, elas devem ser controladas conforme orientação médica. Por fim, as opções farmacológicas podem ser introduzidas.
Não farmacológicos
Entre as opções de tratamento não farmacológico mais adotadas para a reversão dos episódios de disfunção erétil estão mudança de hábitos, apoio psicológico, terapias mecânicas e próteses.
1. Mudanças de hábitos
Essa conduta envolve a adoção de uma série de comportamentos que favorecem a saúde como um todo e beneficiam o desempenho sexual. Entre elas, estão a prática regular de exercícios físicos, a perda de peso, o controle da exposição a situações estressantes e a interrupção de hábitos com o tabagismo e o uso exagerado de álcool.
2. Psicoterapia ou terapia sexual
A psicoterapia para controle da disfunção erétil pode ser ampla, englobando não só quem sofre com a condição, como também, o parceiro.
Com isso, será possível mapear e intervir sobre questões que possam provocar ansiedade em relação ao desempenho sexual, bem como delimitar eventuais distúrbios psicológicos associados ao problema.
Essa opção de tratamento é útil quando são excluídas razões biológicas para o quadro.
3. Terapias mecânicas
As terapias mecânicas utilizam instrumentos para auxiliar na obtenção e na manutenção da ereção. Entre os mais comuns estão os anéis de constrição que, colocados na base do pênis após a ereção, impedem que o sangue reflua e interrompa o ato sexual. Nos quadros mais graves, uma bomba de vácuo pode auxiliar o sangue a alcançar o pênis.
4. Prótese peniana
Em quadros em que as outras opções não surtem efeito, a utilização de uma próstese costuma ser a indicação. Introduzidas por meio de um procedimento cirúrgico, elas servem como um “esqueleto” para o pênis, permitindo que ele fique e se mantenha ereto durante uma relação sexual.
Farmacológicos
Embora sejam cada vez mais acessíveis, as intervenções farmacológicas são uma opção apenas para as situações em que as opções não farmacológicas não derem o resultado esperado, ou quando uma causa orgânica tratável pela medicação for identificada. Em todo caso, elas devem ser sempre prescritas e usadas conforme indicação médica.
5. Medicamentos orais
Os inibidores de fosfodiesterase são as indicações para uso oral mais adotadas para tratamento da disfunção erétil. Essa classe de medicação facilita o fluxo sanguíneo em direção ao pênis e apresenta bom índice de sucesso. Pacientes com problemas cardiovasculares devem ter o uso acompanhado de perto pelo médico que, em alguns casos, pode contraindicar o fármaco.
6. Injeção peniana
As injeções penianas são utilizadas para inserir no órgão sexual doses de medicamentos que auxiliam na dilatação dos vasos sanguíneos da região do pênis. São indicadas para casos de disfunção causada por lesão na medula ou na inervação, ou ainda, para homens que sofram com falta de libido.