Saúde

Ginecologista do ES explica caso de mulher com candidíase há 1 ano; veja dicas

A médica Karoline Landgraf comentou o Caso Raynara, que viralizou após doença de repetição; veja como curar e o que fazer nessa situação, além de como são usados remédios

Ana Paula Brito Vieira

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/TikTok/Instagram/Montagem FV

Depois de muitos pedidos das suas seguidoras, a ginecologista do Espírito Santo Karoline Landgraf comentou o caso da Raynara, que viralizou após compartilhar ter candidíase de repetição há 1 ano.

Se você não tem acesso ao TikTok e não sabe quem é "a mulher da candidíase", o Folha Vitória conta para você.

Em diversos vídeos em tom de brincadeira, Raynara contou a história que vem enfrentando contra a doença nas redes sociais e pediu ajuda aos seguidores.

Veja todos os vídeos: mulher com candidíase há 1 ano viraliza; entenda o que é e como tratar.

Quem acompanha a jovem até mesmo começou a divulgar os vídeos para ajudar na monetização do canal e pagar um tratamento para a influencer.

De acordo com as gravações compartilhadas pela própria influenciadora, Raynara já foi a três médicos diferentes, mas nenhum resolveu o problema. Ela tomou vários remédios, fez exames e até mesmo banhos especializados... E nada! 

Após contar a sua história, os seguidores de Raynara enviaram inúmeras sugestões para curar a candidíase da jovem e ela criou a saga "Curando minha candidíase".

A cada vídeo a influencer mostra os resultados das dicas aos seus seguidores que também sofrem bastante com o fungo. Ela detalha tudo o que deu certo e o que não deu para poder ajudar outras pessoas.

E vários médicos entraram em ação!

Inclusive a ginecologista Karoline Landgraf.

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A especialista afirma que até 70% das mulheres vão ter pelo menos 1 episódio de candidíase ao longo da vida “e parece que ninguém quer falar disso”.

Karoline explica que a primeira coisa a se pensar quando está com candidíase crônica é que talvez não seja candidíase. 

"Pode ser uma outra doença, uma outra condição que esteja simulando um quadro de candidíase, por exemplo, doença autoimune ou vaginal sintolítica. Pode ser que seja uma espécie diferente de fungo", disse.

De acordo com a médica, após muito tempo com a doença e nenhuma melhora, a mulher deve pensar que, talvez, o tratamento proposto não esteja sendo bem feito ou tem uma resistência do fungo. "Só dá para saber se fizer o antifungigrama".

Karoline comenta que ainda pode haver uma infecção associada. "Às vezes tem uma vaginose bacteriana associada que dificulta bastante o tratamento por causa do biofilme. Pode ser que tenha uma IST". 

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"É necessário pesquisar nessas pacientes com candidíase crônica outras infecções que possam estar dificultando o tratamento, como a vaginose e as ISTs. A troca de flora entre homem e mulher, mulher e mulher, é muito frequente e pode ter sim alguma transmissão", explicou a ginecologista.

Outro fato que chamou atenção da médica foi que Raynara estava fazendo as mesmas coisas que algumas de suas pacientes.

O primeiro erro é pular de médico em médico. "Eu vi ela contando que já foi em três médicos. Meu conselho é o seguinte: pegou um médico que você confia, que você gostou, achou que ele está interessado no seu caso e ele tá acessível pro seu bolso, porque não é uma consulta que vai resolver, foca nele, fica nele". 

"Se ele fez um tratamento que você achou que não funcionou, você vai para outro médico, aquele lá nem sabe que não funcionou e acha que deu tudo certo, porque você não voltou. Então, você precisa ter essa comunicação com o seu médico", disse.

Porém, caso o seu médico não esteja mesmo interessado em seu caso, procure outro especialista que cuide da sua doença.

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Um detalhe que deixou Karoline de cabelo em pé é que Raynara, assim como muitas outras mulheres, procuram na internet e pegam as dicas que as pessoas falam e quer fazer igual.

"Raynara tava fazendo banho de acento com bicabornato e vinagre ao mesmo tempo. Um é pra alcalinizar e outro é sedificar, no final não fez foi nada. Então, tenha um direcionamento, não faça as coisas sozinha. Se não daqui a pouco você está colocando iogurte na vagina fazendo outras coisas e só vai piorar", comentou a médica.

A ginecologista pede que as pessoas foquem no tratamento de um especialista que queira cuidar do caso delas e que vá junto com o médico até o final, porque a candidíase não resolve rápido.

"Se você está com o reservatório grande de fungo, precisa entrar com tratamento de manutenção, porque não é uma pomadinha de sete dias que vai resolver. Você vai ter que usar um antifúngico por 3 meses, 6 meses, quebrar biofilme, tratar outras infecções que possam estar associadas, melhorar imunidade, intestino, alimentação, sono, hábito de vida, tem tanta coisa pra fazer que não é em uma consulta que tudo vai resolver". 

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"Segura a mão do seu médico e vá com ele até o final. A melhora não é imediata, ela tem que ser progressiva. Tá? E nunca desistir do tratamento. Porque você não nasceu assim, você não tem que morrer assim, tá? Bom tratamento pra Raynara e pra todas as pacientes e seguidoras que estão sofrendo com vulvas de nitro de repetição porque isso não é brincadeira", completou Karoline.

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