Saúde

Amputação do reto: como é cirurgia feita por Preta Gil

O número de casos de câncer colorretal em pessoas cada vez mais jovens tem aumentado ao longo dos últimos anos. Conheça os principais fatores de risco

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Instagram/ @pretagil

Após exames recentes, a cantora Preta Gil voltou a ser internada no final do mês de setembro para seguir com o tratamento de um câncer após serem detectados quatro novos focos da doença. 

No domingo (08), em uma entrevista a um programa de TV, a artista falou sobre a sua condição atual de saúde e revelou detalhes sobre a amputação do reto, procedimento em que foi submetida em 2023 para tratar um câncer colorretal.

"As pessoas acham que eu fiz essa cirurgia agora. Não. Esta cirurgia eu fiz há um ano atrás. Agora, estou em um novo tratamento, com novos focos, em tumores que também serão sanados, também serão curados com toda minha fé", pontuou na entrevista.

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Mas o que é essa cirurgia? Como é feita e em quais casos se faz necessária? Segundo o médico Vital Fernandes Araújo, o tratamento do câncer diagnosticado em Preta Gil, de modo geral, possui algumas alternativas. 

“A primeira é o tratamento com quimioterapia e radioterapia, para reduzir o tumor, preservando a região e permitindo que o intestino saudável seja conectado ao ânus, mantendo o controle da evacuação. Quando nada disso pode ser realizado ou não traz bons resultados é indicada a amputação”, explicou.

Amputação do reto: como é feita

De acordo com Vital, na cirurgia, o reto, parte do intestino grosso, linfonodos e músculos relacionados à continência são retirados. Após isso, o intestino grosso é exteriorizado através da parede abdominal, criando uma colostomia.

“O paciente passa a evacuar por uma bolsa de colostomia e recebe orientações sobre cuidados e ajustes alimentares para regular a evacuação”.

O que é o câncer de intestino

Especialistas explicam que o câncer de cólon ou colorretal é desencadeado por células que crescem desordenadamente. Ele se inicia na parte do intestino grosso, chamada cólon, e no reto, ou seja, no final do intestino, região imediatamente anterior ao ânus.

Na maioria dos casos, a doença é tratável e tem cura, principalmente ao ser detectada precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos.

Grande parte desses tumores começa com pólipos, que são lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. De fato, é importante saber que, em estágios iniciais, o câncer de intestino é assintomático.

Os sintomas vão surgindo conforme o câncer vai crescendo. Entre os principais sinais da doença, estão:

1. Sangramentos; 

2. Obstrução intestinal (dificuldade do paciente de evacuar); 

3. Dores abdominais; 

4. Distensão abdominal (quando o tumor já ocupa grande parte da porção interna do intestino).

Grupo de risco? Entenda

Ainda de acordo com especialistas da área, todas as pessoas acima de 45 anos se enquadram no grupo de risco e devem iniciar a prevenção e o rastreamento do câncer de cólon por meio de um exame chamado colonoscopia. 

Além disso, pessoas com familiares com histórico da doença, e principalmente quanto mais jovem esse parente tenha tido o câncer, maior deve ser a atenção para o risco de desenvolver a doença.

Pacientes com doença inflamatória intestinal, como doença de Crohn e retocolite, por exemplo, também fazem parte do grupo de risco.

Casos de câncer colorretal cresce entre jovens

O número de casos de câncer colorretal em pessoas cada vez mais jovens tem aumentado ao longo dos últimos anos. 

De acordo com dados da American Cancer Society (ACS) 13% dos pacientes com a neoplasia têm menos de 50 anos. Isso representa um aumento de 9% desde 2020. O aumento na taxa de obesidade e falhas na alimentação estão entre os fatores que colaboram para essa incidência.

A carne vermelha e processada aparece como vilã para o risco da doença em pacientes mais novos. O estudo é da Cleveland Clinic, centro médico acadêmico americano.