O que é lipedema? Veja cirurgia, sintomas e como médico trata doença
Em casos moderados e graves, dieta e exercícios podem não ser o suficiente para eliminar o excesso de gordura inflamada e com fibrose; entenda causa e saúde
O lipedema, uma condição inflamatória que resulta no acúmulo desproporcional de gordura em áreas como pernas, quadris e braços, afeta aproximadamente uma em cada dez mulheres no Brasil, totalizando cerca de 5 milhões de pacientes.
Devido à sua semelhança com a obesidade, o lipedema frequentemente não recebe o tratamento adequado, obtendo consequentemente resultados insatisfatórios em muitos casos.
De acordo com a endocrinologista Lusanere Cruz, “nos casos moderados e graves, dieta e exercícios podem não ser o suficiente para eliminar a gordura inflamada e com fibrose”.
LEIA TAMBÉM: Outubro Rosa: câncer de mama é mais comum em jovem e mata; entenda estudo
Embora não haja cura para o lipedema, existem tratamentos que devem ser abordados de maneira multidisciplinar.
O tratamento envolve diversas especialidades médicas, como endocrinologia, angiologia, cirurgia vascular, fisioterapia, nutrição e cirurgia plástica.
Os cuidados e procedimentos visam aliviar os sintomas, prevenir a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida e a saúde geral das pacientes.
A fisioterapia, por exemplo, atua na redução do processo inflamatório, reabilitando o sistema linfático, controlando a dor, com foco nas alterações articulares e biomecânicas, que muitas vezes ocorrem em decorrência da frouxidão e sobrecarga das articulações.
“Algumas técnicas utilizadas são a drenagem linfática manual, terapia compressiva, eletroterapia, pilates e orientação quanto ao uso adequado de meias de compressão”, enumera a fisioterapeuta Larissa Musso.
LEIA TAMBÉM: Colágeno ou whey protein: médica explica qual o melhor suplemento e como tomar
Outro cuidado importante é com a alimentação.
“Por ser uma doença inflamatória, é importante que a paciente adote uma dieta anti-inflamatória, reduza o consumo de alimentos que potencializam a inflamação e tenha hábitos alimentares mais saudáveis, rica em antioxidantes, vitaminas, minerais e também controlar o peso”, explicou a nutricionista Thamires Favato.
Também é necessário que a paciente passe por uma avaliação com o angiologista para tratar possíveis problemas, como insuficiência venosa, varizes, surgimento de vasinhos, comuns em pacientes com lipedema.
Em casos mais avançados, o tratamento cirúrgico com lipoaspiração é uma opção.
“A cirurgia objetiva a retirada de grande quantidade de tecido doente, o que promove a melhora da mobilidade e ajuda a combater outros sintomas, tanto físicos quanto emocionais. Além disso, há melhora estética, com a redução do excesso de gordura e de pele”, informou a cirurgiã plástica Patrícia Lyra.
LEIA TAMBÉM: Tirzepatida emagrece? Entenda para que serve Mounjaro, a "nova Ozempic"
A médica destacou que mesmo as pacientes que passam por cirurgia precisam manter o tratamento clínico.
“A cirurgia não elimina a necessidade de manter o tratamento clínico, pois as duas opções terapêuticas são complementares. Além disso, é fundamental que ao longo de toda a vida a paciente mantenha o autocuidado necessário, como alimentação balanceada, prática de atividade física e acompanhamento médico regular”, orientou Patrícia.
CHÁ ESCURO
O consumo diário de chá escuro pode oferecer vários benefícios no controle dos níveis de glicose no sangue e reduzir o risco de desenvolver pré-diabetes e diabetes tipo 2 em adultos, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Adelaide, na Austrália, e pela Universidade do Sudeste, na China, divulgada durante a Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes, nesta segunda-feira, 2 de outubro.
De acordo com o R7, o estudo constatou que indivíduos que incluíam o chá escuro em sua rotina diária tinham um risco 53% menor de desenvolver pré-diabetes e um risco 47% menor de adquirir diabetes tipo 2, em comparação com aqueles que não o consumiam, mesmo após a consideração de fatores de risco estabelecidos para o diabetes, como idade, gênero, índice de massa corporal (IMC), pressão arterial, entre outros.
LEIA TAMBÉM: Nutricionista receita chá de banana que emagrece 1 kg por dia: "Melhor que Ozempic"
O chá escuro, também conhecido como chá pós-fermentado, é amplamente apreciado na China. Esse tipo de bebida passa por um processo de fermentação microbiana após a colheita das folhas.
Durante a fermentação, as bactérias e microrganismos presentes nas folhas de chá continuam a agir, modificando seus compostos químicos. Isso resulta em um chá com um sabor mais complexo e rico, caracterizado por notas terrosas, amadeiradas e profundas.
Vale ressaltar que o chá escuro é diferente do chá preto, que é muito popular no Reino Unido. Enquanto o chá escuro é submetido à fermentação microbiana, o chá preto é completamente oxidado, sem sofrer fermentação após a colheita.
Segundo o R7, os cientistas atribuem os benefícios à saúde do chá escuro especificamente ao processo de fermentação microbiana.
LEIA TAMBÉM: Broncho Vaxom: o que é “vacina oral” e para que serve? Entenda efeitos
Esse processo pode resultar em compostos bioativos únicos, como alcaloides, aminoácidos livres, polifenóis, polissacarídeos e seus derivados, que conferem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios significativos.
Além disso, eles melhoram a sensibilidade à insulina, a função das células beta no pâncreas e alteram a composição das bactérias intestinais.
O estudo envolveu mais de 1.900 adultos residentes em oito províncias distintas na China, com um total de 436 participantes diagnosticados com diabetes, 352 com pré-diabetes e 1.135 apresentando níveis normais de glicose no sangue.
De acordo com o R7, os critérios de seleção para a pesquisa abrangeram tanto pessoas que não eram consumidoras habituais de chá quanto aquelas que se restringiam a um único tipo de chá.
LEIA TAMBÉM: Não consegue emagrecer? Saiba qual erro está cometendo na dieta
Os participantes foram questionados sobre a frequência de consumo (ou seja, se nunca, ocasionalmente, frequentemente ou diariamente) e o tipo de chá que preferiam (incluindo chá-verde, chá-preto, chá escuro ou outras variedades).
Os pesquisadores analisaram como o consumo de chá, incluindo a frequência e o tipo da bebida, estava relacionado a três aspectos importantes associados ao controle do açúcar no sangue e ao diabetes.
Primeiro, eles examinaram como o consumo de chá afetava a excreção de glicose na urina, o que é um indicador relevante do controle do açúcar no sangue.
Em segundo lugar, eles avaliaram como o consumo de chá estava ligado à resistência à insulina, que é uma característica associada ao diabetes.
Por último, eles investigaram como o consumo de chá estava relacionado ao status glicêmico, que inclui histórico de diabetes, uso de medicamentos antidiabéticos e resultados anormais em um teste de tolerância à glicose oral. Isso permitiu aos pesquisadores avaliar o impacto do chá na saúde metabólica e no risco de diabetes.
LEIA A MATÉRIA COMPLETA: Nova receita de chá reduz risco de diabetes e melhora saúde; veja qual é bom