Saúde

Ora-pro-nóbis: "Planta é remédio natural". Biomédico fala benefícios, indicação e como consumir

Em vídeo no YouTube, biomédico fala segredos da ora-pro-nóbis, uma das plantas mais estudadas do mundo que é verdadeiro remédio natural; saiba tudo

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/YouTube Olá Ciência!

Sabe aquele mato que você arranca da calçada?

Ou aquela erva daninha que insiste em crescer no seu jardim?

Enquanto muitas pessoas jogavam essas plantas fora, cientistas brasileiros decidiram investigar suas propriedades e se surpreenderam.

O biomédico Lucas Zanandrez, do canal Olá, Ciência!, contou os segredos da ora-pro-nóbis, uma das plantas alimentícias não convencionais (PANCS) mais estudadas do mundo.

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Você come ora-pro-nóbis ou já experimentou?

De uns tempos para cá, a planta tem sido vista como um superalimento, sendo muito famosa e apreciada no Brasil.

Mas será que ela é tão bom quanto dizem por aí?

Para descobrir, o biomédico contou a história de várias plantas, incluindo o ora-pro-nóbis, que eram deixadas de lado, mas que pouco a pouco, os cientistas viram que ajudariam até contra a falta de alimentos mundial.

De acordo com o especialista, com o aumento drástico da população nas últimas décadas, aumentou a demanda por alimentos, mas mais do que isso.

Era necessário encontrar alternativas que entregassem uma boa quantidade de nutrientes e que fossem mais sustentáveis. 

Uma forma inteligente de fazer isso é procurar por alimentos em locais não convencionais, onde ninguém procuraria comida.

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A ideia era encontrar plantas que tivessem valor nutricional, fossem seguras para consumo humano, mas que não fossem conhecidas pelo público como alimentos, nem mesmo produzidas em larga escala.

Com o tempo e a crescente descoberta de plantas comestíveis, foi necessário criar um termo para esses novos alimentos. Em 2008, o biólogo e professor Valdely Ferreira escolheu o nome PANC - Plantas Alimentícias não Convencionais.

Hoje, no Brasil, existem mais de 3 mil espécies de PANCs que antes do termo ser criado, seriam simplesmente classificadas como mato ou ervas daninhas.

Enquanto os pesquisadores ainda estavam analisando o valor nutricional das PANCs, a gastronomia já começava a utilizar essas plantas como ingredientes exóticos para preparos. 

Um exemplo é a taioba, que faz parte da receita de purê da chef Helena Rizzo

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O chef Alex Atala, dono de um dos restaurantes mais respeitados do mundo, também utiliza PANCs no menu há algum tempo, como o jambu, a beldroega e a ora-pro-nóbis.

Andando pela rua, talvez você já tenha visto essas plantas.

E o mais incrível é que esses ingredientes de restaurantes chiques são, na verdade, plantas brasileiras muito fáceis de cultivar em casa, que por muito tempo, ninguém nem sabia que podia comer.

Mas vale a pena mesmo comer PANCs, como o ora-pro-nóbis?

Não só pode comer, como deve.

De acordo com Zanandrez, o primeiro nutriente encontrado em praticamente todas as PANCS, incluindo o ora-pró-nóbis, são as fibras.

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Fibras são tipos de carboidratos de plantas que não são digeridos nem absorvidos por nós. Elas passam direto pelo intestino. Mas mesmo sem fornecer energia, elas ajudam a desacelerar a digestão, se ligando nos alimentos, melhorando a absorção de nutrientes e prolongando a saciedade.

"Os compostos bioativos são importantes para manter a saúde da microbiota intestinal, além de terem ação antioxidante", disse.

A ora-pro-nóbis, que no latim significa: “ora por nós”, em específico chamou a atenção da mídia, por ser uma ótima fonte de proteína.

Segundo o biomédico, ela é chamada de “bife dos pobres”, "um nome um tanto quanto desagradável pra situação de falta de alimentos e inflação que a gente vive no país".

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Ela é uma planta da espécie Pereskia aculeata, muito comum na região Sudeste do Brasil. Análises do conteúdo da ora-pro-nóbis mostraram que cerca de 20% da planta é proteína.

Ou seja, 100g de ora-pro-nóbis pode ter até 20g de proteína. "Isso é três vezes mais do que a quantidade de proteína de leguminosas como o feijão", disse o especialista.

No entanto, por mais que seja empolgante encontrar mais uma fonte de proteína vegetal, a gente precisa tomar cuidado com essas substituições.

O primeiro cuidado é que a informação bombástica de que em 100g de ora-pro-nobis pode ter até 20g de proteína é incompleta.

"Essa frase nos faz pensar que, se eu pegar 100g de ora-pro-nóbis no meu jardim e refogar, vou estar consumindo 20g de proteína. É ou não é? O problema é que esse teor de proteína é dosado no peso seco da planta", disse o biomédico.

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