Saúde

Tudo sobre a dieta carnívora: o que é, cardápio e benefícios

Nutricionista dá dicas do que comer nas principais refeições do dia, diz quem pode ou não fazer e os riscos de adotar a estratégia sem acompanhamento profissional

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Freepik

Faltando poucos meses para a estação mais quente do ano, não é nada complicado encontrar quem pretenda eliminar aqueles 'quilinhos' extras até o verão

Além disso, é nessa época que começa a temporada de grande movimento nas academias, além das estratégias alimentares que viabilizam uma dieta mais balanceada. 

Porém, é fundamental adotar hábitos saudáveis que promovam não apenas a perda de peso, mas também o bem-estar físico e mental. Lançar mão de dietas mirabolantes e que prometem grandes resultados em um curto espaço de tempo pode ser perigoso.

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Mas, diante de tantas opções de dietas e cardápios para perda de peso, pode se tornar um tanto quanto desafiador escolher aquela mais adequada para suas necessidades. 

Cada estratégia tem suas particularidades, e o sucesso depende do estilo de vida, preferências alimentares e metas individuais. 

Dentro desse universo de opções, a dieta carnívora, que visa o consumo exclusivo de gordura e proteína animal) tem ganhado inúmeros adeptos. Para entender melhor o que é, quais os objetivos e quem pode ou não fazer, a reportagem do Folha Vitória conversou com a nutricionista Estela Reginatto.

"A dieta carnívora é uma estratégia alimentar que possui o objetivo de perda de gordura corporal (emagrecimento) , controle da glicose e insulina (controle dos níveis de açúcar no sangue), melhora da saúde mental, aumento da energia e do humor, melhora de problemas de pele como psoríase e eczema e melhora da clareza mental. É uma estratégia simples de perda de peso".

Estela explica que o emagrecimento ocorre por que o corpo entra em cetose, um processo natural para a produção de energia a partir da gordura. Lembrando que isso acontece diante da restrição dos carboidratos na alimentação.

Destaque para o fato de que essa modalidade possui um cálculo "médio" da quantidade de carne e gordura que deve ser ingerido pelo paciente.

Esse cálculo, segundo a nutricionista, "deverá ser realizado pelo profissional de saúde (nutricionista) para a realização da estratégia".

O fato ´e que, muitas vezes e por falta de informações, as pessoas realizam a dieta sem a quantidade adequada de proteínas e gorduras, o que pode levar a perda de massa muscular durante o emagrecimento, o que não é nada bom.

Outro problema é não beber água adequadamente durante a dieta carnívora. A medida, de modo geral, é de 40 a 45 ml por quilo de peso, portanto, é fundamental.

"Nesta estratégia usamos protetores naturais para mantermos a qualidade das funções renais e o contato com o paciente é diário para alinhamento do sucesso da estratégia, que é muito rápida", lembra Estela.

Quem não pode adotar a estratégia alimentar?

A dieta carnívora é contra indicada para pessoas com doenças renais, diabetes, gota, colesterol alto, pressão alta ou doenças cardiovasculares. "Logo, toda uma análise em consulta é realizada para averiguação da saúde do paciente para sabermos se ele está apto a realizar a estratégia".

Vale destacar que esse tipo de dieta tem tempo de duração. Estela não aconselha que ela seja feita indeterminadamente.

"Algumas pessoas realizam essa estratégia como estilo de vida, mas eu não concordo com essa atitude. Eu indico a realização da estratégia por 30 a 90 dias no máximo, sendo que a maioria dos meus pacientes não ultrapassa a estratégia por 60 dias".

Café da manhã, almoço e jantar

Não há um cardápio específico para a estratégia alimentar, ainda de acordo com a nutricionista. O paciente come quando sente fome de verdade e não apenas vontade de comer (desejo de comer algo específico e que, de modo geral, não se refere a um alimento nutritivo).

Estela dá algumas dicas do que comer no café-da manhã, almoço ou jantar.

* Café da manhã: ovos com bacon e um café ou chá sem açúcar e sem adoçante;

* Almoço: a carne que mais gostar com um pouco de gordura junto, como exemplo: costela bovina ou coxa e sobre coxa de galinha assada;

* Jantar: pode comer novamente a mesma opção do almoço. Comer até saciar-se, assim que sentir que está satisfeito, pode parar de comer.

"Refrigerantes e sucos não são indicados, logo, os chás de plantas e o café puro pode ser consumido nesta estratégia rápida. O consumo de água é importantíssimo para não haver sobrecarga renal".